Quem serão os eleitos em outubro? Você sabe?
Quem serão os deputados federais e estaduais eleitos no Estado do Rio de Janeiro em outubro? Tomando por base a polarização entre Lula e Bolsonaro e as decisões dos eleitores em 2018, ocasião em que a polarização aconteceu entre os mesmos pólos, é possível desenhar os cenários.
Na eleição passada, Jair Bolsonaro fez no Estado do Rio de Janeiro, barba, cabelo e bigode. Ele elegeu o governador e os dois senadores. Elegeu também 13 deputados federais e 14 estaduais se considerarmos só os eleitos pelo PSL. Mas, sabe-se que muitos outros penduraram-se nele, inclusive a turma do Partido Novo que, no primeiro turno ficou no vai-não vai com o candidato João Amoedo.
Quando a gente olha os resultados de 2018, cidade a cidade do Estado do Rio, verifica que Jair Bolsonaro venceu o PT em todas elas e com diferenças expressivas. Na capital, por exemplo, no primeiro turno Jair Bolsonaro obteve 1.930.000 votos e Fernando Haddad, 398 mil.
A minha análise recebeu a ajuda, no domingo passado, de um bom material publicado pela Folha de São Paulo, no Caderno Ilustrada, Ilustríssima, a mim encaminhado por duas fontes: pelo próprio autor, Antonio Lavareda e, no mesmo momento, pelo Rodrigo Bethlem, estudioso da política. Com o título “Barômetros Ideológicos”, o artigo antecipa o lançamento de um livro do Lavareda e Helcimara Telles, “Eleições Municipais na Pandemia”.
Lavareda revisitou as eleições municipais de 1985 até 2020, e concluiu que as disputas pelos cargos de vereadores e prefeito têm funcionado como barômetros ideológicos das eleições gerais posteriores. Por gráficos presentes na matéria, Lavareda mostra que a campo ideológico da Direita venceu a Esquerda, com larga margem, nas eleições de 2020, para prefeitos e vereadores.
A polarização teve peso na seleção, que fez o eleitor.
Sabe-se lá como será encerrado o período eleitoral deste ano, mas se o desenho for o de agora até outubro, a polarização entre Lula e Bolsonaro permanecerá a ponto de levar os dois para o segundo turno. Dizem as pesquisas que Lula chegará ao segundo turno à frente do Jair Bolsonaro. É possível, se as causas do voto dado a Jair Bolsonaro em 2018 desapareceram, ou seja, se a onda contra o PT com a força e a rapidez de um Tsunami, virou uma marola ou onda calma. Daí, cabe a pergunta: quem rejeitou o PT – e o PT é Lula e só Lula – estaria disposto a rever a posição e votar nele?
Lula, para justificar o apoio presente de Geraldo Alckmin, disse que eles dois mudaram o suficiente para revisarem suas posições de 2018. Mas, afirmo: posições de um contra o outro e não com relação ao Jair Bolsonaro. Naquela eleição os dois estiveram do mesmo lado. E, no Estado do Rio de Janeiro, meu objetivo aqui, os votos dados ao Geraldo Alckmin, se somados aos votos do candidato do Lula, Fernando Haddad, no primeiro turno, o resultado final ainda seria favorável ao Jair Bolsonaro.
Encerro com um ponto: haverá espaço no processo seletivo que leva o eleitor a escolher em que irá votar para a Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados e mesmo para o Senado Federal e até para o governo do estado, para candidatos que não estejam num dos dois pólos? Acredito que não. Tenho para mim e para quem quiser me ouvir, que a escolha do eleitor para todos os postos terá como base os dois candidatos à presidência, Jair Bolsonaro e Lula.
O futuro dirá.