Estamos bem perto de uma encruzilhada, onde faz-se macumbas, mata-se galinhas pretas, acendem-se velas e deixam-se oferendas para as entidades. Na encruzilhada há uma placa de sinalização: à esquerda, um presídio; à direita, um manicômio.
Na direção dessa encruzilhada caminha a campanha para a presidência da república. À esquerda, Lula, com seus artifícios estratégicos para colocar no trono uma entidade incorporada. À direita, o louco Bolsonaro.
Se chegarmos à encruzilhada, o que nos levou até ela? Um erro enorme de comunicação dos candidatos que poderiam ser alternativa.
Marina permanece sem expressão. Teve um momento de glória maior, quando disse ao Brasil, ao vivo, que Bolsonaro é, de fato, um louco desgovernado. Mas, parou ali. Até, porque o louco desgovernado entendeu o pito da Marina como um passa-fora, avisou que não voltará aos debates e depois voltou atrás.
Ciro Gomes, o louco que poderia encarnar a pomba-gira enjaulada em Curitiba, não ofereceu à entidade o corpo melhor. Ciro é um louco chato, cheio de números na cabeça, passado complicado com as mulheres, doido sem brilho.
O resto é o resto, só o resto. Pena, porque Álvaro Dias seria o caminho melhor a seguir, mas errou demasiado na comunicação, a ponto de deixar na memória da campanha só o jeitão do Coringa, personagem de Gotham City. Com medo que só a personalidade e a história dele fossem insuficientes para vencer, foi buscar o Moro, que achou graça do moço.
Alckmin? Fala bonito. Fala certo. Mas, num idioma que o povo brasileiro não consegue decifrar. Alckmin é o sujeito que numa encruzilhada, quando você pede informações sobre para onde deve ir, responde com a qualidade do asfalto ou da vegetação.
Meirelles? Esse é o homem invisível. Ninguém consegue ver. É possível ouvir a voz dele, que é cavernosa, do tipo bom para filmes de vampiros, Um trombone sem melodia, sem ritmo e sem harmonia. Um trombone sem música, mas que produz som.
Tomara Deus que alguém nesse amontoado de comunicadores ruins alguém melhore, para que a gente consiga seguir rumo ao futuro, por um atalho, para não passar pela encruzilhada.
Por Jackson Vasconcelos