A gente já começa a ver as redes de rádio, TV e jornais à caça dos candidatos para as entrevistas e debates. Tenho acompanhado. Por enquanto, estão em cena os candidatos à Presidência da República. A TV Folha, do Grupo Folha de São Paulo está mais ativa. Dizem que a política mudou, contudo, nada diferente há nas entrevistas com os candidatos que confirme isso. Nem os jornalistas, nem os políticos mudaram.
O Brasil caminha com os problemas de sempre. Agravados é verdade. Uma taxa altíssima de desemprego. A criminalidade em terra pátria anda de fazer inveja a Chicago do tempo de Al Capone e à Sicília da máfia italiana. Mata-se qualquer um por qualquer dinheiro e até por dinheiro algum.
No entanto, a preocupação central dos jornalistas entrevistadores e dos candidatos tem sido os motivos das alianças políticas, a relação que eles terão com o Congresso Nacional promíscuo e outras bobagens iguais.
Isso é ruim pra imprensa? Nem tanto, mas é péssimo para os candidatos. O povo passa ao largo e isso não tira o emprego dos jornalistas, mas tira a chance de vitória dos candidatos. Eles, portanto, deveriam assumir as rédeas nas entrevistas. Colocar em pauta os temas que, de fato, interessam à população. E apresentar, com honestidade suas opiniões, sem se socorrerem na marquetagem.
Os candidatos já deveriam saber, pela experiência que o Brasil já tem larga neste campo, que o papel dos jornalistas designados para cobrir as campanhas não é informar. É derrubar. É caçar os candidatos à exaustão.
Por que os candidatos caem nas armadilhas?
Porque os entrevistados falam com os jornalistas, respondem a eles. Esquecem ou não percebem que os entrevistadores são simples veículo, por onde os candidatos devem passar rápido para chegar aos eleitores.
Por Jackson Vasconcelos