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FAÇAM UM “L”

Façam o “L”. 

Jair Bolsonaro perdeu a eleição e fez silêncio. Ficou como Nero a olhar Roma pegar fogo. Ele saiu da eleição credenciado líder da oposição, por 58.206.354 eleitores. Lula obteve 60.345.999 votos, mas não atendeu ao desejo da maioria dos eleitores brasileiros, que somam, segundo o TSE, 156.454.011 pessoas. 32.200.558 eleitores não foram votar. 3.930.765 anularam o voto e 1.769.678 votaram em branco. Portanto, Lula assumirá a Presidência da República contra a vontade de 63.906.797 e com a indiferença de 32.200.7558. Em número de votos, a oposição ao governo Lula é maior do que os votos dados a ele. 

Mas, não só por isso, Lula terá dificuldade para governar, porque o partido dele é um barril de pólvora, tem ciúmes da aproximação de Lula com os aliados e sempre se teve como credor do Lula para ocupar todos os espaços no governo. 

Em janeiro de 2003, Lula e o PT assumiram a Presidência da República. Seria a primeira vez de uma série de cinco que se completa agora. Em outubro de 2003, a Revista Conjuntura Econômica, da Fundação Getúlio Vargas circulou com uma extensa matéria sobre as nomeações que o PT fez na máquina pública federal. O trabalho foi assinado por Sandra Braga e registrou uma declaração do tesoureiro do PT, Delúbio Soares, um dos artífices do mensalão julgado por Joaquim Barbosa que este ano votou no Lula. Delúbio Soares afirmou à Conjuntura que arrecadou oito milhões de reais para o PT, com as contribuições compulsórias feitas por quem ocupava cargo de confiança no governo federal. Eita. Olha aí as “rachadinhas”. 

Na Seção “Carta do IBRE” da mesma edição da revista, o Editor-Chefe, Roberto Fendt, criticou a “partidarização do Estado” e levantou uma questão: “Não estaria na hora de o PT, comprometido com um Estado ativo e eficiente e com a ética política, propor a profissionalização do funcionalismo, com a redução dos cargos de confiança?” Imediatamente, Roberto Fendt perdeu o emprego. Era o PT no comando da comunicação de um veículo que eu julguei independente. 

O modelo facilitou a prática do mensalão e dos atos investigados pela operação Lava-Jato, que condenou Lula e vários aliados dele e do PT. O povo ficou enojado e, pelo voto, expurgou o modelo em 2018. Mas, autorizou a volta dele. Então, Lula, o PT e os aliados estão aí de retorno com uma experiência que não tinham antes na relação com a Justiça. 

Por que o PT e Lula, com o histórico que têm, conseguiram vencer a eleição de 2022? A resposta está numa das passagens mais interessantes na campanha de Donald Trump, na disputa pela Presidência dos Estados Unidos. O documentarista protagonizou. Ele resolveu fazer campanha para Hillary Clinton num dos redutos dos republicanos, na cova do leão Trump, Ohio. Moore fez um discurso fantástico que encerrou com a seguinte frase, plenamente adaptável ao que foi a eleição para a Presidência do Brasil. Disse ele: 

A eleição do Trump será o seu grito de dane-se…E todos se sentirão bem…por um dia, por uma semana…por um mês. E então, se arrependerão, porque usaram o voto para exprimir uma revolta. Estarão ferrados”.

O que virá? Como será o futuro? Estaremos ferrados? 

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Críticas panfletárias !

O paradoxo panfletário de Abranches. 

O cientista político Sérgio Abranches, publicou num dos veículos da internet, após o primeiro turno da eleição, o artigo “O paradoxo de Ziraldo e as eleições de 2022”. Leio os textos do Sérgio Abranches sempre que os alcanço e no de agora ele cita o “Presidencialismo de Coalizão, o Dilema Institucional”, que é denso, longo e está composto com informações e tabelas de dados sobre a fragmentação da representação parlamentar nos países democráticos do mundo. Vale separar um tempo para ler. Foi publicado em 1988, no calor ainda da Assembleia Nacional Constituinte, pela Revista Dados

É do “Paradoxo de Ziraldo”, que cuido neste momento, Abranches retoma a questão do presidencialismo de coalizão para compor uma análise do resultado da eleição parlamentar deste ano e o acusa de ser o produto de “uso desabusado da máquina pública, em todos os níveis, e de avalanche de recursos do orçamento secreto…”. Sérgio cita o fato como se ele fosse uma novidade no conjunto das eleições ocorridas no Brasil. Não foi. Não é e nem teve a intensidade que sempre teve. O voto do brasileiro se torna cada vez mais ideológico, distante do modelo de compra e de fraudes que marca as campanhas eleitorais no Brasil desde a primeira, ainda no Brasil Colônia. Somos o país mais longevo, acredito, do mundo em eleições. 

O voto ideológico verificou-se este ano, uma situação que Abranches aborda com a surpresa reservada aos fenômenos: “Há uma boa notícia e um consolo no resultado das eleições parlamentares de 22. A boa notícia é que a fragmentação partidária na Câmara caiu 46%, 5% voltando ao que era em 2006. No Senado, caiu 33%, aproximando-se do que era em 2010”. É a ideologia! Eu não diria, estúpido, porque Sérgio não é. 

Abranches encerra o artigo com a intenção que teve desde o início dele, o que não desmerece todo o resto, mas fragiliza o argumento. Abranches fez da boa oportunidade de um debate sobre o sistema de governo um panfleto de campanha, quando afirma, referindo-se ao resultado da eleição parlamentar deste ano: “O consolo é que a maioria controlada por partidos de centro e pelo centrão permite a formação de coalizões majoritárias, tanto para Lula, quanto para Bolsonaro. A má notícia é que, no caso de vitória de Bolsonaro, não será a governabilidade que estará ameaçada. Será a democracia. Ele vai usar a maioria para solapar de vez a estrutura institucional de freios e contrapesos da democracia constitucional brasileira”. 

O risco de se perder a democracia – o pouco que se tem dela – é zero com a eleição do Jair Bolsonaro e zero com a vitória do Lula. A narrativa criada pelos opositores e aliados do Bolsonaro não deveria servir a quem tem a maturidade política e a experiência que tem Abranches. 

Mas, retomo a discussão onde Abranches não poderia ter encerrado. Há “Presidencialismo de Coalizão”, porque há Presidencialismo híbrido, montado pela Carta Constitucional, que deu ao Congresso Nacional liberdade sem responsabilidade e representação sem respeito aos representados. Temos uym modelo de eleição que distancia o eleitor do centro de decisões políticas. Ele só tem serventia na hora do voto e nem no momento em que se afastam os eleitos por crime, o povo é ouvido. 

Noutro ponto existe o modelo de eleições coincidentes para os parlamentos e executivos. Isso sim, uma doideira, que uma nova Constituição poderia resolver. Exige-se demais dos eleitores, quando eles são obrigados a decidir, de modo direto, no mesmo momento, quem estará na presidência da república e nos governos estaduais e no Congresso Nacional e Assembleias, assim como acontece no tempo de eleição dos vereadores e dos prefeitos. Nossa índole presidencialista ou monárquica, se preferirem assim compreender um povo que tem “Rei do Futebol”, o “Rei do Bacalhau”, “A Rainha do Império Serrano”, nos leva a dar preferência ao “Rei”, representado aqui pelo Poder Executivo. 

E tem mais: qual o problema de se ter um presidente sem maioria no Congresso? Não seria uma reverência ao sistema de pesos e contrapesos, que Abranches defende? Vejam a França, país onde o parlamentarismo admite um presidente forte. Lá, há pouco tempo, o povo escolheu o presidente, mas, logo depois, colocou sobre ele um parlamento que pode mantê-lo nas rédeas. Vejam a Itália, onde agorinha, o Parlamento enquadrou Berlusconi ao efetivar uma aliança entre o partido de Meloni e a esquerda. 

Com todo respeito, digo que Sérgio Abranches é melhor produtor de textos sobre ciência política do que de panfletos de campanha. 

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Ciro Gomes. Triste fim.

TRISTE FIM. 

Hoje, na série de análise sobre a eleição presidencial deste ano, eu comento a quarta derrota do Ciro Gomes. Ele acreditava que este ano conseguiria ter uma campanha diferente das demais, por ter contratado o mago João Santana, que apresentou a Dilma ao povo brasileiro como uma estadista, “mãe do PAC”, gestora eficiente, enfim, tudo o que ela nunca foi. Mas, nem João Santana, conseguiu vencer a única fragilidade que Ciro Gomes tem na imagem. Ciro é pedante. É um erudito num pagode. 

Ciro disputou em 1998, 2002 e 2018 estacionado na faixa um pouco acima dos 10% dos votos válidos. O melhor resultado ele conseguiu em 2018, quando alcançou o percentual de 12,47%. Este ano, Ciro derreteu até chegar a 3,04% dos votos válidos, resultado que o Ceará ajudou a compor, quando lhe deu pouco mais de 6%. Lá, Ciro não contou sequer com o apoio dos irmãos. Ciro comentou que a decisão deles abriu-lhe uma ferida nas costas. 

A causa de todas as derrotas do Ciro é a mesma. Ele é erudito quando se comunica com o eleitor e soa falso quando tenta não ser pretensioso. Em todas as oportunidades em que ele se apresenta ao público, nas entrevistas, nos debates, nas ruas e até ao carregar um santo padroeiro, uma novidade que trouxe para esta eleição, Ciro é pedante. Ele fala bem e manuseia os números com uma agilidade e arrogância que impressionam. 

Ciro rebate as críticas com carteiradas: “Eu sou muito treinado. Eu sou uma pessoa muito séria. Eu conheço o povo brasileiro na intimidade. Eu conheço a História do Brasil como ninguém”, Frases que ele usa para encerrar o assunto com quem lhe pede melhores explicações. Para Ciro Gomes, se ele diz, o interlocutor tem a obrigação de acreditar e aceitar. Duvidar de Ciro Gomes é ato de ignorância.  

O Pedantismo do Ciro trouxe para o discurso político os termos “Enciclopedismo raso”, “o paradigma pedagógico” e outras composições semânticas esquisitas. Ciro não explica. Não tem paciência para explicar. Ele, simplesmente, sabe e ponto final. 

Quando fala, Ciro lembra o Major Quaresma, magnífico personagem de Lima Barreto: “Um dia era o petróleo que lera em qualquer parte, como sendo encontrado na Bahia; outra vez, era um novo exemplar de árvore de borracha que crescia no rio Pardo, em Mato Grosso; outra, era um sábio, uma notabilidade, cuja bisavó era brasileira; e quando não tinha descobertas a trazer, entrava pela corografia, contava o curso dos rios, a sua extensão navegável, os melhoramentos insignificantes de que careciam para se prestarem a um franco percurso da foz às nascentes. Ele amava sobremodo os rios; as montanhas lhe eram indiferentes. Pequenas talvez…” 

E, para que ninguém, ninguém mesmo duvide da superioridade de Ciro Gomes, ele encerrou a campanha com duas declarações indiscutivelmente pedantes. A primeira, quando reconheceu a derrota: “Quero dizer a vocês que eu estou profundamente preocupado com o que estou assistindo acontecer no Brasil. Como vocês sabem eu vou inteirar 65 anos de vida e tenho 42 deles dedicados ao meu amor e à minha paixão pelo Brasil. Eu nunca vi uma situação tão complexa, tão desafiadora, tão potencialmente ameaçadora como Nação”. Ciro viu o que os mais de 100 milhões de eleitores não conseguiram ver e por isso, votaram em Bolsonaro e Lula. 

Ciro não foi diferente, quando avisou que acompanhará o PDT no apoio ao Lula: “Meus amigos. Minhas amigas, acabamos de realizar uma reunião da Executiva Nacional ampliada do PDT, quando, por unanimidade, nós tomamos uma decisão. Eu gravei esse vídeo para dizer que acompanho a decisão do meu partido, o PDT. Frente às circunstâncias é a última saída…”. E mais não disse, nem esclareceu, porque se ele disse, está dito. É suficiente! 

A campanha deste ano mostrou ao Ciro que ele não precisa de um publicitário e sim de alguém capaz de fazer com que ele seja simples no dizer, no prometer e no agir. Ciro precisa de alguém capaz de mostrar a ele que não são os livros que leu ou escreveu, nem a experiência dele com as coisas do Brasil, nem a erudição perfeita, os elementos que decidem as eleições. Elas são decididas pelos eleitores, que votam mais com o coração do que com a razão, mais com a esperança do que com o desespero. 

Na próxima semana, trarei as minhas considerações sobre o que aconteceu com o Partido Novo. Até lá. 

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CPI para Institutos de Pesquisa?

Os institutos de pesquisa são a bola da vez na sinuca em que está a política no Brasil. Os resultados do primeiro turno da eleição presidencial deste ano indicam o “ponto de morte” dessa bola a ponto de se falar em CPI e em investigação, porque tudo por aqui acaba numa coisa desse tipo.

A questão com os institutos de pesquisa existe há tanto tempo que o legislador criou a obrigação de registro das pesquisas eleitorais no Tribunal Eleitoral, quando  a intenção do contratante é divulgá-las. O objetivo da determinação é evitar a manipulação dos resultados. 

Adianta? 

Muita gente dirá que não, mas é impossível saber se sim ou se não, pois o registro é só uma obrigação burocrática, onde são exigidos o questionário prévio e a amostragem. O conjunto todo onde se teria ainda o tipo de coleta, a tabulação dos resultados e outras informações de apuração, no entanto, não está sujeito à fiscalização. A relação dos institutos de pesquisa com o Tribunal Eleitoral é, portanto, tão só uma reverência à burocracia.

A intenção declarada de quem pede investigação e punição para os pesquisadores é evitar que o eleitor seja levado a votar em candidatos nos quais ele não votaria, a não ser se estimulado pelas pesquisas. Ou seja, todas as demais informações que o eleitor recebe para decidir o destino que dará ao voto estarão subordinadas à certeza de vitória daquele que ele escolher. O eleitor será um “Maria vai com as outras”, um louco que irá às urnas com damas de companhia. O mesmo conceito se aplica à decisão absurda adotada pelo Tribunal até a eleição desde ano, de não divulgar os resultados enquanto houver gente na fila de votação. Felizmente, isso me aparece, não acontecerá mais. O Estado e seus agentes subestimam a capacidade de o eleitor decide por si mesmo. 

A bem da sanidade do eleitor brasileiro a gente sabe que não é desse modo que o processo de decisão acontece e é prova disso, a discrepância entre os resultados das pesquisas e os resultados obtidos na apuração dos votos. A valer a insanidade, existirá sempre coincidência. O eleitor serve-se das pesquisas para as conversas no botequim, já que a política é assunto proibido na mesa do jantar da família. 

As pesquisas são elementos de formulação das estratégias dos candidatos e não base para a decisão do eleitor. Sejam elas feitas para conhecer a intenção de voto, sejam para descobrir como se dá o processo de decisão do eleitor. O desejo das campanhas é ter os elementos que motivam ou desencorajam o voto. Como por interesse comercial dos institutos elas são divulgadas, passaram a ser elemento de seleção usado pela imprensa para as entrevistas exclusivas com os candidatos e presença deles nos debates. 

O núcleo de decisão estratégica das campanhas não considera as pesquisas divulgadas e de uso público como fonte confiável, pois sabe que vários elementos interferem na qualidade da informação e um deles, o interesse comercial dos institutos, que define a velocidade entre a coleta das informações, a tabulação dos dados e a preparação dos relatórios. Um núcleo de decisão competente sabe também que uma avalanche de pesquisas satura os eleitores e distorce os resultados, assim como a linguagem usada pelos pesquisadores e o modo como são apresentados os questionários. Então, para os núcleos de decisão estratégica das campanhas é aconselhável que contratem pesquisas para uso próprio e como elas se constituem em instrumento de decisão de estratégias, não podem ser do conhecimento dos adversários.

Sobre o tema, o alerta que nos fez o jurista Ives Gandra Martins numa das edições do jornal da CNN chega em bom momento: “O Ministério da Justiça entrou com um pedido na Justiça para investigar os resultados que, enfim, não foram corretos, dos institutos de pesquisa. Se nós examinarmos os resultados das últimas eleições – e quando eu falo das últimas eleições, eu me refiro às eleições deste século XXI – nós vamos verificar que os institutos de pesquisa têm errado permanentemente. Eles cada vez têm mais dificuldade em prever os resultados…A impressão que se tem aqui de fora é que a tecnologia e a metodologia que os institutos estão utilizando são ultrapassados, já que os erros têm sido cada vez maiores e cada vez mais expressivos. Hoje a população brasileira tem conhecimento bem maior de política. Às vezes, eu sou interpelado por moradores de rua. Quando critico o Supremo eles concordam; quando eu elogio os ministros do Supremo, muitos  vêm me atacar, dizendo, “mas o que é isso, professor!”. Então, a impressão que eu tenho é que, à medida em que uma população de, praticamente, 2015 milhões de habitantes passa a ter uma visão muito mais profunda do que está acontecendo na política, todos tomando posições, todos tendo conhecimento, todos tendo seus celulares, acompanhando redes sociais, os institutos de pesquisa com as metodologias que usam há dezenas de anos e que funcionavam no passado, a esta altura, a meu ver, eles precisam estudar as suas técnicas, porque se os erros são cada vez maiores, em cada eleição, significa, já que os institutos são sérios, o erro não está nos institutos nem está na avaliação que fazem dos eleitores. Creio que chegou o momento nessa investigação, que eu tenho a impressão que não vai  apurar nenhuma deslealdade ou desonestidade dos institutos, de verificarmos se num pequeno universo que examinam eles podem ter o retrato de toda a Nação.”

A minha experiência como formulador de estratégias para campanhas eleitorais de muito tempo, me diz que o que o doutor Ives Gandra Martins, com elegância, diz é fato. Ele aponta um desafio para os institutos de pesquisa: a produção de dados com ínfima margem de erro, apurados a partir do que pensam mais de 140 milhões de eleitores, num país com as diversidades regionais que tem o Brasil e onde uma palavra dita no sul pode ser interpretada de maneira completamente oposta quando ouvida no norte. 

Será possível alguém saber, com antecedência e certeza bem próxima da realidade, o que fará o eleitor no dia da eleição, num universo tão amplo de culturas e costumes formado por seres humanos que se informam a cada momento, a cada segundo do dia, bombardeadas por dezenas ou centenas de formas diferentes de comunicação? E fazer isso com base em uma amostra com duas ou três mil pessoas? 

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O ódio é péssimo conselheiro.

Você odeia? Então não decida.  

Mata-se por dinheiro ou por paixão, dizem os que investigam os crimes de homicídios. Os crimes por paixão, chamados passionais, são os crimes contraditórios – isso digo eu – porque por paixão não se mata. Por ódio sim. Então, diz-se que o amor pode transformar-se em ódio, e esse será o momento em que ele receberá o nome de paixão. Discordo. A paixão é o amor ainda não maduro e o 

ódio nenhuma relação tem com o amor, nem para servir-lhe como antônimo, porque para contraditar o amor existe o desamor. O ódio é simplesmente ódio, sem sinônimo e sem antônimo.  

Se você, meu caro e paciente leitor e você minha dileta leitora ainda não decidiram em quem votar para Presidente, não tenham esperança de decidir com base nas campanhas dos dois candidatos, porque elas não são esclarecedoras como deveriam ser e animam os eleitores a fazerem do voto uma arma a favor do ódio. 

As campanhas que vejo são movidas pelo ódio dos grupos dos dois candidatos, um contra o outro. E não há pior maneira de decidir qualquer coisa na vida do que sendo impulsionado pelo ódio, porque fica-se cego. Dizem que o amor também cega, mas quando ele produz o mal é pelo fato de ter-se transformado em ódio. Por isso, não se aconselha decisões que, por amor a uns, faz-se ódio na relação com os demais.  

Mas, se por acaso, vocês já resolveram em quem votar, verifiquem se a resolução já tomada é movida pelo ódio. Se é, eu aconselho que você reveja o critério que levou você à escolha que fez, porque ao escolher um entre os dois candidatos à Presidência da República, você estará ajudando a decidir quem ficará com a obrigação de dirigir o Estado Brasileiro com todas as imperfeições que o Estado tem. 

Somos uma nação formada por um território riquíssimo e vasto e por uma população desigual, que precisa do Estado para garantir-lhe, pelo menos, a segurança jurídica, ou seja, a relação perfeita entre a lei e a execução dela do modo como ela mesma especifica em seu documento maior, a Constituição Federal. Há quem acredite que o Estado deva assegurar muita coisa além da segurança jurídica, mas sem, pelo menos isso, nada do mais terá valor. 

O Presidente da República é, por definição constitucional, o Chefe Supremo das Forças Armadas e sob as ordens dele movimentam-se os generais, os almirantes e os brigadeiros. Ele é também chefe dos ministros, aqueles que cuidam de áreas específicas da administração pública federal, onde estão a Educação, a Saúde, a Segurança Pública e a Fazenda, porque é também do Presidente da República a competência para encaminhar o Orçamento ao Congresso Nacional e, depois de ele aprovado, torná-lo realidade. Isso quer dizer que cabe ao Presidente da República decidir o que será feito com os impostos que recolhemos à União. É, igualmente, do Presidente a decisão sobre as leis que o Congresso Nacional elabora, pois ele tem o poder de veto e no caso brasileiro, tem também o poder de fazer, por si mesmo, as leis enfiadas num monstrengo chamado de Medida Provisória que produz efeitos definitivos na vida das pessoas. Está aí, em tudo isso, localizada a segurança jurídica. 

Isso e muito mais do que está posto na Constituição Federal, lá no Artigo 84, é competência exclusiva do Presidente da República e não deveria ser entregue a alguém só pelo fato de odiarmos outro alguém. Ora, uma vez registrado o voto na urna eletrônica e cumprido o passo que o ódio aconselhou, o voto estará dado e uma vez escolhido o Presidente da República e satisfeito o ódio, o sujeito terá, pelo menos, quatro anos de oportunidades para, ele mesmo, destilar o ódio que o colocou na cadeira presidencial. E, digo pelo menos quatro anos, porque o Presidente da República toma decisões que ficam por aí a vagar e a infernizar ou felicitar as nossas vidas por muitos anos mais. Olhem a História e vejam que tenho motivos de sobra para os conselhos que dou. 

Não está difícil decidir como difícil foram as outras vezes, porque estamos entre dois candidatos que já governaram o país, um por 16 anos, de modo direto e por mais seis de modo indireto e outro por quase quatro anos. Então, já sabemos do que cada um deles é capaz ao usar as leis que o povo, por seus representantes faz, e o dinheiro que o povo, por suas obrigações com o fisco, entrega. Já sabemos de cada um os valores que defendem para uma vida em sociedade, valores que estarão presentes nas decisões que cada um tomará. Não precisamos, portanto, dos conselhos que o ódio dá. 

Valeu gente. 

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O povo gosta de briga.

Briga boa e o povo gosta. 

Criou-se uma regra para a comunicação nas campanhas eleitorais, reforçada em 2014. A norma é esculhambar o adversário, difamá-lo e denunciá-lo para os abrir espaços ao autoelogio. 

Ninguém escapa. Chega-se ao ponto de envolver pais e filhos, amigos próximos, assessores, ex-esposas, ex-maridos, vizinhos, enfim, todas as pessoas que privam de alguma relação com os candidatos. É comum ouvir-se dizer: “Ah!, eles são filhos de fulano, são pais de sicrano, nomearam beltrano…”. Um processo que eu chamo de transferência de imagem negativa para quem tem alguma positiva. 

Isso funciona? Tem funcionado pelo fato de todos os candidatos adotarem o mesmo modelo, o voto ser obrigatório e as abstenções, os votos brancos e nulos não serem considerados. Como não existe um modelo com o qual se possa comparar e as eleições acontecem, difícil é, se não impossível, contestar o que se tem. 

Quando as campanhas receberam o auxílio das redes para enfrentar a mídia tradicional, rapidinho surgiram os chamados “operadores do lado B”. Eles e elas, profissionais de comunicação na rede, ficaram com o dever de divulgar e também produzir mensagens para ferir a imagem dos adversários. E quando nada de real conseguem, então, partem para algo que a comunicação denominou de “fake news”, uma adaptação de velha mentira à linguagem das redes. 

Para evitar que as ofensas pessoais cheguem muito longe, criou-se o “direito de resposta”, mas o instrumento terminou por ser, também, elemento de estratégia eleitoral. Os candidatos que pedem direito de resposta só querem mesmo o tempo sobressalente para enfrentar os adversários. A imprensa tem horror aos direitos de resposta e a Justiça mais horror ainda, porque isso acrescenta trabalho às agendas. 

Ocorre que a política não está resumida às campanhas eleitorais. Depois dela, quem vencer terá que exercer os mandatos recebidos pelo povo e não conseguirá fazer isso se levar a ferro e fogo a história que contou sobre os adversários. O povo entende isso? Por acaso, compreende Alckmin com Lula? Maia com Freixo? Marina com Lula? Bolsonaro com Centrão, Eduardo Paes com Serra e depois com Dilma? Com Maia contra Cabral, depois com Cabral contra Maia e depois com Maia, de novo? 

O povo acha engraçado, mas normal. Aprendeu, faz tempo, que as campanhas eleitorais são grandes oportunidades de entretenimento. Para os eleitores, os programas eleitorais na TV e os debates são espetáculos de humor. 

Se o modelo funciona, faz sentido mudá-lo? Não! Se em algum momento o povo entender que isso não serve, os profissionais de campanha e candidatos darão um jeito para fazer outros modelos funcionarem. Ou seja, o modo como as campanhas acontecem está nas mãos do povo e não dos candidatos e dos profissionais que realizam a tarefa de ajudar alguém a chegar ao poder. 

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OS ESCOMBROS -PSDB

Os escombros de 2022. 

Hoje, entrego a vocês o segundo artigo da série sobre a campanha para a Presidência da República. 

A eleição deste ano equipara-se a um furacão que, na escala Saffir-Simpson, poderia ser enquadrado na  categoria 2, com ventos no intervalo de 152 a 176 quilômetros por hora e alturas próximas de 3 metros. O furacão de 2018 foi mais cruel. Os dois eventos produziram escombros. Um deles, o PSDB, meu assunto de hoje. 

Os sinais fracos das ameaças e oportunidades, dois conceitos da estratégia, começam a ser enxergados pelos estrategistas antes de serem percebidos por quem não lida com o tema. O acidente com o PSDB na eleição deste ano para presidente é um exemplo. 

As ameaças à existência do PSDB deram sinais em 2005, no curso da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investigou o mensalão. Lá também se deu a oportunidade para evitar o desastre, mas quem estava no comando do partido não percebeu. 

Na CPMI de 2005, o PT foi colocado nas cordas do ringue pelos jabs desferidos pelo PSDB contra o cabeça Luiz Inácio Lula da Silva. O PT quase foi a nocaute. Aventou-se a possibilidade de impeachment do Presidente da República. 

No caminho, contudo, descobriu-se, que o Senador Eduardo Azeredo, Presidente Nacional do PSDB, usou na campanha dele para reeleição ao governo de Minas Gerais, o mesmo método de financiamento que incriminava o PT. 

Naquele momento, o PSDB deveria ter jogado o Senador Azeredo ao mar, para salvar a tripulação e o navio. Foi a oportunidade de ouro para o partido mostrar que estava, de fato, com o desejo de combater os crimes denunciados por ele mesmo, de modo estridente, na CPMI.  

Contudo, na voz autorizada do deputado federal Eduardo Paes, figura proeminente no partido naquele tempo, o PSDB justificou a atitude do Senador Azeredo, embora condenasse a do PT. Eduardo Paes agiu com o discurso de “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”. O povo entendeu o recado: “somos todos iguais”. 

O PSDB perdeu, então, a oportunidade de se consolidar na posição de combatente contra a corrupção e aumentou a ameaça à sua própria destruição, porque passou para a população brasileira a imagem de um sujeito roto que ri do esfarrapado. 

Logo em seguida, Lula conseguiu ser reeleito na disputa com Alckmin, que perdeu votos na passagem do primeiro para o segundo turno. Algo inédito! Depois, José Serra foi derrotado por Dilma Rousseff e Aécio, idem. 

Em 2010, o PSDB elegeu oito governadores – deu o suspiro da esperança, aquele que anuncia a morte – e em 2014, fez seis, em 2018, apenas três governadores. Dos três, dois quiseram ser candidatos a presidente este ano. Ficaram no caminho, depois de brigar um com o outro. 

Com o comando isolado em São Paulo, o PSDB tentou recuperar-se aproveitando-se da pandemia, do histriônico jeito de fazer as coisas do governador João Doria e da juventude sóbria do Prefeito Bruno Covas. 

Entretanto, o destino tirou Covas; a estratégia do Lula para fortalecer Fernando Haddad em São Paulo tirou Alckmin; as atitudes do Presidente Bolsonaro estimularam a arrogância do João Doria e tudo isso somado à vaidade intelectual de Fernando Henrique Cardoso fez do PSDB um dos escombros da eleição deste ano. 

O que será feito do PSDB após a eleição? Terminaram as ameaças? Haverá oportunidade de recuperação? Quem será capaz de conduzir o processo? 

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Um blá, blá, blá sobre o Rio.

“Com quem será? Com quem será?…”

O modo como funciona o sistema adotado pelo Brasil para as campanhas e eleições faz com que os eleitores sejam sempre derrotados. O que se viu no debate entre os candidatos ao governo do estado é exemplo. Ele aconteceu do mesmo modo como tem acontecido nas eleições para o governo do Rio, pelo menos desde a campanha de 1998, quando Garotinho derrotou César Maia. 

Valeram as acusações mútuas e a ausência de racionalidade no script produzido pelos veículos. Esteve presente a caixinha de surpresas, onde ficam depositadas as indicações dos temas para sorteio e ficou ausente do debate a liberdade para os candidatos escolherem os adversários para o confronto direto. A superficialidade é qualidade essencial para quem participa dos debates onde todo e qualquer tema precisa caber nos tempos curtos para explanação, réplicas e tréplicas. Houve também o engodo do “direito de resposta”. 

Paulo Ganime esteve melhor que os demais candidatos. Primeiro, por ser eloquente e estar bem à vontade na composição do discurso e da campanha. Não tem compromissos com os agentes políticos do estado nem da imprensa. Ganime nunca governou, não nomeou, não foi nomeado, não precisou tomar decisões rápidas e efetivas com a espada da lei em cima da cabeça. Ganime, então, pode atirar a primeira, a segunda, a terceira, a quarta até a milésima pedra naqueles que ele acusa. 

O debate foi embalado com a garantia dada pelos candidatos de não serem presos durante o mandato. Cláudio Castro, como está na cadeira que os adversários querem ocupar, foi o alvo preferencial. Desviou-se bem dos tiros que foram na direção dele. Comportou-se com equilíbrio. 

Encerrado o debate, ficou claro que o eleitor desempregado não terá dificuldade para acertar na escolha, porque todos os candidatos prometeram empregos para todos e para qualquer um. Quem anda com medo da violência que está nas ruas ou daquela que vai até a sua casa não errará na escolha, porque todos os candidatos estão prontos para fazer do estado um lugar de paz, um paraíso na Terra. 

Para a educação? Fique tranquilo o eleitor que não estuda ou que estuda e não aprende, pois os candidatos, todos eles, no debate, mostraram preocupação com o problema e prometeram solução. 

Ao comparar o último debate na TV Globo com o último debate na mesma TV no ano de 2018, podemos dizer que Cláudio Castro substituiu Witzel; Rodrigo Neves substituiu Eduardo Paes; Marcelo Freixo ficou ali entre Paes e Tarcísio, com vantagem para Eduardo Paes, que lhe emprestou o profissional de marketing. Paulo Ganime foi o outsider, um atirador de elite protegido pela trincheira que a falta de um histórico de ação política concede.  

O eleitor está agora com a tarefa de escolher. Está em desvantagem, por ter um pequeno leque de opções, já que os partidos têm donos e seus donos são os donos da bola e do campo e, portanto, decidem quem joga. 

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O debate

Você viu o debate na Globo? 

Gente, o objetivo de um debate é a conquista e sustentação de eleitores pela comparação O debate é mais uma etapa de um processo de seleção, que a gente chama de campanha.  

Para se considerar vitorioso num debate, um candidato não pode perder os eleitores que já tinha antes do evento e deve conquistar novos. Mas, qual o instrumento de medição do resultado de um debate, para que se possa dar o título de vencedor a um dos candidatos ? Há que usar as pesquisas, mas elas não andam com muito crédito. 

Assisti ao debate e não vi vencedores. Cada candidato entrou com os eleitores que tinha e saiu sem novos. Os eleitores indecisos viram um debate de acusações mútuas e, em alguns momentos, engraçado pela presença cômica do candidato padre, colocado no ambiente pelo Roberto Jefferson, exatamente, para complicar o jogo. 

Não gostei da posição do William Bonner numa plataforma que o colocava acima dos candidatos. A imagem era de superioridade ou de um juiz num jogo de voleibol. 

Lula foi identificado por todos os adversários como líder de uma organização criminosa e perdeu a linha quando o padre bateu mais pesado. A fragilidade, Lula deve ao modo como o STF resolveu o problema dele com a Justiça, porque a Corte, simplesmente, anulou os processos Lula, no entanto, insiste na tese da absolvição, que não convence, porque não aconteceu. Ele estaria melhor protegido com a denúncia de parcialidade do Juiz, que o julgou. 

Jair Bolsonaro teve uma atuação agressiva no primeiro bloco. Desnecessária. Mas, deve ter sido instruído para agir assim, já que a tradição diz ser o primeiro bloco, o de maior audiência. Nos demais blocos, o Presidente saiu-se melhor.  

Simone Tebet prometeu o mundo e permaneceu com o papel de dizer que resolverá a fome num estalar de dedos. Ninguém acredita. Soraya Thronicke ainda não aprendeu a conviver com os cílios postiços e com a caneta. Ela saiu do debate com a imagem de alguém que deseja criar mais um imposto, pois não conseguiu esclarecer o que pretende com o imposto único. 

Luiz Felipe D’ávila esteve bem, mas a imagem dele lembra a de um personagem das histórias em quadrinho, o Richie Rich, o Riquinho, da Harvey Comics. A imagem dele não ajuda muito. Ciro Gomes estava nervoso e o nervosismo dele tornou as exposições confusas ainda mais confusas as exposições que faz sobre os problemas do Brasil. 

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A ESTRATÉGIA DE JAIR BOLSONARO VENCEU.

O Presidente Jair Bolsonaro sabia que não conseguiria vencer no primeiro turno e fez toda a campanha dele 

com a atenção voltada para o segundo. Colocou ministros e ex-ministros na disputa, organizou a campanha no maior colégio eleitoral do Brasil, São Paulo, e fincou o pé no Rio de Janeiro. Bolsonaro elegeu as ex-ministras Damares e Teresa Cristina, os ex-ministros Rogério Marinho e Marcos Pontes. Obteve ainda como vitória, a eleição de Sérgio Moro e Hamilton Mourão para o Senado. 

Lula, por sua vez, jogou todas as fichas para vencer no primeiro turno, por saber do risco que, para ele, representa o segundo turno, ocasião em que Jair Bolsonaro poderá reconquistar os eleitores que perdeu por movimentos que fez após ser eleito. Eleitores que rejeitam Lula. 

A convicção do Presidente Jair Bolsonaro da impossibilidade de vencer no primeiro turno estava, certamente, baseada no resultado obtido pelo ex-presidente Lula na eleição de 2018. Condenado e preso, Lula conseguiu colocar Fernando Haddad no segundo turno com quase 30% dos votos válidos ( Bolsonaro obteve 46%). No segundo turno, Haddad alcançou 45% dos votos. Era de se esperar que Lula, com a imagem sem a condenação e a prisão, alcançasse esse percentual mais um pouco. Como aconteceu. 

Quem avalia estatísticas eleitorais diz que, desde 1989, todos os candidatos à Presidência que partiram na frente para o segundo turno ganharam a eleição e com base nisso, adiantam uma provável vitória do Lula. O dado é verídico, mas em política, como em todo o resto daquilo que diz respeito aos seres humanos, não existe “sempre”, nem existe, “nunca”. Tudo é possível. E já se viu que com Jair Bolsonaro, então, nem se fala. 

A estratégia do Presidente Jair Bolsonaro, portanto, venceu o primeiro tempo da eleição. Jair Bolsonaro chegou ao segundo turno com a possibilidade de contar com o trabalho dos ex-ministros agora senadores, de uma bancada de deputados federais que representa um quinto da Câmara dos Deputados e dos ferrenhos opositores do Lula, Sérgio Moro, General Mourão, Deltan Dallagnol e outros. Há também dois governadores de estados de peso. O do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, que, ao vencer no primeiro turno, fica liberado para fazer a campanha do Presidente. Cláudio passou o primeiro turno sem buscar uma identificação direta, numa estratégia que funcionou. E há que se considerar o resultado obtido por Lula em Minas Gerais em contraposição à reeleição do Governador Romeu Zema. Ele, certamente, não terá prazer algum em conferir ao ex-presidente Lula, uma nova vitória em Minas Gerais. 

Na semana passada, comentei sobre o esfacelamento do PSDB, reafirmado com a derrota do governador de São Paulo. Na próxima semana, Ciro Gomes será o meu assunto sobre as campanhas deste ano.