Publicado em

O Partido é NOVO?

Público do Zema.

Não consigo desamarrar o conceito de liberal da referência ao modo como funciona o Estado. Muitos pensadores ampliam a definição, para posições mais filosóficas e poéticas, para navegar no alto mar da ciência política. Eu sou um plebeu entre os da elite do pensamento e, por isso, sinto-me à vontade para considerar-me um liberal, pelo modo como entendo o papel dos agentes públicos na sociedade – o jeitão como o Estado Brasileiro funciona.

É com esse sentimento, que assisti a entrevista que o João Amoêdo concedeu ao Noir Podcast, comentada pelo Boletim da Liberdade, com a seguinte manchete: “Amoêdo mostra-se cético sobre papel do liberalismo no NOVO: não deve ficar escravo”.

Quando fez referência ao liberalismo no Partido Novo, João Amoêdo afirmou que a ideologia liberal não foi a motivação dos fundadores do partido e também não é a razão da existência dele. Os liberais formam um nicho, segundo ele.

O objetivo dos fundadores – disse João Amoêdo – foi criar um instrumento de ação política, para “os não políticos” colaborarem com o esforço de “melhorar a vida das pessoas, devolver o poder de decisão para o cidadão e garantir eficiência na máquina pública”. Uma maneira didática de dizer que o Partido Novo é, sim, ou pelo menos, tentou ser, escravo do pensamento liberal.

Paulo Cruz, entrevistador principal, fez referência ao Estado Brasileiro, quando apresentou João Amoêdo: “Estamos aqui com ele, que é empresário, político hoje e é um batalhador pelas ideias políticas livres de amarras estatais – digamos assim”.

Adiante, Paulo Cruz fez, novamente, referência ao Estado Brasileiro: “É feito para não funcionar. É feito para ser emperrado; para ser patrimonialista, caro, grande e lento”. João Amoêdo completou a frase: “para manter quem está lá. Para ser ineficiente. Para alocar mal os recursos”. Logo depois, João Amoêdo afirmou: “Muita gente diz que o Brasil precisa de um Estado grande, porque é muito pobre. Eu defendo o contrário. O Brasil é pobre, porque tem um Estado muito grande”.

O liberalismo saiu com vida da entrevista. O Partido Novo, não!

João Amoêdo falou sobre as dificuldades que teve, quando aceitou o convite da maioria dos diretórios do Novo para ser, novamente, candidato à Presidência. Quem tem mandato conquistado com o voto popular não aceitou a candidatura do João Amoêdo, por capricho e enquadrou os membros dos diretórios, que, pelo Estatuto, seriam os senhores da decisão.

Para evitar o João Amoêdo, o grupo criou uma cortina de fumaça com a candidatura de um deputado federal por Minas Gerais, terra do único governador eleito pelo partido; convocou quem tem mandato para um encontro em Santa Catarina, local da única vitória do partido na disputa por uma prefeitura e deu o recado. No melhor estilo da tradicional política brasileira, o grupo empurrou João Amoêdo para a desistência, sem assumir a decisão formalmente. É o que disse João Amoêdo.

Ele mostrou, deste modo, que no Partido Novo, se não são os filiados que deliberam – o que é ruim – menos ainda deliberam os diretórios, que representam os filiados. Lá, quem decide é a força dos mandatos exercidos no corpo do Estado Brasileiro.

Chegamos, então, ao ponto de o Novo apresentar aos eleitores um candidato à Presidência que não é escolhido pelos filiados e menos ainda, com liberdade, pelos membros dos diretórios.

Aconteceu do mesmo modo aqui, quando Paulo Ganime foi escolhido para representar o partido na disputa pelo governo do estado. Quem tem mandato popular determinou a estratégia do partido, sem ouvir os filiados e criando uma cortina de fumaça nos encontros regionais do partido. Juliana Benício concorreu com Paulo Ganime e sofreu constrangimentos semelhantes aos impostos ao João Amoêdo.

Quase ao final da entrevista, João Amoêdo diz que o PT e o Lula estão mais fortes, por causa do Bolsonaro. Discordo. Os motivos são outros e passam pela estratégia errada do Sérgio Moro e dos liberais, que não conseguem mostrar ao povo brasileiro que uma campanha eleitoral tem tudo para dar errado quando é feita contra os candidatos e não a favor de um ideal, que no Brasil deveria ser de redução drástica do poder que o Estado tem de se meter na vida das pessoas.

É o Novo que se faz velho a cada nova decisão. É o Novo que se faz menos liberal, a cada eleição.

Artigo publicado no Boletim da Liberdade, em 18.04.2022

Publicado em

Quem serão os eleitos em outubro?

Quem serão os eleitos em outubro? Você sabe? 

Quem serão os deputados federais e estaduais eleitos no Estado do Rio de Janeiro em outubro? Tomando por base a polarização entre Lula e Bolsonaro e as decisões dos eleitores em 2018, ocasião em que a polarização aconteceu entre os mesmos pólos, é possível desenhar os cenários. 

Na eleição passada, Jair Bolsonaro fez no Estado do Rio de Janeiro, barba, cabelo e bigode. Ele elegeu o governador e os dois senadores. Elegeu também 13 deputados federais e 14 estaduais se considerarmos só os eleitos pelo PSL. Mas, sabe-se que muitos outros penduraram-se nele, inclusive a turma do Partido Novo que, no primeiro turno ficou no vai-não vai com o candidato João Amoedo. 

Quando a gente olha os resultados de 2018, cidade a cidade do Estado do Rio, verifica que Jair Bolsonaro venceu o PT em todas elas e com diferenças expressivas. Na capital, por exemplo, no primeiro turno Jair Bolsonaro obteve 1.930.000 votos e Fernando Haddad, 398 mil. 

A minha análise recebeu a ajuda, no domingo passado, de um bom material publicado pela Folha de São Paulo, no Caderno Ilustrada, Ilustríssima, a mim encaminhado por duas fontes: pelo próprio autor, Antonio Lavareda e, no mesmo momento, pelo Rodrigo Bethlem, estudioso da política. Com o título “Barômetros Ideológicos”, o artigo antecipa o lançamento de um livro do Lavareda e Helcimara Telles, “Eleições Municipais na Pandemia”. 

Lavareda revisitou as eleições municipais de 1985 até 2020, e concluiu que as disputas pelos cargos de vereadores e prefeito têm funcionado como barômetros ideológicos das eleições gerais posteriores. Por gráficos presentes na matéria, Lavareda mostra que a campo ideológico da Direita venceu a Esquerda, com larga margem, nas eleições de 2020, para prefeitos e vereadores. 

A polarização teve peso na seleção, que fez o eleitor.

Sabe-se lá como será encerrado o período eleitoral deste ano, mas se o desenho for o de agora até outubro, a polarização entre Lula e Bolsonaro permanecerá a ponto de levar os dois para o segundo turno. Dizem as pesquisas que Lula chegará ao segundo turno à frente do Jair Bolsonaro. É possível, se as causas do voto dado a Jair Bolsonaro em 2018 desapareceram, ou seja, se a onda contra o PT com a força e a rapidez de um Tsunami, virou uma marola ou onda calma. Daí, cabe a pergunta: quem rejeitou o PT – e o PT é Lula e só Lula – estaria disposto a rever a posição e votar nele? 

Lula, para justificar o apoio presente de Geraldo Alckmin, disse que eles dois mudaram o suficiente para revisarem suas posições de 2018. Mas, afirmo: posições de um contra o outro e não com relação ao Jair Bolsonaro. Naquela eleição os dois estiveram do mesmo lado. E, no Estado do Rio de Janeiro, meu objetivo aqui, os votos dados ao Geraldo Alckmin, se somados aos votos do candidato do Lula, Fernando Haddad, no primeiro turno, o resultado final ainda seria favorável ao Jair Bolsonaro. 

Encerro com um ponto: haverá espaço no processo seletivo que leva o eleitor a escolher em que irá votar para a Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados e mesmo para o Senado Federal e até para o governo do estado, para candidatos que não estejam num dos dois pólos? Acredito que não. Tenho para mim e para quem quiser me ouvir, que a escolha do eleitor para todos os postos terá como base os dois candidatos à presidência, Jair Bolsonaro e Lula. 

O futuro dirá. 

Publicado em

Sérgio Moro, um elefante em loja de louças.

Só resta ao eleitor, aguardar. 

Precisava Sérgio Moro convocar a imprensa para comunicar a troca de partido? Claro que não. Para os eleitores dele e para os que ele pretende conquistar, os partidos não têm importância. Aliás, acredito que para nenhum eleitor brasileiro. 

Quando festejou a entrada no Podemos e quis, agora, quebrar o constrangimento de ter saído, Sérgio Moro conversa com o mundo da política e da imprensa e não dos eleitores. E, como não está acostumado com o mundo novo, Sérgio Moro anda na campanha como um elefante em loja de louças. A cada discurso, um estrago, a cada decisão, uma vergonha. 

Começo a análise da declaração dele à imprensa com uma frase, que cada um pode interpretar como quiser e atribuir a quem quiser: “Navegar é preciso, viver não é preciso”. Eu fico com Fernando Pessoa no lugar do general Pompeu na autoria da frase, e com a interpretação que tem mais com um general do que com um poeta, para dizer que o navegar com menor risco é o uso correto dos instrumentos de navegação.  O viver, no entanto, será sempre surpreendente, felizmente. Nele nada é preciso, nem o tempo com que se contará com ele.  

A estratégia é um instrumento de navegação, mas nem todo mundo acredita nela. Tem gente que prefere a intuição e a adivinhação; o ouvir sem questionar, quem vende decisões só por achar. 

Sérgio Moro julgou e condenou Lula à prisão e à inelegibilidade, quando instruiu os processos para o julgamento na segunda instância. Se solto e elegível, Lula teria concorrido à presidência em 2018, para ser o adversário principal do candidato Jair Bolsonaro. Os dois teriam ido ao segundo turno, uma vez que o representante do Lula conseguiu. Jair Bolsonaro venceu a eleição e Sérgio Moro tornou-se ministro. Com esse ato, o juiz autorizou a imaginação de os julgamentos terem acontecido com a intenção política para tirar Lula do combate. Pouco tempo depois, o próprio judiciário, na última instância, no Supremo Tribunal Federal, reforçou a imagem quando anulou os processos. 

Sérgio Moro ficou pouco tempo no governo, mas nesse pouco tempo deu apoio incondicional ao presidente, até que começou a perder prestígio. Ele, então, resolveu deixar o ministério e buscar emprego no setor privado, mas numa empresa de consultoria, que atende também casos julgados e condenados por ele. Levantou-se mais uma dúvida sobre a seriedade dos julgamentos. Tudo isso foi-se acumulando na imaginação dos eleitores. 

Após ir e vir, entre o setor público e o setor privado, Sérgio Moro retornou ao ambiente da política com uma festa de comemoração pela filiação ao Podemos e esta semana apareceu para comunicar a filiação ao União Brasil. Armou-se a confusão. Ficou claro, que a filiação dele ao Podemos foi uma decisão precipitada e pelas reações da turma que está no partido para onde ele foi, a nova escolha foi mais precipitada ainda. 

Se olhasse com olhos mais atentos o funcionamento da política, Sérgio Moro teria concluído que filiação a um partido é decisão que os políticos só tomam no último minuto do tempo legal. Não por indecisão. 

Engana-se quem acredita que os políticos demoram a decidir, por serem indecisos e que os políticos mineiros por demorarem mais, são mais hesitantes. Nada disso. Eles e elas sabem que a política é dinâmica e o ambiente se movimenta e os mineiros sabem disso bem mais que qualquer outro político. Então, esperam que as engrenagens se encaixem e, aí sim, decidem. 

O encontro de Sérgio Moro com a imprensa para comunicar a filiação ao partido União Brasil foi ruim e regado com um discurso arrogante e confuso. Bem pior do que o que ele fez para comunicar a filiação ao Podemos, que foi estridente, glamouroso, mas também confuso. 

Sérgio Moro chegou ao ambiente da entrevista meio sem jeito, visivelmente incomodado, vestido num uniforme de candidato, paletó escuro e camisa azul. O mesmo usado no dia da filiação ao Podemos. Ao sentar, ele desabotoou o paletó e nele limpou os óculos. Colocou alguns papéis sobre a mesa onde estavam os microfones da imprensa, usou um sorriso ensaiado, um pigarro e começou a falar. Nem de longe, ele lembrava o candidato glorificado na convenção do Podemos. 

Aí, entrou em campo um texto preparado para ele, sem qualquer cuidado com a imagem que se tem dele. Retirei alguns trechos, para o exercício de um contraditório, como se houvesse um debate. 

  1. “Eu não desisti de nada”. Disse ele. De nada, o quê, exatamente? 
  2. “Sigo firme na construção de um projeto para o país. Temos que falar a verdade. O Brasil está em um ano eleitoral decisivo, no qual iremos escolher que tipo de país queremos ser…”. Qual seria a mentira?  
  3. “Não tenho ambição por cargos”. Quem disse que tem? Ele responde a quem, exatamente. 
  4. “Também não tenho necessidade de foro privilegiado ou outros privilégios, que sempre repudiei e que defendo a extinção. Aliás, não serei candidato a deputado federal.”  Um aliás infeliz, porque remete à ideia de que todos os que são candidatos a deputado federal estão, na verdade, à busca de privilégio e de foro privilegiado. Gente de quem Sérgio Moro depende até para ser candidato. 
  5. “Precisamos, com urgência, da união do centro democrático contra os extremos. Hoje, no Brasil, quem lidera a formação desse pólo político é Luciano Bivar”. Por que Luciano Bivar? Pelo balaio de gatos que ele criou, quando juntou PSL e Democratas? Com que base Sérgio Moro faz tal afirmação?
  6. “Meu movimento político exigiu desprendimento e humildade.” Ficar no Podemos seria uma prova de ambição, cobiça e arrogância? 
  7. “Fui a primeira liderança a fazer esse gesto político em prol da unificação do centro democrático…Precisamos de outros atos de desprendimento de Luiz Felipe D’ávila, João Dória…”. O que ele quer dizer com isso? Sejam com eu. Tenham vocês o mesmo desprendimento e humildade para aceitar a minha candidatura à presidência no lugar de vocês. 

Enfim, este é Sérgio Moro, o juiz que, ao aceitar ser Ministro do Presidente que venceu a eleição, depois de ter enjaulado o principal concorrente dele, deu liberdade para quem, por esperteza e conveniência, assuma a prisão do Lula como uma grande armação, imagem que a Justiça ajudou a construir, quando anulou todas as decisões do juiz da lava-jato. 

No mundo das pessoas que vivem longe da política, essas coisas passam ao largo e aos eleitores só resta aguardar que os políticos acertem o passo, comecem as campanhas e ofereçam razões para receberem os votos dos eleitores. 

Publicado em

Vidente Allan Richard Way

O vidente Allan Richard Way. 

Você já ouviu alguma coisa sobre um vidente famoso chamado Allan Richard Way? O jornalista Carlos Heitor Cony, um profissional que, enquanto viveu, fez um trabalho muito bom na imprensa brasileira, entrevistou o vidente, num subúrbio de Londres, onde ele residia. 

Segundo Carlos Heitor Cony, a casa do vidente foi construída no estilo Tudor, o mesmo adotado pelas universidades de Oxford e Cambridge. Allan era indiano e estava radicado na Inglaterra há muitos anos. Cony fez várias matérias com as previsões do vidente, no tempo em que estava na revista Manchete, que existiu até o ano 2000, se não me engano. 

Outros jornalistas tentaram entrevistar o vidente, sem sucesso. A TV Globo, por exemplo, pediu à sua diretora da sucursal em Londres para localizar Allan Richard Way e ela só tinha, como indicações, o bairro, a rua e o estilo da residência. Ele nada conseguiu e não convenceu seu chefe da impossibilidade absoluta. Por isso, ela perdeu o emprego e houve quem falasse à boca pequena na imprensa brasileira, que Allan Richard Way já sabia disso antes do fato acontecer. 

Allan Richard Way se tornava famoso a cada nova matéria assinada pelo Carlos Heitor Cony, mais pelo mistério e do que pelas adivinhações, já que acertava pouco ou quase nada. 

Uma vez, Allan Richard Way previu o desmoronamento de uma das pilastras da Ponte Rio-Niterói. Eu me lembro bem desse momento. O governo federal interditou a ponte por quase uma semana, para fazer as revisões nos pilotis. Mesmo depois da verificação técnica exaustiva, as autoridades liberaram o tráfego com muito receio ainda. 

Até que um dia, Carlos Heitor Cony abriu o jogo para dizer que Allan Richard Way era uma grande mentira, uma gozação, assunto que facilitava a vida dele como jornalista obrigado a criar, diariamente, colunas de notícias, para atender o patrão, Adolpho Bloch e evitar aborrecimentos com um chefe de redação que queria tê-lo pelas costas. 

A história do vidente Allan Richard Way é boa para os tempos de agora, quando tem gente que prega com toda a convicção do mundo, que esse tal de Fake News é coisa moderna, criada pela internet. Qual o quê! 

A imprensa do mundo todo tem várias situações, por vezes trágicas, por vezes cômicas e por vezes românticas, de mentiras bem contadas, deixando com o povo o direito ou prerrogativa de descobrir a verdade. Moderno é o mau-humor latente na sociedade brasileira, que perdeu a graça e a capacidade de apreciar  o que é cômico e divertido. Tudo, rigorosamente, tudo, hoje em dia é motivo para brigas, confusões e atritos. O brasileiro perdeu o bom-humor e a paciência. Isso, nem o vidente Allan Richard Way foi capaz de prever. 

Vejam vocês. Hoje, até a Suprema Corte foi provocada para cuidar das notícias que não cheiram bem, porque, o diabo do Estado Brasileiro tem a certeza de que nós, brasileiros e brasileiras, somos impotentes, ignorantes o suficiente para não conseguir avaliar corretamente o que nos falam os políticos. Como isso tem dado certo, daqui a pouco, a Suprema Corte cuidará de dizer o que a imprensa pode ou não comunicar, porque, toda comunicação, segundo os supremos ministros,  precisa ser fidedigna e sem humor, de preferência. 

Portanto, a imprensa que aplaude a censura aos políticos, logo, logo, sentirá o peso da censura. Lula da Silva sonha com o dia em que só se poderá dizer qualquer coisa sobre ele se forem elogios. 

Hoje, Allan Richard Way seria um foragido da Justiça Brasileira residindo em Londres.

Publicado em

Chamem Sérgio Moro!

Em 2018, o Ministro Edson Fachin negou um pedido dos advogados do Lula para soltá-lo. Os advogados tentaram, então, transferir Lula para o regime de prisão domiciliar, mantida a inelegibilidade dele. O Ministro Fachin negou. Mas, esta semana, o mesmo Ministro Fachin anulou todos os processos contra Lula, por considerar que Sérgio Moro não poderia tê-lo julgado e desse modo tornou Lula elegível. Moro deixou o governo há um ano. É hora de buscar Sergio Moro. Afinal, não se pode desconsiderar que Lula, mesmo preso, deu ao Fernando Haddad, no segundo turno da eleição passada, mais de 40% dos votos válidos. Não será fácil vencer o cara sem ajuda.

Publicado em

O EMBAIXADOR EDUARDO BOLSONARO.

O Presidente Jair Bolsonaro não completou ainda o sétimo mês de governo e deseja nomear o filho, deputado federal, Eduardo Bolsonaro para a Embaixada do Brasil em Washington. Será? O Presidente quer isso mesmo? O filho estaria disposto a renunciar ao mandato para exercer a função? É difícil responder a essas perguntas com convicção, porque não é possível alguém adivinhar o que passa pela cabeça dos outros. Mas, conhecendo a estratégia de comunicação adotada pelo presidente, estou autorizado a duvidar.

Bolsonaro permanece em campanha e com a prática de ocupar todo o espaço que consiga ocupar na imprensa. Então, a decisão dele não tem como objetivo mandar o filho para Washington, mas ocupar o espaço com mais uma polêmica. O tempo dirá. Se Jair Bolsonaro quiser mesmo o filho em Washington, ele conseguirá que o Senado aceite a nomeação. Então, se Eduardo Bolsonaro permanecer na Câmara, se terá a resposta. Bolsonaro quer ser o dono da agenda da imprensa.