A deputada Mara Gabrilli está nas Amarelas da VEJA. Ela tem marcado a política com exemplos de atitudes firmes contra o PT, tendo como pano de fundo o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel.
A entrevista fez emergir, além das qualidades da entrevistada, duas situações opostas no campo da sensibilidade. Uma positiva: a da entrevistadora, Marcela Mattos, que aproveitou em favor dos leitores, as qualidades da entrevistada. Outra negativa: do presidente da Câmara dos Deputados, deputado federal Rodrigo Maia.
O fato está na resposta da deputada Mara Gabrilli sobre a maneira como ela enfrenta o dia-dia no Congresso Nacional sendo tetraplégica. Ela respondeu: “Enfrento os desafios comuns a todos os deficientes. Meu gabinete é muito longe, e não dá para ir e voltar porque corro o risco de perder as votações. Então fico vagando pelo Salão Verde. É desagradável. Rodrigo Maia, presidente da Câmara, me disse que vão desmontar uma agência bancária que fica próximo do plenário para transferir meu gabinete para lá”.
Precisa dizer mais sobre a insensibilidade do Presidente Rodrigo Maia? Eu conheço o prédio da Câmara dos Deputados. Em volta do plenário há “n” gabinetes administrativos, cheios de burocratas que mal cumprem o horário de trabalho. Existe também o gabinete do próprio presidente, um latifúndio criado para cultuar a burocracia.
Por que diabos a deputada precisaria esperar a desativação de uma agência bancária, para exercer o mandato com um pouco mais de conforto e dignidade?
Por Jackson Vasconcelos