Definitivamente, quem manda no Brasil é a Justiça e faz isso sem voto, sem delegação dos eleitores e à despeito deles. Hoje mais um ato prova o fato. Proclamado está o resultado da eleição para governador do Tocantins, há apenas quatro meses da próxima eleição para a mesma função. Quanto desperdício de dinheiro do contribuinte, porque operar uma eleição não é ação barata. Ao contrário, sabe-se que custa uma fortuna.
Mas, o custo não é preocupação da Justiça. Pode-se dizer que a efetividade da democracia vale qualquer custo. Contudo, qual a efetividade de uma eleição para governador, com outra eleição a acontecer quatro meses depois?
Outro argumento válido seria a vontade do eleitor de votar. Mas, nem isso se encaixa no caso da eleição no Tocantins. O governador foi eleito com 368.553 votos. O outro candidato obteve 121.908. No total, 490.461 eleitores votaram nos candidatos, mas 527.868 eleitores não votaram. 355.032, simplesmente, não compareceram. Mas, todos pagaram a conta e pagarão de novo em outubro.
Sinceramente, deveria ser crime autorizar uma eleição como essa. E, outra medida que já deveria existir no Brasil: Quando o número de “não votos” for maior do que o de votos válidos, a eleição deveria ser anulada e o partidos obrigados a apresentar candidatos que incentivem o eleitor a votar.
Por Jackson Vasconcelos