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Sérgio Moro no Flow: Uma oportunidade e muitas ameaças

Sérgio Moro cumpriu uma verdadeira maratona no podcast Flow. Ficou lá cinco horas. É, portanto, de se esperar que ele tenha dito tudo o que gostaria de dizer sobre todos os assuntos que lhe foram apresentados. 

Moro tentou ser didático e estava descontraído. Claramente, a metamorfose quase se completou. Ele perdeu a toga e começa a ganhar o colorido de uma nova pele. Os entrevistadores, Monark e Igor, mostraram curiosidades que as pessoas não envolvidas com a política têm. Um treino e tanto para um candidato. 

Moro explicou o contrato dele com a empresa de consultoria para a qual trabalhou depois que deixou o Ministério da Justiça. Disse algo confuso, mas não comprometedor, quando falou sobre receber por um “CNPJ que não é o CNPJ do outro…”, algo assim. 

Algumas passagens mostraram que Moro, se eleito, terá dificuldades para conviver com o Congresso Nacional. Ele denunciou a existência de um pacto no Congresso contra o combate à corrupção, formado pelos “fisiológicos do Centrão, pela turma do PT e por gente do Bolsonaro”. O que sobraria, então, no Congresso? Um discurso bom para a sociedade, mas péssimo para o meio político, onde Moro terá que viver se eleito. E, na mesma linha, disse: “Ah! Ministro da Justiça! Grande porcaria!”

Em seguida, Moro apresentou uma denúncia, sem apresentar o denunciado. Ele disse: “Até tem uma história que é bacana…” e relatou que no tempo da investigação do caso Banestado, ele e um delegado receberam a visita de “um deputado do PT”, que foi pedir para aliviar a vida dos banqueiros que seriam presos. Certamente, na campanha, alguém cobrará dele o nome do cidadão. 

Moro assumiu vários compromissos e um deles será o de acabar com a reeleição para Presidente, mas o modo como disse isso, confirma a dificuldade que ele tem para conviver com a política. Disse ele: “Se o Presidente da República em começo do mandato encaminhar um projeto acabando com a reeleição, inclusive para ele, o Congresso aprova na hora. Os caras não querem você lá de novo depois”. Eis o que ele pensa da relação que o Congresso terá com ele se eleito. Complicado, não? 

Mas, deixei para o final as duas questões que julguei mais delicadas de toda a entrevista. As duas no campo jurídico. A primeira, surgiu na resposta do Moro à pergunta do Igor se ele não poderia ter condenado as pessoas sem precisar quebrar as empresas. Ele disse que as empresas, ao descobrirem o problema, deveriam ter agido. Mas, quem são as empresas? Os sócios, certamente. Sendo isso, eles foram penalizados por saberem e não denunciarem ou por não saberem? 

Eram obrigados a saber? 

Outro ponto diz respeito à condenação do Lula. Moro foi provocado pelo Igor, que fez a pergunta fundamental: “Qual a prova irrefutável?” Moro citou as nomeações que o governo fez de gente que recebeu propina para entregar aos partidos e “Aos políticos, para enriquecimento ilícito”. E disse mais: o sítio era dele, porque ele frequentava o local. Complicado, não? E a frase mais forte foi: “Claro que são percepções, são avaliações”. 

O tema combate às drogas mostrou que Sérgio Moro não consegue sustentar a tese de proibição do uso da maconha. É uma fragilidade. Ele deveria ter mais consistência no tema. O Monark deixou uma montanha de flancos abertos e Moro não soube aproveitar. 

Assistir às cinco horas de entrevista do Moro é algo que os adversários com certeza farão. Duas horas e meia foram só sobre Lava-Jato e vida pessoal. Ele até se saiu bem, mas deixou uma série de fragilidades nos argumentos de defesa de suas decisões na Lava-Jato e nas posições que assumiu com relação aos políticos. E também no campo das propostas que apresentou. 

Por Jackson Vasconcelos

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Estrategista não é profeta

O meu dia de trabalho mal tinha iniciado na sexta-feira, quando um aluno de comunicação da Estácio de Sá, Joel, fez contato comigo por vídeo. Ele queria saber o que, exatamente, faz um estrategista numa campanha eleitoral. “Vocês conseguem garantir a vitória de um candidato?”, perguntou ele. 

“Não. Não conseguimos”, eu respondi. Pode ser que os profetas tenham essa habilidade e, se tiverem, ainda precisarão estar fora da ressalva feita por Jesus Cristo, quando declarou que “não há profeta sem honra senão na sua própria pátria, entre os seus parentes e na sua casa”. Como eleição é ato de aproximação, as previsões, nesse ambiente, são péssimas companheiras mesmo para os profetas.

O trabalho dos estrategistas é melhorar as vantagens comparativas de um candidato e reduzir as variáveis existentes na equação que pode levá-lo à vitória, ou, pelo menos, garantir que elas funcionarão sempre a favor do resultado positivo. Para isso, dependemos de informações, dados, um bom de conhecimento da história das eleições e saber interpretar corretamente tudo isso. Somos confeccionadores de GPS.  

Quando recebemos a solicitação de orientar uma campanha, a primeira providência é semelhante a dos médicos quando recebem seus pacientes numa primeira consulta: ouví-los com atenção, para conhecer a história deles e saber como ajudá-los. 

O diagnóstico dependerá, ainda, dos exames, ou seja, da leitura das pesquisas e da análise do cenário – ambiente – onde a campanha ocorrerá e, com menos dúvida possível, como se comportam os  adversários, quando submetidos a uma campanha. 

Todo o trabalho de análise encaminha-se para um objetivo só: a construção do discurso, das mensagens e ações que terão força para convencer os eleitores. E, no conjunto disso tudo, forma-se a imagem.  

Uma campanha eleitoral é tão e exclusivamente, uma campanha de comunicação, que necessita de uma série de elementos de convencimento, porque vencerá a eleição o candidato que conquistar o maior número de eleitores. 

Está claro, portanto, que as campanhas eleitorais são disputas entre candidatos no campo da comunicação e imagem. E a decisão do eleitor é um ato de escolha. Então, cabe ao estrategista facilitar a seleção na direção do candidato que o contrata, um trabalho que inclui criar as condições ideais de comparação entre o candidato e os adversários. 

Por isso, cabe também ao estrategista conhecer muito bem os adversários, para saber o que eles têm de atributos positivos e negativos. Ideal é que os conheça tão bem ou proximamente tão bem quando conhece o candidato que defende.  

Elaborada a estratégia, nasce o discurso e o modo como ele deve ser transmitido. Um discurso confuso, incoerente com a história do candidato ou cheio de ruídos, ajuda os adversários. Construído o discurso, dele saem as mensagens e adaptações aos diversos veículos de comunicação, sempre alertado o estrategista de que os melhores veículos são o próprio candidato e os adversários. E a embalagem, nesse caso, pode ajudar bastante.

Com todo esse trabalho, não se tem nenhuma garantia de vitória? Haverá mais facilidade, contudo, garantia não, porque lidamos com seres humanos que têm liberdade para mudar de opinião até a hora do voto. 

Por isso, o trabalho do estrategista só se encerra com o processo de votação. Eu diria que um estrategista precisa ser panótico: olhar de uma só vez todas as partes e elementos que compõem a campanha, para amarrar as situações nos conceitos de oportunidade e ameaça e precisa fazer isso numa velocidade crescente, no tempo em que os eleitores se aproximam da hora de votar. 

Joel encerrou a conversa com uma pergunta mais simples: “Pode existir campanha sem estratégia?”. “Claro”, respondi. Existem muitas. Você pode decidir ir a Disney no final do ano com seus filhos e comprar a passagem no dia da viagem e chegar lá sem reservas e sem previsão do que fará. Isso pode ser uma boa aventura, mas tem tudo pra dar errado, não? 

*Artigo publicado no Boletim da Liberdade.

Por Jackson Vasconcelos

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A primeira lei de Newton

Do meu amigo, Rubem Medina, recebi a última pesquisa da XP Investimentos, que foi ao campo nos dias 17, 18 e 19 de fevereiro, para ouvir 1.000 pessoas sobre o desempenho do governo do Presidente Jair Bolsonaro. 

A pesquisa mostra que antes da posse dele, 63% da população acreditava que o governo seria ótimo ou bom. Uma expectativa natural para o início de um mandato que, no entanto, mudou rápido até chegar à 34% e, praticamente, estacionar aí. A expectativa de o governo ser ruim ou péssimo esteve, no início do mandato, em 15%. Hoje 33% da população já acreditam que o restante do mandato poderá ser ruim ou péssimo. 

Os dados me autorizam afirmar, então, que no ar paira alguma decepção. Mas, com o quê? O que prometeu o governo? 

Jair Bolsonaro assumiu o compromisso de evitar a corrupção, enfrentar o crime, proteger os costumes dos conservadores e destravar a economia, travada pelo Estado.  

Sobre a corrupção, a pesquisa mostra que no mês da posse, 16% das pessoas acreditaram que nos seis meses seguintes a corrupção teria diminuído ou diminuído muito. Agora, em fevereiro, 33% acreditam nisso para os próximos seis meses. Uma evolução a favor do governo. Na outra ponta, 54% das pessoas ouvidas tinham a expectativa de aumento da corrupção nos seis meses seguintes. Hoje, apenas 28% acreditam nisso. Outro dado altamente favorável ao governo. Então, no quesito percepção da corrupção o governo vai bem. 

No combate à violência, a pesquisa mostrou que 47% acreditam que a violência e o crime diminuíram. Só 20% têm o sentimento de que aumentou. Então, aqui também o governo se sai bem. 

Sobre a economia, os dados mostram que 47% acreditam que a economia está no caminho certo e 40% acreditam que não. O governo vence, mas por pouco. Existe um racha na população. 

A expectativa com a economia é, portanto, o quesito frágil. No entanto, o governo Bolsonaro está blindado neste campo, porque só 15% dos eleitores lhe conferem culpa pela desaceleração ou crescimento pífio. 55% creditam o resultado ruim aos governos de Lula (31%), de Dilma (13%) e de Temer (11%). E há os que creditam o resultado a fatores externos, (13%). Então, para 68% da população, os resultados econômicos ruins ainda não atingem o governo. 

Que maravilha de cenário! Ah se o governo aproveitasse melhor esse momento! Mas, apesar de tudo isso, percebe-se que o governo se atrapalha ao mesmo tempo em que passa a ideia de estar inerte diante dos problemas nacionais. 

Para falar de inércia, ninguém melhor que o físico Isaac Newton. Diz ele:  “Se a força resultante sobre um corpo é nula, ele permanece em repouso… Um corpo em repouso tende, por inércia, permanecer em repouso… Para que as tendências inerciais de um corpo sejam vencidas, é necessária a intervenção de uma força externa”. 

O governo precisa de aceleração. Tudo indica que a vontade do governo – pelo menos de alguns de seus agentes –  seja caminhar para a frente, para ampliar o número de pessoas que acham o governo ótimo e bom. Mas, Jair Bolsonaro e alguns de seus ministros não ajudam. 

A oposição, evidentemente, tem preferência natural por empurrar o governo na direção do ruim e péssimo, mas não parece saber exatamente como fazer isso. Busca auxílio na segunda parte da primeira lei de Newton: tanto mais atrito menos aceleração. Toda vez que o governo se mexe, a oposição cria atritos e, curiosamente, tem contado com a ajuda do presidente e de alguns de seus ministros. Eta gente que gosta de atritos, de confusão! 

A pesquisa XP mostra que, por enquanto, há paciência na população, mas, a qualquer momento isso pode mudar e, se e quando mudar, o governo terá conseguido a façanha de transformar uma oportunidade de ouro em uma ameaça e tanto. Aguardemos. 

*Artigo publicado no Boletim da Liberdade.

Por Jackson Vasconcelos

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Por que Witzel venceu?

É possível vencer uma eleição simplesmente por se estar na hora certa e no lugar certo?  É sim. A eleição do WIlson Witzel para o governo do Rio de Janeiro é um desses casos e existiram outros casos, na eleição de 2018,  outros Brasil afora.

Poderão se repetir nas próximas eleições? Pouco se sabe, porque as disputas eleitorais acontecem no campo das relações humanas, sempre imprevisíveis. Não há sempre. Não há nunca.

Contudo, quando os fatores que produziram o resultado acontecem novamente, a chance do resultado ser repetido é grande. Nisso, caímos num ponto importante da análise da eleição do governador Wilson Witzel: que fatores deram a ele a vitória? Essa leitura é fundamental, para construir um novo cenário de disputa no futuro.

Muita gente – talvez o próprio Witzel – é levada a acreditar que o resultado acompanhou a avalanche nacional provocada pela campanha do Jair Bolsonaro. Não foi. Pelo menos, não só isso. Wilson Witzel foi eleito porque os eleitores não identificaram outro candidato com uma virtude essencial: vínculo com o passado e alguma aparente competência na segurança pública, tema essencial.

Eduardo Paes carregou o vínculo de sua vida política com políticos presos. Indio da Costa, os mesmos vínculos do Eduardo Paes e mais uma ligação estreita com Marcelo Crivella. Romário, idem e sem credencial para dar resposta à expectativa popular essencial: resolver a segurança pública. Márcia Tiburi, o PT. Pedro Fernandes estampou no rosto a conversa fiada. Garotinho ficou pelo caminho, mas com rejeição alta, por ter sido preso duas vezes antes do início da campanha. Sobrou quem? Witzel, pouco importando as ligações dele com Jair Bolsonaro ou com um franqueado da marca, Flávio.

O senador eleito, Arolde de Oliveira, este sim, foi eleito pela marca Bolsonaro. Foi uma eleição com duas vagas para o Senado, a primeira decidida desde o início da campanha pelo franqueado, Flávio. A outra, não se tinha dúvida, seria para quem tivesse a personalidade política da franquia: César Maia e Arolde, que disputaram o segundo voto, palmo a palmo. A Arolde, a novidade, com 8 mandatos de deputado federal e mais de 80 anos de idade, venceu.

Por Jackson Vasconcelos

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“Não cantar vitória antes do tempo. Ser discreto!”

Vê-se que os novos políticos estão deslumbrados, mas todo cuidado é pouco, porque os mandatos só começaram. Tem muita estrada a percorrer. É preciso negociar melhor com a vaidade e com o tempo.

Dias antes do Carnaval, descobri e li com atenção, anotando e marcando as frases e lições relevantes, a carta do diplomata François de Callières ao Rei Luís XIV, o “Rei Sol”.  

Secretário de Gabinete do Rei, François Callières fez para Sua Majestade, um tratado sobre a arte mais antiga da terra, a arte de negociar.

“A obra que tenho a honra de apresentar a Vossa Alteza Real tem por objetivo dar uma ideia das qualidades e dos conhecimentos necessários para formar bons negociadores, indicar os caminhos que devem seguir, as dificuldades que devem evitar e estimular aqueles que se destinam às embaixadas a se tornarem capazes de preencher dignamente empregos tão importantes, e também tão difíceis, antes de se comprometerem”.

A carta está à venda em forma de livro com o título “Negociar – A mais útil das artes” editado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais, Cebri. É um presente que Guilherme Laager, garimpador do trabalho num sebo em Paris, e José Luiz Alquéres, entregaram à literatura sobre estratégias, numa homenagem póstuma ao Ricardo Augusto dos Reis Velloso, filho do ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso, que faleceu no dia 19 de fevereiro.

Laager e Alquéres tiveram a feliz iniciativa de, a cada passo dado pelo autor, fazer um resumo da estratégia sugerida por ele. Lá estão, por exemplo:

  • “A informação é o melhor investimento para um negociador”;
  • “Negociar sempre e com antecipação”;
  • “É importante descobrir os segredos do outro lado”;
  • “Firmeza e coragem. Duas qualidades complementares”.

Eu adquiri na Livraria Argumento.

Por Jackson Vasconcelos

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Governar sem dados e sem técnica?

O ministro da Cidadania, deputado federal Osmar Terra, entrevistado pela dupla Edna Simão e Raphael Di Cunto, jornalistas do Valor Econômico, ofereceu provas das causas do insucesso das políticas públicas com relação à população mais dependente das ações do Estado. O governo não sabe, exatamente, porque decide de uma forma ou de outra. Em pauta a mudança no critério de concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC), que dá aos idosos e famílias de pessoas com deficiência um valor mensal.

Atualmente, todos os idosos com idade acima de 65 anos têm acesso ao benefício de um salário mínimo. A proposta do governo é antecipar a idade de acesso para 60 anos, com o valor de R$ 400 até os 70 anos de idade, quando o idoso passará a receber um salário mínimo.

Abaixo, trechos da entrevista e comentários:

-Terra: (…) Se a idade para receber um salário mínimo, pelo BPC ficar em 65 anos, e está se criando uma idade mínima para aposentadoria também de 65 anos, o sujeito com 60 anos que está contribuindo para a Previdência pode parar de pagar porque receberá o mesmo pelo BPC sem precisar contribuir.

Os jornalistas estranham o argumento e perguntam:

-Valor: Mas receber o BPC não é tão simples. A pessoa precisa provar a condição de miserável.

A resposta:

-Terra: O problema é que os que estão contribuindo, eu não sei quantos são, pensariam: “para que vou contribuir se posso chegar a 65 anos e ganhar o mesmo?”

O deputado e ministro não tem as informações essenciais para decidir e nenhuma esperança de que o governo vá exigir a prova de condição de miserável. A resposta à pergunta não parou ali. O Ministro continuou:

-“A partir de 60 anos, a pessoa que ganhava nada passa a ganhar R$ 400. São 900 mil pessoas. Quando chegarem a 65 anos, eles terão ganhado em torno de R$ 25 mil, para ficar num número redondo. Hoje eles não ganham isso”.

É preciso olhar pelo lado correto da equação. Para os idosos com 65 anos em situação de miserabilidade já está assegurado um (1) salário mínimo. Aprovada a proposta do governo eles só terão acesso a um salário mínimo quando chegaram aos 70 anos. Serão cinco anos recebendo menos do que a lei atual garante. Fazer uso do valor acumulado, em se tratando de R$ 400, é forçar o argumento. Situação que os jornalistas reconhecem e usam ao rebater o Ministro:

-Valor: Mas com um valor reduzido a partir dos 65 anos.

-Terra: Se tu somar, sem correção monetária, vai dar R$ 50 mil que ele terá até os 70 anos, a partir daí é um salário mínimo.

Sinto-me dispensado de comentar, por tamanho absurdo. Mas, a resposta o Ministro continua:

-“A diferença está nesse período, de 65 a 69. Em cinco anos, hoje, ele vai ganhar R$ 60 mil. O que eu estou propondo é que seja acrescentado um valor, sair de R$ 400 para R$ 450, R$ 460, aí tem que ver, que chegue aos R$ 60 mil, para ficar igual (a soma do valor que a pessoa receberá hoje)”.

Faz algum sentido? O Ministro propõe R$ 450 ou R$ 460, como poderia propor R$ 430 ou R$ 440 ou R$ 435. Chute, como chutado foi, pela Zélia Cardoso de Mello, o valor de 50 unidades monetárias no Plano Collor, situação que levou muita gente ao suicídio.

-Uma frase do Ministro: “Se você perguntar para quem tem 60 anos se ele gostaria de receber R$ 400,00 agora ou esperar mais cinco anos, tenho certeza que vão preferir a proposta do governo”.

Que tal perguntar a quem recebera, aos 65 anos, um salário mínimo por mês se está feliz em só receber R$ 400 até completar 70 anos? Tenho certeza que vão descartar a proposta do governo. O problema é que os governos não perguntam e respondem.

A próxima, então, é de um primarismo…

-Valor: O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu excluir o BPC da reforma porque o ganho fiscal seria pequeno e o desgaste político grande. O senhor concorda que a economia é irrelevante?

-Terra: É preciso calcular. Não sei o número, mas a conta que fazem é que tem perda importante de arrecadação, porque quem paga para se aposentar vai parar de pagar.

A entrevista ocupa uma página. Toca em outros assuntos, Sistema “S”, Bolsa Família e o critério de nomeação para os cargos subordinados aos ministros. O governo, mesmo renovado, ainda acredita que é possível nomear com critérios políticos e ter eficiência, se demarcar as escolhas nas margens da escala de subordinação, no que chamam de escalões de decisão.

-Terra: Lá na ponta, onde é a base dos deputados e tal, há possibilidade de eles darem uma lista de técnicos e, dessa lista, ser escolhido alguém para exercer aquela função…

É uma velha história, ruim do começo ao fim, com uma inversão de valores que só tende a piorar os resultados. Dispensa-se a indicação política para o cargo de ministro e primeiro escalão, mas autoriza-se na ponta, onde o compromisso com a boa técnica, imparcialidade, impessoalidade são mais fundamentais do que na superfície. O gerente do INSS, que faz a concessão da aposentadoria deve cumprir suas tarefas independente de quem seja o governo de plantão. O mesmo em todos os segmentos do setor público.

E há outro aspecto, que me incomoda: porque o parlamento deve indicar funções no Poder Executivo? Não é esse o papel dele. Cabe ao Poder Legislativo fazer leis e fiscalizar a aplicação delas, sendo mais importantes, as leis do orçamento público.

Por que se concede licença a parlamentares para que eles exerçam, como faz o ministro da Cidadania, funções no Poder Executivo? Quer ser ministro, secretário de Estado, secretário municipal? Renuncie ao mandato no parlamento.

Eis aí uma reforma essencial.

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Jair Bolsonaro e Rodrigo Maia, no vácuo!

Numa corrida de Fórmula 1, os carros em alta velocidade provocam na traseira um ambiente sem atrito, que facilita a ultrapassagem de carro que vem colado atrás. É o vácuo. Rodrigo Maia e Jair Bolsonaro sabem aproveitar o vácuo na política. Jair chegou à Presidência da República e Rodrigo Maia à Presidência da Câmara.

O povo brasileiro conhece o deputado Rodrigo Maia há pouco tempo, numa relação que começou quando o ex-deputado Eduardo Cunha caiu em desgraça. No vácuo, Rodrigo Maia tomou-lhe o lugar na Presidência da Câmara e, depois de passar por mais duas disputas, lá continua.

O desempenho dele surpreendeu cariocas e fluminenses, porque a imagem dele no estado em que faz política, não era a de um político capaz da proeza. Rodrigo Maia foi presidente nacional do Democratas e líder do partido na Câmara, mas passou pelas funções sem expressão. Tinha a marca do pai, César Maia, tão somente isso.

Então, existe quem afirme que a proeza dele de chegar à Presidência da Câmara dos Deputados, confirmado em três eleições, seja obra do pai. Muito mais, porque duas eleições aconteceram em circunstâncias bem interessantes. Uma para ser a segunda autoridade da República, porque o vice-presidente foi confirmado na Presidência e, a segunda, disputando o voto de deputados em primeiro mandato, numa casa 50% renovada. Duas ocasiões que pediram estratégia, paciência e capacidade absurda de conversar e compor.

Entretanto, quem conhece César Maia sabe que ele cintura não tem e sente fortes dores na coluna, quando precisa dobrá-la. Falou-se também que Rodrigo Maia contou com a experiência e orientação do meio parente Moreira Franco. Quem conhece Moreira não aceita o argumento. Moreira é um Maquiavel com sinal trocado. Ele derruba aliados e ergue ninguém. Moreira só faz pelo Moreira.

Então, que ninguém se canse em formulações. Rodrigo Maia está lá por conta própria. Sabe acelerar no vácuo e com controle do volante, para não sair da pista.

É o que fez novamente, quando o Gustavo Bebianno perdeu o Ministério. Rodrigo estava no vácuo e assumiu a posição do ex-ministro na pista, na liderança do processo de decisão sobre a Reforma da Previdência.

No tempo do Michel Temer, Rodrigo Maia, com habilidade, viu o presidente balançar. Sentiu o vácuo, mas percebeu que não deveria ultrapassar. Bastaria dar o recado de estar colado na traseira.

Michel Temer, imobilizado, assistiu a visita do Rodrigo Maia ao Brazil Institute do Wilson Center, em Washington. Lá, Rodrigo Maia marcou o terreno. PT em desgraça, Rodrigo Maia, com a qualidade de ser o presidente da Câmara, substituto eventual e, naquele tempo, até possível do Michel Temer, mandou o recado:

“O Bolsa Família escraviza. Criar um programa para escravizar as pessoas não é bom propósito. Programa bom é onde você inclui a pessoa e dá a ela as condições para viver na sociedade com as próprias pernas e conseguir um bom emprego. A dependência criada pelo programa atrela as pessoas ao Estado. Como você dá condições para o cidadão pobre, que depende do Bolsa Família, sair dessa dependência? Educação e saúde….”.

Deu o recado: posso ser Presidente da República.

O que na corrida de Fórmula 1 ou na física tem o nome de vácuo, na estratégia responde pelo de oportunidades. Está no conceito. Oportunidade a gente captura e conserva. Sempre será útil.

Por Jackson Vasconcelos

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Pesquisas forçadas

As pesquisas forçadas são usadas para distribuir mentiras sobre os candidatos, principalmente, adversários. O jornalista Al Franken, citado adiante, definiu esse tipo de pesquisa de modo claro: “As pesquisas forçadas são uma forma traiçoeira de disseminar mentiras sobre o adversário, mantendo-se as mãos limpas”.

São diferentes das pesquisas com respostas induzidas e ocorrem com frequência nas campanhas eleitorais, apesar de reprimidas com rigor pelos tribunais nas disputas para as funções de Estado (vereadores, prefeitos, deputados, senadores, governadores e presidente da república).

As pesquisas forçadas são comuns nas campanhas com menores colégios eleitorais, como é o caso dos clubes de futebol e de outras agremiações, por exemplo, Ordem dos Advogados do Brasil, Federações Esportivas e etc.

As notícias falsas, que a tecnologia moderna facilita a veiculação e chama de fake news, é elemento fundamental para o sucesso das pesquisas forçadas.

Não é nada inteligente e estratégico desconsiderar a prática.

Al Franken, jornalista americano, autor do livro “Mentiras e os grandes mentirosos que as contam”, trabalho bem interessante sobre o uso das mentiras nas eleições americanas, já indicado por mim aqui, mostra casos e resultados das pesquisas forçadas.

Al Franken registra vários casos. Usarei a título de exemplo, o que está na abertura do capítulo: “Por que alguém pensou que mudaria?”. O fato está na campanha pelas eleições primárias do Partido Republicano, quando disputavam John McCain e George W. Bush, ainda governador do Texas. Diz Al Franken:

“Talvez você lembre que o senador John McCain, que como Bush foi piloto de caça na época do Vietnã (com uma diferença-chave: McCain realmente atuou como piloto no Vietnã) havia derrotado redondamente o governador do Texas em News Hampshire. A “conversa direta” de McCain estava ganhando ímpeto. Algo precisava ser feito.

Em fevereiro de 2000, os felizes eleitores republicanos de Carolina do Sul começaram a receber telefonemas avaliando seus sentimentos sobre uma série de questões importantes. Uma ligação típica começava assim:

– Interlocutor: Olá, estou ligando de uma empresa de pesquisa independente e estava pensando se você teria um minuto para responder à pesquisa.
– Eleitor Desavisado: Hã…está bem.
– Interlocutor: Ótimo! Se você soubesse que o senador John McCain era um trapaceiro, um mentiroso e uma fraude, e que ele era pai de um filho ilegítimo negro, a probabilidade de você votar nele seria maior ou menor?
– Eleitor desavisado: Hum, Provavelmente menor.

Que eu saiba, McCain não é pai de nenhuma criança ilegítima de qualquer raça.

Em 2016, eu, certamente, ainda compunha o quadro de sócios do Fluminense Football Club, apesar de ter pedido meu desligamento em 2014. Recebi uma ligação de um “instituto de pesquisa independente”…Voz feminina. Resumo do diálogo:

– Interlocutora: O senhor votará na próxima eleição para Presidente do Fluminense?
– Eu: Já me desliguei do clube.
– Interlocutora: Mas, se o senhor fosse votar, o senhor votaria no candidato do Presidente Peter Siemsen, que demitiu o Fred e levou o time para a segunda divisão?
– Eu: insisto em dizer que não votarei na próxima eleição. Já me desliguei do clube.
-Interlocutora: Obrigado. Desculpe a insistência.

Percebam que a moça só desistiu depois que me passou a informação que precisaria passar: “Peter Siemsen demitiu o ídolo do clube e com isso levou o Fluminense para a segunda divisão…”. Quem conhece a história da saída do Fred em 2016 e o quase rebaixamento de 2013, sabe o que a informação representava.

Por Jackson Vasconcelos

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Delfim, mestre em estratégia

Eu assisti à entrevista do Delfim Netto ao canal do Bonfá no youtube e gostei. Delfim me ajudou a ter um pouco mais de paciência e ainda alguma esperança com relação ao governo Jair Bolsonaro que, no quesito comunicação, anda confuso. Delfim está com 90 anos de idade. Ele foi ministro em tempos diferentes, de três pastas, Fazenda, Agricultura e Planejamento. As passagens por elas foram um exemplo de estratégia.

Delfim Netto assumiu o Ministério da Fazenda, em 1967. Era presidente o general Costa e Silva, que morreu no governo. Delfim permaneceu. Falecido o presidente, uma Junta Militar formada por três ministros das Forças Armadas afastou o vice-presidente, um mineiro civil, e assumiu o governo até entregá-lo ao general Emílio Médici, que governou até 1974. O conjunto pertencia à linha-dura do regime. Os moderados voltaram ao poder com o general Ernesto Geisel. Tinham saído quando o Marechal Castelo Branco deixou o governo.

Geisel não tinha simpatia por Delfim Netto. Enviou o ministro para um exílio em Paris, como Embaixador do Brasil.

O general João Figueiredo chegou à Presidência. Híbrido, nem linha-dura, nem moderado, mas com simpatia por Delfim Netto, Figueiredo colocou Delfim na única pasta autorizada pelo antecessor: Ministério da Agricultura. Geisel impôs ao Figueiredo a equipe econômica e o chefe da Casa Civil, Golbery do Couto e Silva. No Ministério do Planejamento, Geisel autorizou Mário Henrique Simonsen. Na Fazenda, o presidente do Banco do Brasil no tempo dele, Karlos Rischbieter e etc.

Desesperado para voltar ao Brasil, Delfim aceitou a sina. Assim que assumiu, iniciou o processo para substituir a turma do Geisel. O enfrentamento com Simonsen e Rischbieter se deu no Conselho Monetário Nacional. O Orçamento da União foi a espada da batalha.

Delfim acomodou no Banco do Brasil, um diretor de Crédito Rural, Aléssio Vaz Primo, com quem trabalhei. E danou a gastar no financiamento à agricultura. Para ter imagem forte com o presidente da República, Delfim criou uma campanha publicitária: “Plante que o João garante”. A campanha foi um sucesso e a popularidade do presidente cresceu.

Ou seja, aos olhos da estratégia, Delfim conquistou o Ministério da Agricultura e dele fez uma oportunidade para avançar. Ao estourar o orçamento do Banco do Brasil, Delfim irritou o guardião Simonsen, que contava com o ministro da Fazenda, para segurar o Banco do Brasil.

Delfim convenceu o Ministro da Fazenda a ser aliado dele. Simonsen sentiu o golpe e deixou o governo. Delfim assumiu o Ministério do Planejamento. Então, chegou a hora de livrar-se do ministro da Fazenda, que já cumprira o papel essencial de ajudar à expulsão do ministro Simonsen.

Delfim organizou-se com os demais ministros e, em pouco tempo, Rischbieter jogou a toalha. Delfim colocou na Fazenda de um aliado fiel, Ernane Galvêas. Em pouco tempo, Delfim voltou a dominar o governo como fez primeira vez em que foi ministro da Fazenda. Acabado o governo dos generais, houve a Assembleia Nacional Constituinte. Delfim foi eleito deputado federal por São Paulo e teve uma atuação fundamental.  

O cara é brilhante. Sempre foi. Diversas vezes eu estive nos escalões inferiores de comando do Delfim, mas ele irradiava lições de estratégia. Quando ele foi ministro da Agricultura, eu estava na Diretoria de Crédito Rural do Banco do Brasil. O diretor, Alessio Vaz Primo era um dos braços do Delfim.

Ministro do Planejamento, Delfim nomeou o Ministro da Fazenda, Ernane Galvêas. Eu ocupava uma das assessorias do Secretário-Geral, Maílson da Nóbrega.

Delfim na Constituinte, membro do Centrão. Eu participei de quase todas as reuniões, cedido pelo Banco do Brasil, para prestar informações e assessorar os deputados. Cheguei a visitá-lo no escritório dele em São Paulo.

Aprendi bastante. Não o suficiente, porque, quando o assunto é estratégia, nenhuma aula é suficiente.

A seguir, o vídeo:

Por Jackson Vasconcelos

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“Brasil – Nova realidade”

Encontrei um exemplar do jornalzinho criado pelo Presidente da FESO – Fundação Educacional Serra dos Órgãos (Faculdades de Teresópolis), uma edição de maio de 1989. Nele há um artigo publicado por mim, a convite do Irineu Dias da Rosa, em razão de uma palestra que fiz lá antes da visita do Collor em campanha. Como nesse artigo defendo as mesmas posições que defendo hoje, decidi compartilhar por aqui.

“Brasil – Nova realidade”

“Tudo leva mais tempo do que se espera”
“Tudo é mais difícil do que se pensa”
“Tudo o que pode não dar certo, não dará certo”

(Leis do Rei Murphy – Irlanda)

Desanimar não resolve! Vive o Brasil momentos de angústia e expectação. Todos os valores estão sendo questionados. A procura de caminhos novos não é contudo exclusividade nossa. O mundo procura uma saída nova!

Cada fato novo registrado no noticiário político e econômico do país, mais me convence que a solução está na revisão do nosso modelo econômico fundado na estatização  e intervenção estatal na vida da sociedade.

E neste momento a universidade tem grande importância, pois que qualquer solução deve ser fruto de muita imaginação e debate. A ideia de cada um deve ser discutida e avaliada e é com esta disposição que faço algumas colocações sobre o problema brasileiro.

A inflação, instrumento desorganizado da economia, desestimulador de investimentos e incentivador de especulação indolente, reflete a arrogância e o gigantismo do Estado brasileiro. É o exato retrato do intervencionismo estatal, parte integrante de nossa história – talvez por vício de origem – já que os portugueses sempre foram mercantilistas.

Sempre se tocou o desenvolvimento a partir dos investimentos estatais e aplicação de incentivos fiscais, subsídios e juros negativos. Por outro lado, seguindo o “ethos militar de segurança nacional” – instituíram-se monopólios estatais e intervenções em setores econômicos importantes.

Como tais incentivos e subsídios deveriam ser distribuídos “com toda justiça”, toda e qualquer atividade econômica passou a depender de licenças e autorizações oficiais. Comprar ou vender aço, trigo, açúcar, álcool, petróleo, passou a ser atividade autorizada pelo executivo.

Tal comportamento veio, durante anos criança privilégios, distorcendo o mercado e induzindo comportamentos.

O burocrata do Estado acredita sempre ser um pequeno Deus que tudo sabe e tudo pode.

A sociedade toda, empresários, empregados, políticos, etc…, passou a viver uma triste ilusão: a de que o Estado cria recursos. Ledo engano. Quando se administra privilégios através de subsídios ou incentivos alguém paga – ou com impostos ou com inflação – o mais injusto deles.

Em resumo: todo o sacrifício imposto à sociedade brasileira tem sido para manter privilegiados e por vezes parasitas do Estado.

Uma revisão se impõe de forma urgente: implantar a liberdade econômica ao lado da liberdade política, sem constrangimentos.

A concorrência livre, característica que só o mercado contém, estimula a eficiência e empurra o progresso, permitindo a todos aqueles que se dedicam e trabalham duro, a certeza do lucro do seu trabalho, distribuindo empregos justos e satisfação pessoal.

Daí o liberalismo como instrumento de fundamental importância num país onde o Estado decide desde o preço do pão ao preço do automóvel, do salário do trabalhador ao lucro do empresário, do preço do dinheiro ao risco da aplicação.

Interessante notar que enquanto Estado Brasileiro possui os melhores bancos, a única empresa de petróleo, os melhores de aço a sociedade nunca conheceu piores serviços de saúde, educação e saneamento.

“É liberal a ideia de que o homem tem liberdade de escolher sua vida, os seus objetivos e de que o governo não pode negar essa liberdade” (Vicente Barretto).

Quem deve efetivamente decidir o que é melhor para si e para sua família deve ser o próprio indivíduo: a partir desta decisão pressionar o mercado, e aqueles que prontamente atenderem ao apelo serão mais ricos e poderosos. Ao Estado caberá criar regras, a partir do poder de coesão, que não permitam distorções e que garantam a liberdade de cada um. Os sistemas políticos devem ser a garantia de nossa liberdade e não de nossos privilégios!

“O ESTADO É A GRANDE FICÇÃO PELA QUAL TODAS AS PESSOAS TENTAM VIVER ÀS CUSTAS DAS OUTROS” (Frederic Bastiak)

Não será fácil a mudança. Contudo é ela a garantia de um país mais justo para todos e por isso deve começar em nós. Em nossa vida particular e profissional devemos estender o debate, conscientizando a sociedade, principalmente no ano em que escolheremos o novo Presidente da República. Precisamos criar a consciência de cobrar propostas séries não espalhafatosas nem demagógicas.

Será conveniente ao Brasil eleger propostas mais estatizantes? Será patriótico e justo continuar administrando privilégios?

O país precisa de trabalho, eficiência e liberdade para agir. A nação brasileira vem amadurecendo muito pelas  decepções que o Estado centralizador e intervencionista provocou.

Está na hora de agir e com consciência.

Por Jackson Vasconcelos