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O velho e cansado partido político

Você vê algum problema no fato do presidente da República aceitar indicações de nomes pelos partidos para compor o governo? Bernardo de Mello Franco não gosta do modelo e como quase todo mundo, tem motivos para não gostar.

Hábil como um diplomata, desses diplomatas de tempos menos ácidos, Bernardo Mello Franco, com fina ironia, marca posição contra o modelo, ao comentar a escolha de três ministros filiados ao DEM:  

“O velho PFL volta ao coração do poder”, diz ele no título do artigo que o Globo veiculou ontem, quarta-feira (21). Em seguida, Bernardo avança na provocação: “Depois de amargar 13 anos na oposição, o DEM retomou a vocação governista com Michel Temer… Na gestão que termina, o antigo PFL comandou a pasta da Educação…”.

Adiante, ele menciona a opinião do presidente do Democratas, ACM Neto, prefeito de Salvador: “São bons nomes, mas não são indicações partidárias”. Uma situação que Bernardo traduz como “escolhas pessoais do presidente”, para tocar na ferida: toda vez que um partido se refere à nomeação de um dos seus sem assumi-la, faz isso para lembrar que não está sendo atendido e, portanto, sente-se liberado para não atender quem nomeou.

No O Globo de hoje, quinta-feira (22), Bernardo manteve o tema, no artigo “Bolsonaro aposta contra os partidos”.

Mas, há como montar governos sem dividir responsabilidade com os aliados? Não há. Já está claro que não. O que fazer, então?

Assumir o modelo com franqueza e ter responsabilidade. Chega de governos que dividem com os partidos o botim do roubo, das vantagens pessoais, dos interesses de cada um. Depois do tsunami eleitoral que passou pelo Brasil, estamos em boa hora para os partidos acabarem de vez com o comportamento de fugirem da obrigação de disciplinar seus filiados.

Sejam por escolhas pessoais ou partidárias, os ministros filiados aos partidos carregam a marca da origem. É assim que o povo brasileiro vê todos eles. Quem duvida disso, que procure saber, as causas de muitos brasileiros e brasileiras terem fugido do PT e do MDB como o diabo foge da cruz. Eleitor não é bobo.

Se os partidos entenderem que é deles a obrigação de disciplinar os seus, certamente, os artigos do Bernardo Mello Franco serão menos irônicos quando fizerem referência a eles.

Por Jackson Vasconcelos

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Eliane e “Os sem-partido”

Lá pelo meio do artigo “Os sem-partido”, que publicou hoje, 20 de novembro, no Estadão, Eliane Cantanhêde escreve:

“E assim vão chegando ao novo governo economistas que comungam a mesma filosofia liberal, com prioridade fiscal, Estado enxuto e três desafios-chaves do mundo moderno: eficiência, produtividade e competitividade. Isso significa, entre outros, combater privilégios, promover reformas e assumir o ônus político das privatizações. Mas, e o “social”, palavrinha mágica num país desigual como o Brasil?”.

Dali por diante, Eliane segue a navegar nas considerações sobre a carta branca que recebeu Paulo Guedes para compor a equipe econômica do governo Jair Bolsonaro. Atrevo-me a responder à pergunta: “Mas, e o social…num país desigual como o Brasil”.

A resposta está no preâmbulo da questão. As razões da enorme desigualdade são o Estado paternalista, obeso, ineficiente, improdutivo e que produz uma iniciativa privada pouco, quase nada, competitiva. Um Estado que patrocina privilégios para os mais ricos, entre eles, o de contar com empresas estatais sem capacidade de investimento que compram dos ricos produtos inúteis.

Ou seja, a equação do Paulo Guedes tem as variáveis certas para produzir o melhor resultado para o problema da desigualdade.

No mais, o artigo da Eliane Cantanhêde, levanta lembranças dos governos militares para aproximá-los o mais que puder do governo Jair Bolsonaro. E faz isso, contabilizando o número de militares convocados pelo presidente eleito e replicando no Paulo Guedes as personalidades de Roberto Campos, Delfim e Simonsen. Esqueceu-se de Gudin.

Sei que o desejo da Eliane não é o de honrar os governos militares, mas que ela, com as lembranças que traz pode conseguir, isso pode. Houve muita coisa ruim nos governos militares instalados em 1964, mas se existiu algo bom esse algo foram Gudin, Campos, Simonsen e Delfim.

Além dos militares Jarbas Passarinho, Mário Andreazza e, entre outros, Rodrigo Octávio Jordão Ramos, general que se levantou contra as torturas de presos políticos e, antes de todos os demais generais, brigou pelo retorno da democracia. Meu filho mais velho recebeu o nome do general, exatamente, pelos compromissos dele com a democracia.

Por Jackson Vasconcelos

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Infalíveis?

Ciro Gomes foi entrevistado pelo Roberto D’Avila e Marina Silva pela CBN. Os dois comentaram o resultado da eleição presidencial e nenhum deles fez uma avaliação, qualquer que fosse, da própria campanha. Mas atribuíram as derrotas ao acaso e à decisão surpreendente dos eleitores.

Ciro e Marina foram candidatos a presidente outras vezes e também derrotados. Atribuíram as derrotas à deslealdade dos adversários na disputa. Tanto naquele tempo como hoje, há ausência de um atributo fundamental nos dois: a capacidade de reconhecer os próprios erros. A estratégia é um instrumento extraordinário e insubstituível de gestão de um projeto, seja ele no campo que for. Na política, então, nem se fala.

Um dos atributos da estratégia é a neutralização das ameaças aos projetos. Mas, para isso, elas precisam ser identificadas corretamente. Quando falta nos avaliadores a humildade, a chance de estarem a conceituar como ameaça uma oportunidade é enorme. Portanto, a possibilidade de tudo dar errado é grande.

Por si mesma, a estratégia não define resultados, mas ajuda muito a alcançá-los. Sejam eles o sucesso, sejam eles o fracasso. Um candidato pode vencer uma eleição com atitudes aleatórias, impulsionado pela pura sorte que, na leitura correta, é o aproveitamento da estratégia equivocada dos adversários. Mas, a vitória, sem estratégia, será efêmera.

Cito Marina Silva e Ciro Gomes, mas a formulação tem serventia também para Geraldo Alckmin e Haddad. Os dois são experientes em derrotas, sem avaliação cuidadosa depois delas. Geraldo já foi candidato a presidente. Haddad, sentado na cadeira de prefeito de São Paulo, com Lula solto e a tira-colo, perdeu a reeleição no primeiro turno.

Perder ou vencer uma eleição é do jogo, mas não avaliar corretamente as causas do resultado, é não ter medo do perigo. E isso serve também para os vencedores.

Por Jackson Vasconcelos

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Constrangimento comum

Quem faz as leis federais neste país? Os deputados federais, os senadores e o próprio Presidente da República. A resposta não teria adjetivos se o resultado de tais leis na vida de seus autores não fosse trágico e por vezes cômico, quando a gente entra em campanha. É o caso das leis que organizam e fazem funcionar os partidos políticos.

Geraldo Alckmin perdeu preciosos minutos em todas as entrevistas para explicar a vida dos filiados ao PSDB. Ana Amélia, vice na chapa dele, passou por apertos iguais para explicar que diabos ela faz no PP. Eduardo Paes, no RJ, mandou esconder a marca dele nas propagandas na TV da turma do MDB fake. Marina Silva passa apertada pela discussão sobre democracia partidária, confrontada com a saída da Rede de quadros importantes.

Gente na cadeia continua filiada.

Além disso, temos as tais coligações como elementos que definem o tempo de exposição na TV e no rádio, outra situação de constrangimento constante.

Daí, pergunto: por que diabos essa gente que faz as leis e passa aperto nas campanhas não muda isso? Há muita mudança boa para fazer. Pra mim, pagador de impostos, bastaria uma: Não ser mais obrigado a doar os impostos que pago para os partidos políticos e para as campanhas de candidatos que só eles, sem ouvir nem mesmos os filiados, escolhem.

Enfim, vida que segue.

Por Jackson Vasconcelos

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Existe candidato honesto?

Existe candidato honesto? Existe sim e, no momento, um deles – talvez o melhor – faz sucesso no cinema. Eu fui conhecer o cara de perto, olho no olho. Gostei uma enormidade!

Resolvi fazer isso no meio da noite de sábado, para me livrar das tensões provocadas por um dia inteiro de pressões de alguns candidatos a deputado federal e estadual do PSD, que querem porque querem alguns grãos de segundos de aparição nas telas de TV. E querem também porque querem algum dinheiro. Qualquer milionésimo de real serve.

O ” João ladrão, que roubou meu coração” é uma das boas representações do Hassum. Para mim uma das melhores.

São ricos os diálogos dele com Isabel, a esposa dentuça, representada pela atriz Flávia Garrafa e com o vampiro Ivan Pires, cópia perfeita do Presidente Michel Temer. Perfeita na fisionomia, nos atos e no jeito torpe de ser.

O filme retrata a política nacional, mas lembra bem a política que se faz no Estado do Rio de Janeiro. João Ernesto ficaria bem na pele do Sérgio Cabral. O vampiro Ivan Pires, na de Jorge Picciani. Marcelinho, o assessor que topa o vale-tudo da política tem a cara, os trejeitos e até o jeitão de falar de um personagem ainda pouco conhecido no Brasil, mas que, se eleito, será, certamente, personagem nacional. O cidadão deputado André Corrêa.

Se você, cara leitora, caro leitor, tiver oportunidade e não assistiu ainda, não perca e se puder faça isso antes da próxima eleição, porque o filme poderá livrar você de uma fria.

Por Jackson Vasconcelos

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Jair deu olé!

O Jornal Nacional está de volta para o encontro com os candidatos a Presidente da República.  Toda campanha ele acontece. Nesta já foram recebidos Ciro Gomes e Jair Bolsonaro.

A emissora chama o encontro de entrevista. O candidato participa de um debate, em que as regras são favoráveis aos jornalistas, William Bonner e Renata Vasconcellos. O telespectador assiste a um bate-boca confuso.

Ciro Gomes comportou-se como entrevistado, treinado para ser disciplinado. William Bonner e Renata Vasconcellos aproveitaram-se do bom comportamento do candidato, a ponto de ele fazer duas ressalvas: “Quando formos falar de propostas…” e: “Se você me deixar falar, eu explicarei a sua dúvida”, algo assim.

Jair Bolsonaro deu o troco. Nas mídias sociais, seu ambiente, ele avisou antes de ir ao JN: “Não farão comigo o que fizeram com Ciro”. Não fizeram mesmo.

Jair enfrentou William e Renata de frente, a ponto de deixar os dois vencidos, no final do “espetáculo”, quando Jair relembrou a opinião do dono da Rede, Roberto Marinho, sobre o regime dos generais. Para quem não gosta daqueles dois, a cara deles diante do Jair Bolsonaro é espetáculo imperdível.

O público bateu duro nos dois empregados da Globo. Houve quem, no Twitter, comentasse: “Quem quiser conhecer as propostas do Bonner e da Renata para os governos, assista a entrevista do JN com os candidatos”.

O papel que a imprensa joga nas campanhas é ruim para a democracia. Ela participa diretamente da disputa como agente político radical. Tem lado.

Na campanha para o governo do Estado do Rio de Janeiro, o papel do sistema Globo, em especial, o jornal, chega a ser covarde.

Algo para comentar e escrever depois da campanha. O importante a dizer agora é: O candidato do sistema Globo é Eduardo Paes, como foi Sérgio Cabral em 2006 e 2010. Em 2006, poderíamos ter vencido Cabral, o ladrão, com a Juíza Criminal, Denise Frossard. Perdemos, não para Cabral, mas para o sistema Globo, que hoje, talvez por dor de consciência, exponha o tempo todo a imagem do ladrão…

Se o povo brasileiro tem um inimigo dentro de casa, num estilo, assim, de Cavalo de Tróia, esse inimigo é o sistema Globo, monopólio de comunicação.

O sistema apoiou o golpe de 64, reverenciou os generais, deu uma eleição mole ao Collor e depois ao Lula. Contrariado, o sistema apoiou o impeachment do Collor. Elegeu duas vezes Cabral, duas vezes seu lugar-tenente, Eduardo Paes, e quer tê-lo na cadeira que foi de Cabral.

Vida que segue. Um dia, essa gente desaparecerá.

Por Jackson Vasconcelos

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Será o preso contra o louco? Será?

Faz tempo que desisti de prever resultados nas campanhas eleitorais. E, quando olho para as que fiz, deveria ter desistido da arte bem antes. Não que eu não tenha acertado algumas vezes, mas errei tantas outras. Meu conforto neste campo são os resultados dos institutos de pesquisa, que pecam tanto quanto eu. Eles não desistem de prever, porque vivem disso. Quando erram, justificam, com isso ou aquilo.

Onde está o problema? Está na cabeça do eleitor, que tem toda a liberdade do mundo para mudar a escolha na hora derradeira. Choveu? Fez sol? Dá pra ir à praia? Tudo ou qualquer coisa pode mudar o rumo da prosa. Gabeira perdeu a eleição para Eduardo Paes em 2008, porque Cabral antecipou um feriado para um final de semana com muito sol.

Gabeira, sem malícia, divulgou no último programa eleitoral a pesquisa que lhe dava vantagem. Sua ilustrada turma da esquerda festiva, então, entendeu que a eleição estava decidida e seguiu para a praia.

Mesmo com esse medão todo de prever, resolvi arriscar. Faço, não como fazem as cartomantes ou como os donos de bolas de cristal, que agem no chute diante de traves com imensas larguras. Minhas previsões têm alguma qualidade técnica. Mas, deixemos de blá, blá, blá. Vamos direto ao assunto principal.

Teremos segundo turno na eleição para a Presidência da República com (apertem o cinto) Fernando Haddad, representando o preso Lula, e Jair Bolsonaro, que disputa a eleição em nome de todos os malucos que os hospícios nacionais não conseguiram capturar. Pobre Brasil.

O que se tirará dessa eleição servirá, tão somente, quem sabe, como case de comunicação política.

Lula, qualquer que seja o resultado final, já venceu. Conseguiu, mesmo condenado e depois preso, tirar proveito da situação, ajudado pelos juízes que o condenaram e ouviram. Moro lhe deu ares de personalidade e Bretas, no Rio, o de seu líder político. Lula tirou proveito disso.

Tirou, antes, da morte da esposa. Conseguiu, com a ideia de golpe para o impeachment, passar a imagem de responsabilidade alguma com o fato de Michel Temer estar no governo. Fez melhor: levou o Brasil a acreditar que entre ele e Temer, nunca houve Dilma. Li tudo isso nas respostas de gente do povo, nas pesquisas qualitativas que realizamos para a campanha de governador do Rio de Janeiro.

Lula mandou que insistissem com a candidatura dele, apesar do obstáculo imposto pela Lei da Ficha Limpa. Certa providência! Quando o PT encaminhou o pedido de registro passou a imagem de registro feito. Assim sendo, Lula é candidato e quando a Justiça Eleitoral avisar que não é, o povo entenderá o argumento da Lei da Ficha Limpa como mais um golpe da elite contra os pobres.  

Vítima, qualquer vítima, é sempre melhor candidato do que algoz. Lula, vítima, dirá para o povo: faça justiça, eleja Haddad.

Agora, é aguardar para saber se estou correto ou se devo mesmo arquivar, definitivamente, minha mania de querer prever.

Que Deus salve o Brasil!!!

Por Jackson Vasconcelos

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Entre um preso e um louco

Estamos bem perto de uma encruzilhada, onde faz-se macumbas, mata-se galinhas pretas, acendem-se velas e deixam-se oferendas para as entidades. Na encruzilhada há uma placa de sinalização: à esquerda, um presídio; à direita, um manicômio.

Na direção dessa encruzilhada caminha a campanha para a presidência da república. À esquerda, Lula, com seus artifícios estratégicos para colocar no trono uma entidade incorporada. À direita, o louco Bolsonaro.

Se chegarmos à encruzilhada, o que nos levou até ela? Um erro enorme de comunicação dos candidatos que poderiam ser alternativa.

Marina permanece sem expressão. Teve um momento de glória maior, quando disse ao Brasil, ao vivo, que Bolsonaro é, de fato, um louco desgovernado. Mas, parou ali. Até, porque o louco desgovernado entendeu o pito da Marina como um passa-fora, avisou que não voltará aos debates e depois voltou atrás.

Ciro Gomes, o louco que poderia encarnar a pomba-gira enjaulada em Curitiba, não ofereceu à entidade o corpo melhor. Ciro é um louco chato, cheio de números na cabeça, passado complicado com as mulheres, doido sem brilho.

O resto é o resto, só o resto. Pena, porque Álvaro Dias seria o caminho melhor a seguir, mas errou demasiado na comunicação, a ponto de deixar na memória da campanha só o jeitão do Coringa, personagem de Gotham City. Com medo que só a personalidade e a história dele fossem insuficientes para vencer, foi buscar o Moro, que achou graça do moço.

Alckmin? Fala bonito. Fala certo. Mas, num idioma que o povo brasileiro não consegue decifrar. Alckmin é o sujeito que numa encruzilhada, quando você pede informações sobre para onde deve ir, responde com a qualidade do asfalto ou da vegetação.

Meirelles? Esse é o homem invisível. Ninguém consegue ver. É possível ouvir a voz dele, que é cavernosa, do tipo bom para filmes de vampiros, Um trombone sem melodia, sem ritmo e sem harmonia. Um trombone sem música, mas que produz som.

Tomara Deus que alguém nesse amontoado de comunicadores ruins alguém melhore, para que a gente consiga seguir rumo ao futuro, por um atalho, para não passar pela encruzilhada.

Por Jackson Vasconcelos

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Ficou mesmo com os políticos

O jornal O Globo, em manchete, na primeira página, dá a notícia: “Começa a campanha eleitoral mais curta e indefinida”. Fake News! A campanha deste ano nem é a mais curta, nem a mais indefinida. Ela, simplesmente, não existirá, porque tudo que pode identificar uma campanha eleitoral está proibido fazer. E quem deixar de fazer, mesmo assim, correrá o risco de apanhar da Justiça Eleitoral, porque os juízes desse tipo de Corte podem tudo. Para eles, a lei que existe é a lei feita por eles mesmos no momento dos fatos.

Portanto, também não é uma campanha indefinida. Poder-se-ia dizer que se trata de uma eleição indefinida. Também não é.

Afinal, já se sabe, por experiência, que boa parte dos eleitores não encontrará os candidatos que gostaria, por isso, não votará. Isso está definido.

Os loucos raivosos irão às urnas e votarão. Sempre votaram e este ano o candidato deles disputa a Presidência da República com chances de vencer. Isso está definido desde o primeiro momento em que andaram a falar de eleição para presidente.

Andaram a dizer que teríamos gente nova no pedaço. Gente de fora da política para, “oxigenar” o ambiente. Isso não houve e o ambiente continua com o ar viciado.

Luciano Huck, Joaquim Barbosa e outras invenções ficaram no campo das invenções. No Brasil todo, teremos novamente os políticos.

Afinal, para isso, eles fizeram a legislação eleitoral. Bicho de fora não entra. Mulher, só se escapar do controle ou quiser se vender.

Elas, mas espertas do que nós, machos, já decidiram que não participarão desse baile de fantasia. Isso está definido desde os primeiros passos dos escândalos de corrupção. Mulher não gosta disso. 80% delas estão dispostas a anular o voto, dizem as pesquisas.

Será mesmo assim no dia da eleição. Se não 80%, menos um pouco, mas algo grandioso será.  E não adiantou os machos que comandam os partidos e a política sofrerem a tentação de comprá-las com 30% do dinheiro e do tempo de TV das campanhas. Elas sabem onde isso começa e onde isso termina. Vê-se, por aí, que elas não estão à venda. Querem algo mais que dinheiro e tempo de TV: querem a verdade e querem o fim da corrupção e da violência, produtos não encontrados no mercado do voto e da opinião sincera.

Hoje começou a campanha na lei. Nas ruas e nas consciências melhores, nem pensar.

Eles, políticos, pariram Mateus, então, que dele cuidem.

Por Jackson Vasconcelos

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Alianças ou conchavos?

Geraldo Alckmin fez acordo com o que chamam de Centrão, um amontoado de partidos políticos, para ter mais tempo de propaganda política na TV. Aqui no Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Paes fez o mesmo.

Geraldo Alckmin tem defendido o acordo, que a população olha com desconfiança, com o argumento de governar. Minha dúvida é: Geraldo Alckmin e Paes ganharam tempo para campanha, isso é fato, mas conquistaram condições melhores para governar?  

A experiência me diz que não. Certamente, os que firmaram aliança com Alckmin e Eduardo Paes, não colocaram na pauta as melhores condições para governar. Pediram cargos e acesso rápido, fácil e opacos às verbas públicas para fazer política partidária.

Artigo do O Globo (13/08). Clique para ampliar.

Isso coloca uma camisa de força no destino do Alckmin e do Eduardo Paes. Se, no governo, atenderem os aliados, reforçarão a crise econômica, companheira sinistra do governo federal e do governo do estado. Se não atenderem, criarão uma crise política, do tipo que levou os presidentes a dois impeachments e o governador atual do Estado do Rio de Janeiro à posição de refém de uma quadrilha que destruiu as esperanças da população de ter um governo para chamar de seu.

Pego carona no artigo, que Fernando Gabeira publicou no O Globo, “Eleger ou Derrubar” Ele abriu o artigo com “Em plena campanha, não sei se estamos realmente escolhendo um presidente ou cavando uma crise para que ele se afunde, como afundaram seus antecessores”.

Encerrou, reafirmando, “Precisamos escolher alguém para eleger, e não para derrubar no ano seguinte”. A história recente do Brasil com a democracia dá sentido à preocupação do Fernando Gabeira: Elegemos quatro presidentes e mandamos dois embora, antes do prazo. Os que foram demitidos, foram por perderam apoio das “alianças”, que construíram com o Congresso Nacional.

Houaiss dá à palavra aliança o significado de pacto ou tratado entre indivíduos, partidos, povos ou governos para determinada finalidade. O Dicionário da Política de Bobbio, Matteucci e Pasquino, é obra que Collor, quando presidente, carregava pra fazer figuração, para passar a imagem de intelectual. O dicionário dá às alianças o significado de acordos entre nações e classifica-as em secretas e abertas, gerais ou limitadas.

No primeiro caso, o problema das alianças firmadas por Alckmin a nível nacional e por Paes no Estado do Rio de Janeiro, é a finalidade. Para que finalidade uniram-se os que estão com Alckmin e com Paes? Como a finalidade não pode vir à tona, entramos, então, na classificação que Bobbio, Matteucci e Pasquino, dá para as alianças. As firmadas por Alckmin e Paes são secretas, protegidas por segredos que virão à tona quando a população outro caminho não terá, a não ser dar o desprezo ou apoiar impeachments e intervenções.

Por Jackson Vasconcelos