Publicado em Deixe um comentário

Eleição nos EUA: Uma resposta a Michael Moore

Bem, Joe Biden está eleito. Donald J. Trump esperneia, mas voltará para casa. Assim é a democracia. 

Trump venceu Hillary em 2016. Após a eleição, por aqui, em 2018, reservei um tempo para visitar os discursos daquela campanha e encontrei um muito especial. Michael Moore fez. Em estilo de palestra, na jaula do leão Trump, Ohio, em defesa da candidatura da senadora Hillary Clinton. 

Moore é escritor crítico, ele tem todo o jeitão de jornalista e é um orador fantástico. Li muita coisa dele e já devo ter assistido todos os documentários feitos por ele. Em novembro de 2019, eu comentei o discurso/palestra do Moore em Ohio, a favor da Hillary. Algo sensacional. 

Volto a ele, depois da derrota de Donald Trump, para complementar o trecho que transcrevi no meu espaço com o título “O discurso é uma música”. Aquele, de fato, foi. Teve melodia, harmonia e ritmo, como gostava Rubem Alves, outro escritor excelente. Já falecido. 

No meu blog com cara de site, compartilhei o discurso completo do Moore, que está disponível no YouTube. O trecho que transcrevi, encerrei com a seguinte passagem: “A eleição do Trump será o seu grito de “Foda-se o sistema. O maldito sistema. E todos se sentirão bem… por um dia, por uma semana, por um mês. E , então, se arrependerão, porque usaram o voto para exprimir uma revolta. Estarão ferrados”. 

Na continuação, Michael Moore errou na previsão. Disse ele: “Querem uma nova eleição? Isso não vai acontecer…

Quando as pessoas irritadas de Ohio ou Michigan, Pensilvânia e Wisconsin descobrirem depois de alguns meses no cargo, que o presidente Trump não fez qualquer coisa por eles, será tarde demais para fazer algo sobre isso. Mas, eu entendo. Você tinha a sua ira e raiva justificáveis. Você só acabou elegendo o último presidente dos EUA.”

Errou, Moore! Ainda há democracia na América! 

Tiranos existem em todos os lugares do mundo e sob quaisquer circunstâncias. Mas, contra eles, a democracia criou as leis chanceladas pelo povo, que sustentam instituições consistentes e elas asseguram ao povo a liberdade para mudar o que não gostou de fazer. 

Há quem veja, na eleição de Joe Biden, a antecipação da derrota do presidente Jair Bolsonaro, pelas semelhanças que acreditam existir entre os dois. Bobagem pura. Pode ser que sim, como pode ser que não, se por aqui surgir um Joe Biden e partidos, que entreguem aos filiados e ao povo, via primárias, o direito de escolherem os candidatos que disputarão a Presidência. 

Entre nossa história republicana e a história da república nos Estados Unidos há uma distância enorme. Somos ainda uma democracia com partidos políticos com donos, muito dinheiro do povo e nenhuma democracia interna. 

Lembrem-se, os que conhecem a história política nacional e a americana, que houve um tempo em que as eleições presidenciais nos EUA e no Brasil aconteciam no mesmo período e em 1960, o Brasil elegeu Jânio Quadros. Os EUA, John Kennedy. 

Com certeza, temos gente melhor para a disputa pela Presidência da República. Mas, essa gente não passa pelos partidos que, por aqui, têm donos e são financiados por quem não gosta deles.

*Artigo publicado no Boletim da Liberdade.

Por Jackson Vasconcelos

Publicado em Deixe um comentário

Vendam as minhas empresas e vendam logo!

O IBGE diz que somos 209, quase 210 milhões de pessoas no Brasil e é o caso de se perguntar: quantos de nós recebe alguma coisa, qualquer coisa, das empresas que a esquerda e os bobos da corte consideram nossas? Poucos de nós. Uma minoria de privilegiados funcionários, fornecedores, seus familiares e apadrinhados. 

Então, eu, parte da maioria, digo a você, minha leitora, meu leitor, que gostaria mesmo que o governo se desfizesse de todas as empresas e negócios que dizem serem minhas ou meus. O dinheiro da venda, qualquer dinheiro, desejo que os vendedores destinem aos orçamentos públicos, para aliviarem o peso que o governo faz sobre os meus ombros. 

A isso chama-se privatização, nome feio para a esquerda, onde está alocada a minoria que se beneficia de todo o trambolho registrado em nome do Estado. 

Vez por outra os governos prometem a tal privatização. Alguns avançam um pouco e param e outros nem isso, porque  a minoria beneficiada é barulhenta, esperneia e mente, mente muito para criar insegurança e incerteza na maioria. A minoria criou a conversa fiada de “empresas estratégicas”, “patrimônio público inviolável” e outras bobagens mais. 

Se quer tanto as empresas e negócios que só a ela, minoria, beneficia, então que fique com tudo, mas pare de nos cobrar a conta. 

Lima Barreto, o brasileiro, mulato, inconformado, escreveu crônicas magníficas. Uma delas, “Centenário”, escrita para comentar a comemoração dos 100 anos do Grito da Independência. Nela, o magnífico cronista cita o conto de um humorista inglês sobre um mendigo de Londres, que disse: “Sou súdito de Sua Majestade Britânica. Tenho, além das Ilhas Britânicas, o Canadá, a Austrália, a Índia, a Nova Zelândia e não sei que mais terras; entretanto, visto-me com farrapos, durmo, as mais das vezes, ao relento, e passo dias sem comer. Que me vale ter nominalmente tantas terras? Nada. Antes tivesse alguns níqueis por dia”. E Lima Barreto surfa na onda do mendigo: “Creio que o carioca raciocina de alguma forma parecida. Dirá ele: “Que me adianta José Bonifácio, Pedro I, Álvares Cabral, o Amazonas, o ouro de Minas, a feérica exposição, o Minas Gerais, se levo a vida a contar vinténs, para poder viver?”.

Tenho voltado às leituras da juventude. Dizem que é assim com os mais velhos, porque o lembrar das coisas antigas deve ser o anúncio da partida. 

Minha professora de Língua Pátria, no curso primário, dona Lúcia Maria Furquim Leite Silveira, é a razão de meu gosto pela leitura. Ela dividia as aulas em dois tempos. No primeiro, gramática e no segundo, leitura em voz alta de textos escolhidos por ela e pelos alunos. 

Enquanto a gente lia, a professora consertava o ritmo da leitura, com vírgulas, pontos, exclamação, interrogação e etc. “As pausas”, dizia ela, “Não são iguais para todos os textos e vocês compreenderão isso quando colocarem a alma naquilo que leem”.  

Os Contos de Lima Barreto eram os meus favoritos. Hoje, são bem mais, pela atualidade do que escreveram, uma prova de que a agenda política do Brasil é imutável. Por aqui, parece que o tempo não avança. 

*Artigo do Boletim da Liberdade.

Por Jackson Vasconcelos

Publicado em Deixe um comentário

Paulo Guedes e o novo imposto

O maior teste para um liberal é permanecer como tal, quando ocupa uma cadeira no Estado, porque não há outro meio de definir corretamente um liberal a não ser tendo o Estado como referência. 

O ministro Paulo Guedes colocou na pauta nacional a criação de um novo imposto e tem dado entrevistas sobre as razões dele. Para nossa conversa de hoje, usei a entrevista longa que ele concedeu ao Jornal da Record. Está disponível abaixo: 


A proposta do ministro é criar um novo imposto para as transações digitais, porque a economia é cada vez mais e mais digital e com a pandemia a dimensão digital com relação ao futuro se acelerou. Diz ele, literalmente, “Com a pandemia, nós estamos fazendo mais teleconferências. As pessoas estão usando mais o whatsapp para pedir comida. Temos ensino à distância. Tudo o que é digital está se ampliando”. Então, pelo que se vê, o Ministro encontrou uma oportunidade para ampliar a arrecadação. 

Até aqui, caminha bem o ministro, porque, de fato, o Estado precisa se adequar a uma economia em mutação. Faz todo o sentido tornar a máquina arrecadadora do Estado mais justa, mais equilibrada. 

No entanto, o ministro precisa do novo imposto para desonerar a folha de pagamentos. Diz ele, literalmente: “Estamos buscando uma base ampla suficiente para eliminar os impostos mais cruéis que existem no Brasil”. E diz mais: “todo país precisa escolher entre o tamanho da base de tributação e a altura dos impostos. Quando você tem uma base pequenininha, você acaba tendo impostos muito altos”. Em tradução: quando nem todos pagam, quem paga é sobrecarregado. 

Daí vem a minha primeira pergunta: Não daria para ampliar a base sem criar um novo imposto? Por que não fazer com que todos paguem, para que, quem paga tenha um certo alívio? 

O novo imposto, diz o ministro, teria a virtude de substituir os impostos sobre a folha de pagamentos, que são armas de destruição em massa de empregos. “Eu como economista já sei há mais de 30, 40 anos, que são disfuncionais os encargos sobre folha de pagamento. Eu sabia que existia um desemprego muito maior do que mostraram os dados do IBGE. Quando a pandemia chegou ela nos revelou 38 milhões de pessoas invisíveis, excluídos dos mercados formais. Pessoas que nunca pediram nada ao governo, só pedem para deixá-los em paz. Porque eles não conseguem emprego formal”. E disse mais: “É uma hipocrisia, é uma crueldade, é um duplo padrão esconder uma realidade que há 40 anos nós conhecemos(…). Enquanto isso há um imposto destruindo empregos em massa há décadas. É o imposto sobre a folha de salários…”. 

Minha segunda questão: por que, simplesmente, não acabar com essa história? É quando entro, novamente, no ponto central: o tamanho do Estado. O ministro defende a substituição dos encargos sobre a folha de pagamento e não simplesmente a eliminação, porque não vê meios e modos de reduzir as despesas do Estado Brasileiro. 

Na entrevista o ministro lembra que os gastos governamentais subiram de 18% do PIB para 45% em poucos anos. Aqui está o problema. Um problemão, que faz com que nenhum dinheiro do mundo seja suficiente para os administradores públicos não liberais tocarem o Estado Brasileiro. 

Vá lá, deixemos que o ministro crie o novo imposto, mas antes disso, que ele privatize, reorganize o Estado, diminua o tamanho e a opulência das Cortes, dos Parlamentos e de toda a estrutura pública. Caso ele não faça isso e crie o novo imposto, mesmo com uma alíquota pequenininha como ele diz, em pouco tempo elas serão aumentadas e, não levará muito tempo para que os não liberais, ao retornarem ao governo, criem novos argumentos para tributar, novamente, as folhas de pagamento. 

Sabem de uma coisa. Eu estou entre os miseráveis que o ministro Paulo Guedes definiu como sendo “pessoas que nunca pediram nada ao governo, só pedem para deixá-las em paz”. E, acredito que não sejamos só 38 milhões.

*Artigo publicado no Boletim da Liberdade.

Por Jackson Vasconcelos

Publicado em Deixe um comentário

O liberal

Você, eleitor no Rio de Janeiro, tem algum interesse, mesmo que pequeno, assim, pequenino, no que acontecerá nas eleições em Anápolis ou Santo Ângelo? Será que os eleitores de lá estarão preocupados com o Rio de Janeiro, onde réus disputam a prefeitura tendo vices que ninguém sabe exatamente quem são?  Onde Igreja e Estado se misturam para tomar o dinheiro do povo crédulo e não crédulo? 

Se você é eleitor em São Paulo, a eleição em Maringá, onde o prefeito Ulisses Maia lidera com mais de 40% das intenções de votos, interessa a você? 

Pois é, cara leitora, caro leitor, esteja você onde estiver, as contas dos candidatos de todos esses lugares e de outras mais de 5.500 cidades é você quem paga, porque o Congresso Nacional formado, na grande maioria, por candidatos profissionais e quase todos representando o pensamento não liberal, decidiu assim. Estou a falar do Fundo Eleitoral, que tem um título mais adequado de Fundo de Financiamento de Campanhas. 

Para este ano está previsto o valor de R$ 2 bilhões no Orçamento da União, onde também ficam as rubricas da saúde, educação, saneamento básico, segurança e outros gastos, estes sim do interesse de quem paga a conta. 

É ou não é para ficar com raiva da política? Entretanto, a culpa não é dela, mas dos que acreditam que o Estado é obrigado a bancar todas as atividades humanas sem se preocupar com o custo e o retorno. Quando alguém decidiu que é bom produtor de teatro e, na verdade, não é, o contribuinte paga a conta. Quando alguém acredita que a velhice acontece aos 60 anos e é um mérito merecedor de prêmios, o contribuinte paga-lhe as despesas. E isso só acontece na cabeça torta dos não liberais, que desconhecem o óbvio: o Estado produz o dinheiro, mas não cria riqueza e quando ele atrapalha quem cria, o dinheiro que produz perde valor no bolso de quem paga os impostos. Simples, não? Na compreensão dos liberais, sim, mas na mente confusa e, por vezes esperta dos não liberais, nunca. 

Fico mais irritado com a razão da existência desse Fundo de Financiamento das Campanhas. Na raiz está o mal comportamento dos candidatos, que fizeram o diabo com as doações das empresas para as campanhas e as empresas que se aproveitaram disso. Nesse ambiente houve de tudo, do tráfico de influência à cara de pau, até que a bomba estourou. 

Em vista disso, o legislador, ao mesmo tempo candidato, resolveu fugir do risco de ser incomodado e facilitou as coisas para si mesmo. O contribuinte, que antes pagava a conta via obras a preços absurdos  e serviços públicos de péssima qualidade, passou a pagar diretamente. Os gênios não liberais encurtaram o caminho. Criaram uma lei que tira do contribuinte, direto, na veia, o dinheiro para as campanhas.  

Outro dia, numa conversa por zoom, um colega me questionou: 

  • Você e eu somos profissionais de campanha e recebemos em pagamento o dinheiro do fundo eleitoral. Então, para com essa hipocrisia, substitua-a pelo conceito da devolução: o Estado está devolvendo a você uma parte do que você pagou. 
  • Verdade! Agora fiquei mais “P” ainda. 
  • Por quê? 
  • Quer coisa pior, amigo? Você saber que está sendo pago pelos seus serviços com o seu próprio dinheiro, que serve para pagar os concorrentes também. 

Insisto: só há uma saída e é repensar o Estado Brasileiro, para tirá-lo da lógica dos não liberais, uma idiotice que faz parecer o dinheiro do contribuinte inesgotável. Leiam a Revolta de Atlas. Vale a pena. A escritora, Ayn Rand faz, em forma de romance, a trajetória mais indicada para quem paga, paga, paga e é incomodado só para poder pagar, pagar, pagar, cada vez mais impostos ao Estado opulento, chato e irresponsável. 

*Artigo publicado no Boletim da Liberdade.

Por Jackson Vasconcelos

Publicado em Deixe um comentário

Os debates

Por dever de ofício, eu estive presente ao debate da Bandeirantes com os candidatos à Prefeitura do Rio e depois assisti aos realizados em São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Maringá, Uberaba, São Luiz e Campinas e conclui, mais uma vez, que o povo tem lá suas razões para não gostar da política. 

Os candidatos não falam com o povo. Falam uns com os outros. Acusam-se e usam-se como trampolins para auto-elogios e contar vantagens. Amarrados como são, os debates nada informam e não ajudam o eleitor a tomar a decisão. Acontecem no cair da madrugada para que quem tenha que levantar cedo não assista. 

Rodrigo Maroni, candidato em Porto Alegre, abriu o debate lá de um jeito diferente, mas deu uma lição importante. Escolhido para questionar o candidato João Derly, do Republicanos, Maroni disse: “João, fala aí sobre o que tu quiser”. O adversário esbugalhou os olhos e assim ficou durante todo o tempo em que falou. Depois, veio a réplica do Maroni: “Fiquei contente, João, e vou te dar a palavra novamente, pra tu seguir nos 30 segundos finais. Eu só acho que esse processo é muito importante. Eu te acho um cara do bem. Você sabe disso. Acho que tu não é a média da política, mas a política é um espaço de muita demagogia e muita mentira, né? E no processo eleitoral, naturalmente, as pessoas falam o que está combinado com seu publicitário com o que é bacana falar, que vai gerar voto. Então, te dou a palavra, novamente”. 

Um recado forte. 

O número de mulheres candidatas cresceu bastante e, certamente, não por causa das cotas. As candidatas que eu vi seriam candidatas com ou sem cota, porque as das cotas só existem para satisfazer a lei e não me pareceu o caso das que conheci. 

Em Uberaba, por exemplo, a senhora Cartafina, com 87 anos, é candidata a vice do candidato do PTB, Tony Carlos. Camila Lanes, uma jovem, candidata em Curitiba saiu-se com um motivo curioso para ser eleita: 

“Nós, mulheres, somos metade dessa cidade e mães da outra metade. Por isso, merecemos governar Curitiba”. Convincente! 

Jair Bolsonaro ainda está presente. Em alguns lugares como Rio e Curitiba, mais de um candidato aposta nele. Em Curitiba, a senhora Marisa Lobo, que promete que “Com Marisa Lobo, Curitiba será grande de novo”. Ela escreveu 11 livros e tem 9 já na editora para lançar a qualquer momento. 

No Rio, se sabe, Luiz Lima e Crivella puxam o paletó do Presidente. Talvez pela proximidade, Luiz Lima tenha incorporado a voz mansa do Crivella e do Celso Russomano, candidato em SP, onde o debate esquentou. Lá o prefeito Bruno Covas compareceu, apanhou e bateu bastante, assim como aconteceu com o prefeito de Porto Alegre. Os de Belo Horizonte e Curitiba não deram as caras.

É relevante o número de candidatas e candidatos da Polícia Militar e da Polícia Civil, situação que pode ser ainda refugo da eleição de 2018. No RIo, a Delegada Martha Rocha mostrou um jeito elegante de bater duro no adversário Eduardo Paes, mas a colega dela, em Campinas, a delegada Alessandra Ribeiro, de dedo em riste foi pra cima do candidato do PSD, Artur Orsi, filho de um ex-prefeito da cidade que morreu com 66 anos de idade. 

A Bandeirantes deu um show de organização, adaptando seus auditórios em cada lugar com as medidas preventivas a eles adaptados. Em Curitiba, por exemplo, todos os candidatos e o moderador Valter Sena ficaram todo o tempo mascarados. 

Por tudo que vi, o eleitor terá dificuldade grande para decidir, porque os candidatos conhecidos demais são políticos também demais e a sociedade parece querer distância deles. 

Mas, se o povo perdeu, os liberais perderam bem mais, porque em poucos lugares houve o discurso liberal.

*Artigo publicado no Boletim da Liberdade.

Por Jackson Vasconcelos

Publicado em Deixe um comentário

“Dei cimento, dei tijolo, areia e vergalhão…”

“Dei cimento, dei tijolo, areia e vergalhão. Subi morro, fui em favela. Carreguei bebê chorão. Dei cachaça, tira-gosto. E dinheiro de montão, e mesmo assim, perdi a eleição”. Essa música do Dicró é quase um hino nos meus ouvidos treinados para campanhas eleitorais. 

Elas estão de volta, agora para eleger prefeitos e vereadores e todos têm discursos prontos. Quem pode mais testou o discurso em pesquisas e quem não pode tanto, segue com o feeling pessoal, buscando repetir o que acredita o povo deseja ouvir. 

Seja qual for o meio de avaliação, é perceptível a semelhança entre o que, quase todos propõem, porque há a cultura da dádiva, do favor, do gesto de caridade. 

A música do Dicró retrata o candidato que compra, com favores e dinheiro, a simpatia do eleitor que, na ponta da linha, seria transformada em votos. Para Dicró isso não adiantou. E adiantará, cada vez menos, porque o grau de consciência do eleitor tem crescido. 

Giselle Gomes é uma servidora pública do INPI. Candidata a vice-prefeita do Rio de Janeiro na chapa do NOVO. Outro dia, recebi dela uma foto em que ela apontava uma faixa que colocou sobre uma obra que foi feita na Zona Oeste. A faixa dizia: “Agradecemos ao povo que permitiu, com seu dinheiro, que essa obra fosse realizada”… Depois eu soube que a faixa era a resposta dela a outra faixa, onde um vereador se alto agradecia em nome do povo. 

Eis uma cultura totalmente equivocada, que só será mudada quando o eleitor entender qual é a função do Estado na vida dele. Nesse momento, entram em campo, os liberais, gente que compreende que o mandato eletivo é a garantia do reconhecimento dos direitos de cidadania e não um instrumento para prestar favores ao povo. Para os liberais, o Estado, através dos seus agentes é prestador de serviços pelos quais ele é bem pago. Soberano é o povo. O Estado está a ele sujeito e ao serviço dele. Só os liberais entendem isso de forma clara. 

Para os liberais, o ato de inaugurar uma obra, com pompa e circunstância, banda de música, discursos e aplausos não faz o menor sentido. Uma obra, qualquer obra, estando pronta, deve ser, imediatamente, utilizada pelo cidadão. Ele pagou por ela. Quem a construiu simplesmente cumpriu com a obrigação que recebeu quando foi eleito. 

Para os liberais, os vereadores são fiscais do dinheiro do povo aplicado pelo prefeito, então, quando um vereador aceita ser secretário municipal, os liberais entendem que houve cooptação. E o mesmo se dá quando deputados estaduais se tornam secretários do governador e os deputados federais e senadores se dizem ministros. 

O desperdício de tempo e dinheiro é pecado mortal para os liberais, porque eles sabem quanto custa o tempo e o problema que traz o desperdício do dinheiro do povo. Quando no governo, os liberais lidam com a escassez de modo diferente do que fazem os demais, porque, para os liberais, o Estado não pode e não deve ser um peso no ombro do contribuinte. Tudo o que se fizer deve ser feito da maneira mais eficiente, o que define gastos menores e realizações maiores. 

Dito isso, vamos às campanhas.  

*Artigo publicado no Boletim da Liberdade.

Por Jackson Vasconcelos

Publicado em Deixe um comentário

Sobre escolas e presídios

O tri-governador Leonel Brizola – governador do Rio Grande do Sul uma vez e duas, do Rio de Janeiro – e seu braço com a Educação, Darcy Ribeiro, repetiam, ao cansaço: “Temos que construir mais escolas, para construir menos presídios”. A linha de causa e efeito  seria um espetáculo no conjunto de políticas públicas se funcionasse. Seria simples demais vencer o crime. 

No entanto, o que temos visto no Rio de Janeiro e na sua capital ao longo do tempo é a construção de escolas e presídios para serem entupidos de alunos e presos sem que se tenha vitórias na educação nem vantagens sobre o crime. Somos um vexame nacional em Educação e combate ao crime, a despeito de todos os governadores do estado até Cabral e todos os prefeitos até Crivella terem sido inspirados por Brizola e Darcy. 

Já tivemos Brizolões, construção de presídios de segurança máxima,  UPPs, presença das Forças Armadas e na educação gente boa como Wilson Risolia e Cláudia Costin. Na Segurança Pública, generais, sociólogos, delegados da polícia federal,  e nada disso surtiu efeito, seja na educação, seja no crime. Gastou-se uma dinheirama sem fim com uns e outros programas, ouvimos todas as teses, assistimos a seminários, temos sido convidados a reagir e nada disso tem adiantado.

As escolas, em especial as públicas, formam analfabetos funcionais e os presídios são escolas do crime, não reabilitam e não reeducam.  Brizola e Darcy viam uma linha direta entre a ausência de escolas e presença de presídios, mas não ficaram entre nós, os vivos, tempo suficiente para assistir a construção de presídios especiais para quem teve excelentes escolas. Gente que tomou todas as instituições e agentes do Estado como coisas suas. 

Onde está o problema? Perdoem-me a insistência. Uma vez mais volto ao Estado. Nele está o problema. O Estado Brasileiro é dadivoso por demagogia de seus agentes políticos, é um belo estímulo para os discursos, mas ineficiente, porque quem erra ou não faz bem feito não paga a conta da ineficiência.

O que é, afinal de contas, o Estado? Um organismo que pode estar a serviço de seus agentes ou de quem lhes pague as contas. Em que ponto se dá essa diferença? Muitos dirão no tipo de regime político, porque numa democracia, o Estado estaria a serviço de todos. Não é verdade, porque, mesmo numa democracia, o Estado pode estar a serviço exclusivamente de seus agentes, como acontece com a democracia à brasileira. 

Nossa gente adora o Estado, com todo o peso que tem a palavra adoração. Por isso, repetidamente, nosso povo vota nos candidatos que lhes oferecem o Estado como supridor de todas as suas necessidades e expectativas, numa situação que considera o dinheiro dos contribuintes como propriedade dos agentes do Estado.  Essa gente que está no Estado Brasileiro – com elogiável mas minoritária exceção – acredita, com convicção, que o Estados lhe pertence. Por isso, com alguns segundos no poder, já tomam as estruturas públicas de assalto. 

A educação é função relevante para vencer o crime? O crime dos pobres e o crime dos ricos? Sem dúvida. Eu acredito nisso, mas porque compreendo as escolas não como prédios e sim como o conjunto de pessoas dedicadas ao ofício de ensinar de tal maneira que os alunos aprendam. Nessa estrutura de pessoas, os professores são a pedra de esquina. 

Contudo, a esquerda – essa que governa o Estado do Rio e a Capital desde Brizola –  entende que valorizar os professores é tê-los com salários altos o suficiente para serem remuneração digna, quando digna para eles é a mais elevada que todas as demais. 

Sou também a favor de bons salários para os professores, mas entendo que valorizá-los é separar os melhores dos bons e os bons dos ruins, para que os bons e os melhores possam mostrar que, de fato, são preferidos no lugar dos ruins e que, chama-se a isso, mérito. 

Adam Smith tem um conselho que está na abertura de todos os meus cadernos. Reproduzo-o aqui: “Os homens e mulheres produzem mais quando recebem a recompensa tanto da sua diligência e inteligência como as penalidades da indolência…”.

Brizola e Darcy e todos os discípulos deles detestam essa conversa de premiar pelo mérito e punir pelo mesmo critério. Só os liberais conseguem entender bem o que isso significa para o sucesso de uma política pública.

*Artigo publicado no Boletim da Liberdade.

Por Jackson Vasconcelos

Publicado em Deixe um comentário

O voto se pode comprar ou conquistar

Abstraída a corrupção como argumento, eu aviso desde logo, o modo como se obtém o voto do eleitor é outro caminho para se identificar um liberal. Ele, numa disputa eleitoral, age para conquistar o voto com propostas de garantia de políticas públicas, que reconheçam os direitos do povo, os direitos de cidadania. 

Os não liberais, normalmente, representantes da esquerda – os “istas”, socialistas, comunistas, trabalhistas, progressistas, e demais, um grupo onde temos de tudo até os que se auto-proclamam cristãos e os de Solidariedade com o próximo, buscam comprar o voto com as propostas de políticas públicas que transformam os direitos em favores. 

Para os liberais, o Estado é um prestador de serviços bem pago, um equalizador de oportunidades por obrigação. Seus agentes são remunerados para cumprir bem esses papéis. O Estado existe para que a sociedade não se transforme numa luta de “lobos contra lobos” e de feras contra animais domesticados. Já, para os demais, o Estado é só fonte inesgotável de poder e de garantia da  desigualdade social e econômica, justificação para a distribuição dos benefícios. 

Importância alguma tem, para os liberais, quem seja o diretor do hospital vizinho ou o guarda de trânsito da esquina. Menos ainda, o nome sem títulos do professor de um filho ou de um gerente da empresa de água e luz. O importante é que o serviço seja prestado, que o filho aprenda e esteja pronto para o processo de seleção que o mercado, sem amarras, fará e faz. 

Para os liberais, a efetividade e a eficiência justificam o Estado. Para os demais, a sobrevivência deles está na escolha do diretor do hospital vizinho, do guarda de trânsito da esquina, do secretário e do ministro e, de preferência, também do gerente do banco que o Estado, a pedido deles, mantém existindo. Os aliados, aboletados na cadeira de um secretário, de um ministro ou de um diretor de hospital ou escola são o caminho para prestar favores e conseguir o voto, pelo “toma lá”, seu direito, transformado e favor e “dá cá”, o seu voto. O mesmo tem ocorrido com os contratos. “Toma lá”, seu contrato e “dá-me cá” seu voto ou algum dinheiro para eu, diretamente, comprá-lo, com publicidade fácil, cabos eleitorais e tudo mais que exige uma campanha. Quando esse modelo de financiamento deu errado, porque foi inoculado nele o vírus da corrupção, que não é, volto a dizer, meu assunto aqui, os não liberais foram direto à fonte dos recursos para financiarem suas campanhas. 

Então, diante disso tudo, vê-se que o melhor caminho para o Brasil encontrar a solução para os seus problemas é dar o voto a quem tem consciência dos direitos da cidadania e está disposto a fazer com que as políticas públicas sejam o reconhecimento de cada um deles. Que se apresentem os liberais à disputa. 

Por Jackson Vasconcelos

Publicado em Deixe um comentário

Entrevista ou interrogatório?

Prefeito Crivella durante entrevista coletiva (Tomaz Silva/Agência Brasil)

É possível que o prefeito Marcelo Crivella tenha brincado com bambolês na infância. É o que ele fez crê nas entrevistas sobre os tais “Guardiões do Crivella”, gente paga com o dinheiro do povo para enfrentar a imprensa nos arredores dos hospitais do Rio e defender o prefeito. 

Uma das entrevistas, ele concedeu à jornalista Bruna Fanti, do jornal O DIA. Ali, acuado pela insistência da jornalista por uma informação coerente com o que se viu nas cenas transmitidas pela TV, Marcelo Crivella, em determinado momento,  tentou constrangê-la com uma pergunta: “Isso é uma entrevista ou interrogatório?”.

Pedro Rafael, um dos criadores do Boletim da Liberdade, ingressou na Justiça com uma ação popular para obrigar o prefeito a sair da entrevista para o interrogatório. O juiz da causa já interpelou o prefeito. 

Marcelo Crivella tem sido criticado pelas decisões que toma como prefeito, mas elas são consequência de um modo de fazer política que aterrissou no Estado e na cidade do Rio de Janeiro em 1982, quando Leonel Brizola chegou, pelo voto popular, ao governo do estado. Na raiz está o populismo oportunista, que faz dos direitos da população favores prestados pelo governante do momento, por caridade e misericórdia. Crivella juntou a declaração da vontade de Deus nisso. 

Representante da esquerda impetuosa, carismática, Brizola, eleito governador do Rio em 1982, indicou Jamil Haddad e Marcello Alencar para a prefeitura do Rio. Cabe lembrar que até 1985, os prefeitos das capitais eram indicados pelos governadores. 

Na eleição direta de 1985, Brizola conseguiu eleger Saturnino Braga, com pouco mais de 30% dos votos, porque os contrários se dividiram e as eleições aconteciam em turno único. Depois, Brizola abençoou Marcello Alencar e tentou fazer o mesmo com Cidinha Campos. César Maia, contudo, foi eleito, depois de romper com Brizola não por razões ideológicas, mas, simplesmente, para ocupar o poder e dar curso à carreira política solo e, em seguida, criar seu próprio time. 

Depois veio Conde “que era César e César que era Conde” e, novamente, César, para um terceiro mandato, o pior deles. César não queria Eduardo Paes, que era César e deixou de ser para ser Cabral, do mesmo modo  não por divergência ideológica, mas, pelo desejo de ocupar por si mesmo o poder e dividí-lo com Cabral e com o PMDB. 

Em 2016, Eduardo Paes fingiu ser Pedro Paulo, para permitir a eleição do Marcelo Crivella ou do Freixo, com o intuito de retomar o poder com mais facilidade  adiante, como tenta fazer desde 2018, quando retornou ao clã dos Maias. 

Portanto, o populismo que não reconhece os direitos da população para distribuí-los como dádivas de quem manda, vem desde  Brizola, atravessou todos os governos na prefeitura do Rio e encontrou morada mais desorganizada no coração e na mente do Bispo. Não é por destino, por conseguinte, que o Rio esvazia-se, ano após ano, da importância política, econômica e cultural que teve antes daquele tempo. Tem gente que culpa a perda da Capital e a fusão. Se isso valer, eu culparei Mem de Sá e Estácio, por não terem permitido que fôssemos franceses. 

A cidade é governada por um mesmo grupo político e pelos mesmos métodos há 38 anos. Tivemos uma pequena folga com o primeiro período do César Maia e com Luiz Paulo Conde, mas sem grandes arranhões no modelo tradicional, que Marcelo Crivella só exagerou, porque até para ser populismo e oportunista é preciso ter competência. Ou, de sã consciência, se pode dizer que só Crivella desorganizou a cidade e tem “Guardiões”, gente paga com o dinheiro público para favorecer seus líderes na permanência na prefeitura? 

Se nesta eleição os cariocas não terem uma guinada na direção dos liberais, gente que reconhece e faz valer a ações do Estado com a cidadania, não por misericórdia ou favor, mas por obrigação constitucional, elegem quem quiserem e parem de reclamar, porque o modelo que avacalha o Rio há muito tempo sobreviverá. 

Sejam bem-vindos os liberais. É hora de enquadrar o Estado, nesta eleição, representado pelas prefeituras e câmaras municipais. 

Por Jackson Vasconcelos

Publicado em Deixe um comentário

Revolte-se

O Estado é o árbitro dos conflitos que há na sociedade. Thomas Hobbes preveniu que a inexistência de um poder com essa prerrogativa levaria a humanidade à extinção, porque todos estariam livres para lutar contra todos, na defesa de seus próprios interesses. “O homem seria o lobo do homem”. 

Quando não existem leis, polícia, nem tribunais, volta-se ao estado natural e prevalecerá a vontade do mais forte. Portanto, numa Nação onde o Estado cumpre o papel que lhe foi reservado pela própria sociedade, o de juiz dos conflitos e garantidor dos direitos de cada um, no limite não haverá desigualdades e quando ela existir, o Estado estará presente em nome da sociedade e por autorização dela para oferecer os instrumentos que ajudem os que estão em desvantagem.

Mas, será a lei instrumento suficiente para garantir a sobrevivência dos desiguais em força e em possibilidades? Não, porque as leis sem efetividade caem no vazio, razão de ser compreensível que o Estado tenha instrumentos para aproximar de todos as oportunidades em benefício de todos. É o momento em que entra em campo o Estado que ensina, que presta atendimento médico, faz pesquisas, tudo isso sem incomodar a criatividade e o espírito empreendedor de cada um.  

Que sentido faz, nesse contexto, ter um Estado que entrega correspondências ou encomendas ou um Estado que produza petróleo, preste serviços bancários, cuide do lixo, do fornecimento de luz e água ou dê destino ao esgoto? Faz sentido, um Estado sustentar uma empresa para a prática do turismo ou processamento de dados? 

O Estado ingressar nas atividades e nos ambientes onde a sociedade possa, sem ele, cuidar de si mesma, representa interferência destruidora, ingerência inibidora e peso insuportável. 

A escritora Ayn Rand conseguiu dar a esse peso o significado real: o mundo sobre as costas de Atlas, um Titã condenado a sustentar o céu sobre os ombros. Ayn Rand é autora de “A Revolta de Atlas”, que li ainda com o título “Quem é John Galt”, no livro um mantra para identificar perguntas difíceis. A resposta é sempre:  “E quem se importa?”. Galt só aparece quase no final da obra, que tem mais de mil páginas divididas em três volumes. Ayn Rand nasceu na Rússia em 1905 e viveu a revolução comunista. Seus pais e os empreendedores privados perderam seus negócios para o partido. Ela fugiu para os EUA onde publicou a obra em 1957. 

Na obra dois personagens falam sobre Atlas: 

– Se o senhor visse Atlas, o Gigante que sustenta o mundo todo em seus ombros. Se o senhor o visse com os joelhos sangrando, os braços estremecendo, porém ainda tentando sustentar o mundo com as últimas forças e vendo que ele, tantos mais se esforçasse, mais o mundo lhe pesaria nos ombros, o que o senhor lhe diria? 

– REVOLTE-SE!

E assim aconteceu. 

Voltei à obra numa conversa com Fred Luz, pré-candidato a Prefeito do Rio. Num dos nossos encontros de trabalho, ele me trouxe uma passagem do livro que, apesar de estender este texto mais do que eu gostaria e, talvez, a sua paciência permitiria, faço questão de recortar como ponto final. Trata-se de mais um diálogo entre Readen e Dr. Ferris: 

– Esperamos até termos alguma coisa contra o senhor. Gente honesta como o senhor dá muito trabalho, muita dor de cabeça. Mas, sabíamos que mais cedo ou mais tarde teríamos uma oportunidade. E conseguimos. 

– O senhor parece satisfeito.

– E não tenho razão para estar? 

– Afinal de contas, eu violei uma das suas leis. 

– Ora, para que acha que elas foram feitas? É impossível governar homens honestos. O único poder que qualquer governo tem é o de reprimir os criminosos. Bem, então, se não temos criminosos o bastante, o jeito é criá-los. E fazer leis que proíbem tanta coisa que se torna impossível viver sem violar alguma. Quem vai querer um país cheio de cidadãos que respeitam as leis? O que se vai ganhar com isso? Mas basta criar leis que não podem ser cumpridas nem ser objetivamente interpretadas, leis que é impossível fazer com que sejam cumpridas a rigor, e pronto! Temos um país repleto de pessoas que violam a lei, e então é só faturar em cima dos culpados. O sistema é esse…

Não precisa dizer mais sobre a obra para gente que vive, trabalha e luta muito num país onde o Estado cobra impostos, propinas e dinheiro para os partidos. Igualzinho no mundo da Ayn Rand.

*Artigo publicado no Boletim da Liberdade.

Por Jackson Vasconcelos