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O Jogo dos Cartolas – Futebol e gestão

SINOPSE:

‘O jogo dos Cartolas – Futebol e Gestão’ é um olhar crítico da gestão de clubes pela ótica de um executivo que gerenciou por quatro anos um dos grandes clubes brasileiros – o Fluminense Football Club – sem ter, durante toda a sua vida, torcido por um time de futebol. Com essa visão diferenciada, o autor identifica por que todos que se relacionam com o futebol enriquecem, na mesma proporção que os clubes vivem à beira da falência.

Ao longo do livro, Jackson mostra que o grande problema dos clubes é a falta de compromisso com a gestão, deixando a cargo de profissionais não remunerados que administram orçamentos pelos quais não prestam contas, com irracionalidade do torcedor e a benevolência do Estado. A partir da própria experiência, que ajudou o Fluminense a sair da bola de neve de suas dívidas e recuperou a imagem do clube perante as arquibancadas e a imprensa esportiva, o autor aponta saídas para a situação que afunda o esporte preferido dos brasileiros.

DADOS

Editora: Publit
Título: O JOGO DOS CARTOLAS: FUTEBOL E GESTAO
ISBN: 9788577737949
ano de edição: 2015

VENDA

Editora Publit

Livraria da Travessa

Livraria Cultura

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O futebol no Brasil é um bonsai. É a semente de uma árvore frondosa, que não cresce por estar plantada num vaso pequeno, representado pelos clubes e por ser podada regularmente pelos dirigentes e palpiteiros

O futebol no Brasil é um bonsai. É a semente de uma árvore frondosa, que não cresce por estar plantada num vaso pequeno, representado pelos clubes e por ser podada regularmente pelos dirigentes e palpiteiros

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Traição ou conveniência?

 

A Senadora Marta Suplicy está nas Páginas Amarelas da VEJA, entrevistada pelo Pedro Dias Leite. O editor deu à matéria o título, “O PT traiu os brasileiros”, que interessa mais a revista, pela opinião que tem do governo e do PT. Mais fiel ao conteúdo seria o título: “O PT contrariou a Marta”.

Nós, brasileiros, já descobrimos faz tempo, que o PT nunca quis varrer as velhas práticas da política brasileira, como parecia ser o seu desejo, quando na oposição. Ele fez de tudo, isso sim, para chegar ao poder e ter também direito aos resultados das velhas práticas.

A Senadora Marta Suplicy deseja sair do PT, não pelas razões de ética ou de povo que alega, mas porque há um conflito incontornável entre o projeto de poder do PT e o dela. Isso está claríssimo na resposta que ela ofereceu à terceira pergunta: “Houve uma gota d`água?”:

“A escolha do Fernando Haddad para ser candidato à prefeitura de São Paulo, em 2010, foi muito difícil para mim. Mas respirei fundo e fiz campanha para ele. Sei que minha participação foi fundamental para a vitória do Haddad. Antes já tinha sido praticamente abandonada na minha eleição para o Senado. Ganhei com enorme dificuldade. O PT fez campanha muito mais forte para o candidato Netinho do que para mim. Então, comecei a pensar no que estava fazendo no PT. Em 2014, meu nome nem foi cogitado para a corrida ao governo de São Paulo, embora eu tivesse 30% das intenções de voto. Aí vem essa avalanche de corrupção. Engoli muita coisa na política. Mas, quando vi que estava em um partido que não tem mais nada a ver comigo, que não luta pelas bandeiras pelas quais me bati e ainda me tolhe as possibilidades – e eu sei que sou boa – a decisão de sair ficou fácil”.

Quem se der ao trabalho de visitar as notícias de setembro de 2012 sobre as eleições municipais no Brasil, encontrará a Senadora Marta curvada diante da vontade do ex-presidente Lula de ter Haddad candidato à Prefeitura de São Paulo.  Mas, não sem a devida compensação. Ela recebeu a cadeira de titular do Ministério da Cultura, que num ato de absoluta coerência com o pragmatismo da política, lhe foi tirada, depois de eleito o Prefeito.

Melhor entrevista e papel faria a Senadora Marta Suplicy se não tentasse mascarar o que lhe incomoda. O povo entenderia com mais facilidade, porque sabe que a política funciona desse modo.

Por fim, há um comportamento bem definido na política: ela não trabalha com o conceito de traição, mas de conveniência. Enquanto Marta foi conveniente ao PT em São Paulo, o partido e o Lula fizeram bom uso dela e da parte dela receberam, e têm recebido, o mesmo tratamento.

Por Jackson Vasconcelos

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Fundo Partidário, a cachoeira

 

O Fundo Partidário acaba de receber uma injeção de dinheiro novo. Isso, certamente, aborreceu muita gente e é notícia de destaque em toda a imprensa. Poucos dias antes, foi preso mais um tesoureiro do PT. Isso agradou muita gente e também virou notícia importante.

Tesoureiros presos e fundo partidário abarrotado têm algo em comum? Dizem que têm. O preço das campanhas. Então, alguns esperam que ao aumentar o volume de dinheiro no Fundo Partidário diminuam as causas para prender tesoureiros.

Mas, houve algo diferente, não muito distante dos tempos atuais. Fui tesoureiro do PFL no Estado do Rio em 1986 e novamente, nos anos de 1996 a 1998, tempos de vacas magras em regime de engorda.

Em 1986, convocado pelo Presidente Regional do PFL no Estado do Rio de Janeiro, Rubem Medina, meu amigo, que acabara de assumir a função, cheguei à sede do partido com a missão de organizar a casa. Ele me disse: “há por lá uns probleminhas que você resolverá rápido”. Para um cargo voluntário sem remuneração e eu, com outras ocupações, não se poderia exigir muito.

Contudo, quando cheguei à sede do partido, no Centro do Rio de Janeiro, a conversa foi outra. Encontrei em cima da mesa uma ameaça de despejo, por falta de pagamento dos aluguéis e uma montanha de comunicações a mostrar que a paciência do inquilino terminara no terceiro mês de atraso. Os funcionários não recebiam há dois. Três se contado o 13º, vencido há seis meses. Uma lista de títulos protestados indicava que nenhum fornecedor, a não ser o do cafezinho e o das cadeiras para o auditório, cansaram de esperar pela solução de seus créditos.

Um dos deputados federais do partido era o tesoureiro. Mas, ele deixou com a secretária um recado expresso: “não adianta me ligar…”.

A negociação dos aluguéis atrasados foi a tarefa mais fácil. O proprietário propôs um acordo simples: “mudem, me entreguem as chaves e sumam. A política é mesmo uma merda”.

Na primeira reunião da Executiva Regional, já na nova sede tomada por empréstimo de alguém do partido, propus que cada um dos eleitos, senador (havia um), deputados federais, deputados estaduais, vereadores e prefeitos autorizasse o Banco do Brasil a transferir mensalmente de suas contas de salário uma quantia para sustentar a estrutura. O pau quebrou! Aconteceu uma discussão dura e por pouco, pouco mesmo, o encontro não resvalou para a violência física. No meio do bate-boca, alguém gritou: “desse jeito, eu vou para o PTB, porque lá não tem essa de rachar as despesas”.

Aprovamos a medida, mas, imediatamente, a turma passou a procurar um empresário rico, que quisesse, em troca do talão de cheques, o prestígio de ser presidente ou, no melhor dos mundos, tesoureiro. Valia tudo para convencer o cara, até iludi-lo com a promessa de ser candidato a governador ou a senador.

Para evitar todo esse trabalho e gastar menos o verbo, o Congresso Nacional votou em 1995, uma medida prática: inseriu o Fundo Partidário no Orçamento da União e transferiu a conta para o contribuinte. Hoje essa conta está ao preço de quase um bilhão de reais por ano: um Maracanã novinho em folha todo ano.

 Por Jackson Vasconcelos

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É o Demônio ou é o Democratas?

Falemos um pouco de política e de história, para esquecer, por algum tempo que seja, os esportes, o futebol.

Era quinta-feira, 26 de março. Entrei no elevador do prédio onde tenho a minha empresa e encontrei o Senador Agripino Maia, Presidente Nacional do Democratas. Ele, muito educado, trocou dois dedos de prosa comigo, suficientes para carregarem a notícia: o Democratas e o PTB serão um. Pensei: “que coisa estúpida!”.

A reunião Democratas e PTB impregnará a marca da primeira com os vícios da segunda, que tem a sua imagem acorrentada pra sempre com o advogado e político Roberto Jefferson e, por consequência natural, com o Mensalão.

O Democratas já é uma invenção maldita do marketing. Ele foi, até 2007, Partido da Frente Liberal – PFL, este sim, um partido com a imagem de agente pragmático do resgate do Brasil das mãos dos generais. O PFL esteve bem o suficiente para influir e decidir a eleição e reeleição do Presidente Fernando Henrique Cardoso, contraponto do Lula e do PT, que andam em desgraça.

Mas, como se fez para transformar o PFL em Democratas? O publicitário e cientista político Antônio Lavareda explica, no livro “Emoções Ocultas e Estratégias Eleitorais”, escrito por ele como receita para vencer eleições: “(…) Avançando no processo de sua “refundação, iniciado três anos antes, o Partido da Frente Liberal (PFL) – criado na conjuntura de transição ao governo civil por uma dissidência do Partido Democrático Social (PDS) –, que sucedeu à Aliança Renovadora Nacional (ARENA), mudou seu nome para Democratas, denominação escolhida com base em pesquisas que fui convidado a coordenar. Mais importante, a mudança foi acompanhada pela renovação da sua direção, entregue a uma nova geração de líderes que não eram sequer nascidos à época do golpe militar de 1964”.

Do que ele diz, só se salva a menção à pesquisa, porque no mais, a informação torce a verdade em favor do discurso. Primeiro, a ARENA se fez PDS, mas o PDS não se fez todo PFL. A parte ruim, podre, comandada pelo político Paulo Maluf, ficou. O PFL foi a redenção dos que vieram da ARENA e não quiseram seguir com os militares e com o senhor Paulo Maluf. Outra inverdade é a entrega a “uma nova geração de líderes…”. Assumiram o comando do Democratas os filhos dos políticos de muito tempo, líderes do PFL que, em 1964, já estavam na ativa, mas, em polos políticos opostos.

Por fim, houve o trabalho imenso que tiveram para evitar que o apelido “DEMO” substituísse a sigla DEM, na referência ao partido.

Pena. Hoje, se ainda por aí, com a estrutura e proposta que tinha quando mudou de nome, o PFL ocuparia melhor o papel de liderança da oposição. E, se de fato há necessidade de fusão, faria mais sentido com o PSDB.

Por Jackson Vasconcelos