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Eleição e concurso público têm regra

Eleição e concurso público têm regra. Aliás, quase tudo na vida tem regra e tem gente que só gosta dela quando é aplicada aos outros.

Agora em janeiro, Lula será julgado por um tribunal em segunda instância. Se condenado, ele não poderá ser candidato, porque a Lei do Ficha Limpa não autoriza o registro da candidatura. Contudo, há um grupo de entusiasmados torcedores do Lula que defende que, mesmo condenado em segunda instância, ele seja candidato, porque, se não for, será uma injustiça. Eles dizem que a democracia estará abalada.

Mas, se o Lula pode, por que todo mundo não poderia? Não lhe parece injusto registrar a candidatura do Lula condenado e negar o registro de outros tantos? Quem defende a candidatura do Lula condenado deveria ter a ousadia de defender que todos os condenados em segunda instância também sejam.

Que raios de eleição seria essa? Não é suficiente ter uma Ministra do Trabalho condenada na Justiça do Trabalho, o suplente dela investigado por pedofilia e deputado que deixa a prisão de dia para trabalhar na Câmara e voltar, de noite, para o presídio? Essa coisa já não está esculhambada demais?

O nosso tema aqui, no entanto, não é a discussão do caráter dos políticos, mas do caráter das eleições e elas precisam, sim, de normas claras, que devam ser cumpridas por todos os que queiram concorrer. As normas claras equilibram a disputa.

Por Jackson Vasconcelos

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The Crown – O discurso da Rainha

Se a vaidade do Príncipe Philip criou-lhe ele alguns problemas, a vaidade dos redatores dos discursos da Rainha criou maiores para ela.

Crown destaca o discurso que fez Elizabeth II na inauguração da fábrica Jaguar de automóveis. As cenas compõem o 5º episódio da 2ª temporada. O título encaixa como luva no propósito da peça: “Os marionetes”.

Entro na histórica no momento em que o chefe de gabinete da Rainha lê, em voz alta, para seus assessores, o discurso que preparou para a Rainha:

– Talvez vocês não entendam, que da sua constância e capacidade de suportar a fadiga do trabalho maçante e repetitivo e da sua grande coragem para enfrentar pequenas e constantes adversidades dependem, em grande parte, a felicidade e a prosperidade da comunidade…

Aqui ele interrompe, faz alguns consertos e prossegue.   

– O curso ascendente da história de uma nação se deve, em longo prazo, à correção de espírito de seus homens e mulheres comuns.

Um dos atentos ouvidos faz menção de falar. É um jovem assessor. Tanto o orador como os demais repreendem-no com o olhar, mas o jovem continua:

– … de seus trabalhadores?.

Entra na cena o olhar grave, ferino, do sujeito que lê a peça. E o jovem continua:

– É um pouco mais digno.

Todos fazem silêncio e o orador esnoba a sugestão:

– Não, acho que “comuns” está bom. E encerra o assunto, com ar de superioridade.

O jovem não desiste e sai às pressas para pedir o socorro de um colega, que corre até o gabinete de quem poderia rever a proposta. Lá, ele encontra o Chefe de Gabinete.  Ouve, dos dois, o mesmo desdém.

Desavisada, a Rainha fez o discurso do jeitinho proposto pelo Chefe de Gabinete. Deu ruim!  Aconteceu o previsto pelo assessores mais lúcidos. A reação contrária veio através de um jornalista, que publicou uma matéria dura contra o discurso. Dura, mas elegante.

O desenrolar da história é uma aula de política e comunicação. Vale assistir, principalmente, pelas reações da Rainha. Ele compreendeu as críticas e terminou por adotar as sugestões do crítico, com o objetivo de melhorar o discurso. Atitude difícil de se encontrar num mundo onde a vaidade impera.

Por Jackson Vasconcelos

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César Maia, arrependido?

“Na Casa Branca reside um outsider que conquistou a candidatura do Partido Republicano com base na mais radical heterodoxia política”, escreveu Andrea Rizzi do El País, em artigo reproduzido por César Maia, num espaço próprio, onde ele reproduz, diariamente, matérias vindas de todo canto e comenta. Ex-Blog.

Andrea Rizzi está no Ex-blog do dia 20 de dezembro com o título “A Perigosa Missa Fúnebre dos Partidos em Todo Mundo”. César Maia deu espaço ao Andrea Rizzi para dizer que concorda com ele na verificação do esvaziamento dos partidos políticos na França, Inglaterra, Rússia, México, enfim, no mundo todo. E faz coro também com o alerta final:

“(…) Porque embora os partidos tenham alcançado em muitos lugares do Ocidente níveis de corrupção, inépcia, mesquinhez partidária e mediocridade elevadíssimos, seu calvário, a falta de alternativas claras representam uma lacuna no próprio centro do sistema de representação das democracias liberais”. E encerra…”É urgente a renovação dos partidos antes do término da missa fúnebre”.

Logo adiante, está reproduzido o texto trazido pelo César Maia.

Ora, se há alguém nesse mundão de Deus que nunca referenciou ou, pelo menos, deu importância aos partidos políticos, esse alguém é César Maia. Os partidos por onde andou e onde está só lhe tiveram a serventia de atender ao projeto pessoal de poder. Mas, sou fã do César e a minha admiração por ele me faz acreditar que quando ele compartilha a análise e a preocupação de Andrea Rizzi, ele pode estar a um passo da confissão dos próprios erros e do arrependimento. Depois disso, fosse eu o padre que César Maia visita no confessionário, daria a ele o perdão com apenas dois “Ave-Maria” e um “Pai Nosso”.

“A PERIGOSA MISSA FÚNEBRE DOS PARTIDOS EM TODO O MUNDO”!

(Andrea Rizzi – El Pais/OG, 15)

1. Cada vez mais, nomes alternativos superam legendas tradicionais. Na Casa Branca reside um outsider que conquistou a candidatura do Partido Republicano com base na mais radical heterodoxia política.

2. E depois, com a mesma retórica, alcançou a presidência: no Eliseu habita uma figura antipódica, mas que também lançou seu projeto de conquista do poder desde fora do sistema tradicional de partidos, fundando seu próprio movimento para isso.

3. Em Downing Street trabalha uma política ortodoxa que, no entanto, tem de dedicar todos os seus esforços a administrar um incêndio, o Brexit, ateado contra a vontade unânime dos dirigentes dos partidos britânicos (conservadores, trabalhistas, liberal-democratas, verdes e nacionalistas escoceses defendiam a permanência na UE).

4. Agora, no Kremlin, um lobo velho com muito olfato anuncia que, para continuar ali, competirá nas presidenciais do ano que vem como candidato independente. Obviamente, o panorama político russo é muito diferente do estadunidense, francês e britânico. À margem de definições abstratas, o grau de pluralismo na Rússia é gravemente inferior, e a manobra de Putin é um giro meramente tático com o qual o líder tenta reforçar sua imagem de pai da pátria acima dos partidos.     

5. Na Rússia os partidos há muito tempo significam muito pouco. Mas a pequena manobra tática de Putin diz muito. Lança nova luz sobre a grave crise dos sistemas de partidos em um grande número de países.

6. No México, o PRI, totem da categoria dos partidos, acaba de escolher como candidato um homem com uma trajetória atípica, exógena a suas fileiras, e que foi ministro sob um presidente de outro partido.

7.  Na Itália, outrora canteiro de partidos formidáveis (e formidavelmente corruptos), ganha cada vez mais força a possibilidade de que depois das eleições do próximo semestre governe alguma figura alheia ao foro mais íntimo dos partidos. A lista poderia prosseguir.

8. O índice de confiança dos cidadãos nos partidos se encontra em níveis mínimos. O Eurobarômetro do primeiro semestre deste ano mostra dados demolidores. Os partidos são a instituição que obtém o menor grau de confiança dos cidadãos europeus, míseros 19%. Polícia e Exército têm média de 75%; a Justiça, 55%; e até outras instituições políticas alcançam marcas muito melhores: autoridades locais e regionais, 52%; governos, 37%; parlamentos, também 37%.

9. Não é de estranhar, portanto, que a capacidade dos partidos de atraírem os melhores talentos juvenis esteja profundamente reduzida. Tudo isso representa um sério risco. Porque, embora os partidos tenham alcançado em muitos lugares do Ocidente níveis de corrupção, inépcia, mesquinhez partidária e mediocridade elevadíssimos, seu calvário, a falta de alternativas claras, representam uma lacuna no próprio centro do sistema de representação das democracias liberais.

10. Que, por sua vez, na falta de serem inventados sistemas melhores, é o que produziu em termos comparativos os maiores níveis de progresso social, econômico e cultural. É urgente a renovação dos partidos antes do término da missa fúnebre.

Por Jackson Vasconcelos

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Filhocracia…

“Filhocracia”. Que diabos é isso? De onde veio? A palavra foi criada pelo Luis Erlanger, faz tempo. Aconteceu em 1997. Ele e mais quatro personalidades entrevistaram César Maia, que naquele momento deixava a prefeitura do Rio nas mãos do sucessor que ele mesmo elegeu, Luiz Paulo Conde.

Erlanger reagiu a um comentário e uma dúvida do César Maia, que relembrava o momento em que sucedeu Marcello Alencar na prefeitura do Rio:

– Durante a transição, procurei o Marcello e perguntei: “Marcello, algumas áreas do seu governo deram certo, gostaria de continuar com alguns dirigentes”. Ele disse: “Todos estão proibidos de aceitar cargos no seu governo”. Note bem: “Proibidos. No caso do Gazola (que foi secretário de Saúde no governo do Marcello Alencar), recorri ao Marco Antônio Alencar e disse: “Vê se pelo menos o Gazola continua no meu governo”. O Marco Antônio conseguiu convencer o pai, os filhos sempre conseguem convencer os pais – no caso dessa relação, não sei o nome que se dá na psicologia, um complexo desse tipo…”.

Erlanger, inteligência e humor fulminante, responde:

– Filhocracia.

O tempo passou. Marcello Alencar já se foi. Marco Antônio, nomeado pelo pai, assumiu uma das cadeiras de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Não faz muito tempo, por decisão de Justiça foi afastado, preso e solto, mas sem retornar ao cargo, que é vitalício.  César Maia, depois da entrevista, foi candidato a governador, perdeu. Foi candidato ao Senado duas vezes, perdeu. Foi candidato duas vezes a vereador do Rio e venceu. Luis Erlanger permanece ativo e brilhante. Rodrigo Maia, filho do César Maia tem dado as cartas na vida nacional e na vida do pai.  

Em outros campos do mesmo lugar, há os filhos do Picciani, os filhos do Jair Bolsonaro, a filha do Garotinho e, talvez, outros tantos filhos e tantos outros políticos.

Pode, então, dizer que somos uma Filhocracia no lugar de um democracia ou de uma aristocracia?

Por Jackson Vasconcelos

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Olhem isso!

Bati os olhos no Valor Econômico e encontrei a indicação de leitura do artigo publicado pela ex-senadora Marina Silva: “Brasil por se descobrir”. Não deixei passar porque Marina deve ser, novamente, candidata à Presidência da República e, se ela, tem um Brasil a descobrir, seria importante saber qual.

No primeiro parágrafo, Marina diz: “O que significa falar sobre as perspectivas para o Brasil em um momento de tantas dores e dificuldades, como  o que estamos vivendo hoje nesse mundo plasmado de volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade, resumido na sigla “vuca” em inglês, e que em português parece ter virado muvuca”. Troço confuso, esquisito, com intenção de ser humorado, sem ser.

Não desanimei. Fui adiante tentando encontrar o “Brasil por se descobrir”.

Marina abriu o segundo parágrafo com “A chegada do fim do ano é um momento propício para pensarmos em novos começos”. Hein? Marina prossegue: “E por que não tentarmos unir as pessoas para encontrar uma aspiração de país, como parte significativa de nossa busca por um Brasil ideal?”. Será esse o Brasil a descobrir? O Brasil ideal? Mas, o que seria o Brasil ideal?

Marina, então, faz um diagnóstico: “Temos preocupantes déficits de investimento. O Brasil é marcado por uma profunda desigualdade social, que exige do Estado políticas públicas em larga escala…” etc e tal. Juro que tive vontade de parar por aqui. Mas, eu não faria isso com a ex-senadora. Segui em frente e me arrependi, porque não encontrei o “Brasil por se descobrir”.

Marina encerra o artigo citando Gilberto Gil:”Como diz Gilberto Gil, o povo sabe o que quer, mas também quer o que não sabe”. Eu sei o que quero: que a ex-senadora Marina Silva me mostra o “Brasil por se descobrir”. Ela tem até o dia da eleição, no início de outubro do próximo ano para me dizer. Se dizer, terá alguma chance de conseguir o meu voto.

Por Jackson Vasconcelos

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“The Crown”. Com quem está a coroa?

Houve um tempo que não era assédio um príncipe inglês casado cantar uma jornalista. Tempo que, como em toda época, é comum uma jornalista dar uma voltar em alguém poderoso. É um caso que conto agora.

Se você tem afinidade com os temas comunicação e política e não fez isso ainda, tire um tempinho para assistir a série The Crown (A Coroa) oferecida pela Netflix. A segunda temporada já está no ar. É a história biográfica do reinado da rainha Elizabeth II, que assumiu o trono em 1952 e reina ainda hoje. Ela está com 92 anos de idade e casada há 70 com o Philip, personagem do caso que conto: a imprensa e o poder. Jovem, ele estava em viagem pelo mundo. Quando chegou na Austrália, percebeu que uma jornalista acompanhava a comitiva e com ela trocou olhares. Na cerimônia, no final do percurso, os olhares ficaram mais quentes e intensos, percebidos pelo ajudante de ordens do Príncipe.

Na saída, depois de fazer um discurso que o ajudante de ordens elaborou para ser, na palavra dele, “genérico, a ponto de você poder decorar feito um papagaio”, o príncipe, com os olhos, fez o ajudante de ordens entender o interesse dele pela jornalista. Aconteceu o seguinte diálogo:  

– Helen King, tem 29 anos e escreve para o The Age…, ela quer ouví-lo, disse o ajudante de ordens.
– Então, vamos ouví-la.
– Pra quê?
– Para uma entrevista.
– Pensei que nesta viagem você não daria entrevistas
– Sim, mas no caso dela, estou disposto a fazer uma exceção. Viu como ela estava olhando pra mim?
– Vi.
– Acho que não estou delirando. Sabe como é o radar masculino. Sem dizer que ela nos seguiu por toda parte. Acho que é seguro supor que ela é amiga e não inimiga.

No meio da última frase, o príncipe dá um sorriso maroto.

O ajudante de ordens fez a vontade do príncipe. A jornalista não. A entrevista aconteceu. Um desastre!

O ator, Matt Smith, no papel do Príncipe, fez excelente papel. Ele consegue materializar na face todo o desenrolar dos sentimentos do personagem que representa.

Quando a jornalista entra no camarim, Philip dispensa o ajudante de ordens com o ar de conquistador vitorioso, imagem que fica com ele até a terceira pergunta. Dali por diante, as perguntas ficam delicadas sobre a vida pessoal do Príncipe. O semblante de conquistador dá lugar ao constrangimento, em seguida, à raiva e por fim a angústia, que fez Philip, com pressa, abandonar o local, deixando a jornalista para trás.

Na saída, Philip encontra o ajudante de ordens e avisa: “Nunca mais deixe que a vaidade me convença”. Uma aula para todos os políticos, gente dada a cair nas armadilhas da imprensa impulsionada pela vaidade.

A última pessoa com que você fala, quando conversa com alguém da imprensa é com esse alguém, que está diante de você só como veículo de uma mensagem que alcançará muita gente. A cena está no capítulo 2 do segundo episódio. Vale assistir.

Por Jackson Vasconcelos

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Encontro “Que raios de eleição é essa?”

Na última terça-feira, dia 19, matei as saudades que sentia há muito de tempo de bons amigos. Aconteceu na Livraria Cultura, no Centro do Rio de Janeiro, que está num antigo teatro. As adaptações respeitaram a história, o que faz do ambiente um culto à cultura. O livro que escrevi, “Que raios de eleição é essa?” foi o pretexto do nosso reencontro. Fiz uma exposição do trabalho. Falei de política, de campanhas e eleições. A seguir, um resumo:

Entre todas as definições de política que encontrei pelo caminho, a melhor diz que a política é a arte de resolver de modo pacífico os conflitos humanos. Onde entra a violência, a vontade imposta pelo mais forte, o “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, a política desaparece. Quando a solução dos conflitos se dá pelo diálogo, pela construção do consenso, pelo respeito ao dissenso, pela capacidade de recuar alguns passos para avançar outros mais, ali se tem a política. A guerra é o ode à violência, a trégua e a paz, um ato deliberado da política.

A disputa pelo poder é um dos conflitos humanos. Pode se dar pela violência, como aconteceu no tempo do Getúlio e em 1964, quando a farda impôs o jogo. Algo parecido se quer fazer agora com o peso das togas, que buscam alicerce na subjetividade da lei brasileira.

A política resolve o conflito da disputa pelo poder via voto, via eleições e eleições nos remetem às campanhas. Tenho uma paixão enorme pela política e pelo fazer campanhas eleitorais. Elas podem acontecer com estratégia ou na tentativa erro, no “eu acho”, etc. A escolha do caminho é decisiva para o resultado? Não é, mas ajuda e quem trabalha com estratégia diminui muito o risco de perder…”.

Segui esta trilha por 30 minutos e no final, fiz nova noite de autógrafos. Foi sensacional!

Por Jackson Vasconcelos
Fotos: Alessandro Costa

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Insensibilidade! Não tem outro nome

Mara Gabrilli assinando projeto de lei de inclusão deficiente (Foto: Luiz Alves)

A deputada Mara Gabrilli está nas Amarelas da VEJA. Ela tem marcado a política com exemplos de atitudes firmes contra o PT, tendo como pano de fundo o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel.

A entrevista fez emergir, além das qualidades da entrevistada, duas situações opostas no campo da sensibilidade. Uma positiva: a da entrevistadora, Marcela Mattos, que aproveitou em favor dos leitores, as qualidades da entrevistada. Outra negativa: do presidente da Câmara dos Deputados, deputado federal Rodrigo Maia.

O fato está na resposta da deputada Mara Gabrilli sobre a maneira como ela enfrenta o dia-dia no Congresso Nacional sendo tetraplégica. Ela respondeu: “Enfrento os desafios comuns a todos os deficientes. Meu gabinete é muito longe, e não dá para ir e voltar porque corro o risco de perder as votações. Então fico vagando pelo Salão Verde. É desagradável. Rodrigo Maia, presidente da Câmara, me disse que vão desmontar uma agência bancária que fica próximo do plenário para transferir meu gabinete para lá”.

Precisa dizer mais sobre a insensibilidade do Presidente Rodrigo Maia? Eu conheço o prédio da Câmara dos Deputados. Em volta do plenário há “n” gabinetes administrativos, cheios de burocratas que mal cumprem o horário de trabalho. Existe também o gabinete do próprio presidente, um latifúndio criado para cultuar a burocracia.

Por que diabos a deputada precisaria esperar a desativação de uma agência bancária, para exercer o mandato com um pouco mais de conforto e dignidade?

Por Jackson Vasconcelos

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Esse Dória…

Julgue você mesmo. A Revista Veja promoveu entrevistas com várias personalidades em um teatro em São Paulo, num projeto que chamou de “Amarelas ao Vivo”. Na edição desta semana, a revista fez um compilado das perguntas e respostas do encontro. Destaco duas respostas do prefeito João Dória.

Na primeira, ele afirmou: “Aliás, quero dizer uma coisa: eu sou tucano, mas não ando em cima do muro. As minhas posições são claras, ou é sim ou é não”.

Palmas!!!

Mas, em seguida, ao ser perguntado se seria candidato a presidente, o que fez o Dória? Ficou em cima do muro.

“Nunca me apresentei como pré-candidato a presidente da República. Não sou eu que falo ou peço às sondagens que me incluam nesse contexto. Entendo que o Brasil precisa de uma candidatura de centro. Entendo que o Brasil precisa ir para a frente. Estarei apoiando essa corrente…”.

Já tem algum tempo, no auge das travessuras do prefeito Dória, que eu avisei que esse cara teria voo curto. Ta aí!

Por Jackson Vasconcelos