Publicado em Deixe um comentário

A estratégia de Greta Thunberg

Para onde olho vejo estratégia. A menina Greta Thunberg está nas páginas amarelas da VEJA. Em muitos pontos, vê-se alguns conceitos de estratégia, mas num caso específico ela está bem presente.

A pergunta da revista foi: “A síndrome de Asperger teve influência em sua decisão de se envolver na militância?”. Na resposta, ela mostra a transformação de uma ameaça ao projeto de vida dela, numa oportunidade:

“Meu diagnóstico faz de mim uma pessoa diferente. Em minha opinião, ser diferente é uma dádiva. Isso exerce um papel no meu interesse pelas questões da sustentabilidade. Parecia que ao meu redor ninguém queria saber das mudanças climáticas e da destruição. Isso me chamou a atenção. Quem tem Asperger possui um superfoco. Consegue se concentrar bastante em um tema. Posso passar horas, dias, fazendo apenas uma coisa. Direcionei minha dedicação a me sentar, ler, compreender. Se fosse igual aos outros, com maiores habilidades sociais, provavelmente, eu teria me organizado em uma associação, um movimento único, algo assim. Mas isso não é meu tipo de coisa porque não gosto de estar com outras pessoas e socializar. Então, decidi agir sozinha e, daí, surgiram as greves pelo clima. A partir dessa ação individual é que o assunto ganhou a atenção do mundo”.

Publicado em Deixe um comentário

Em time que está ganhando não se mexe?

“Em time que está ganhando não se mexe”. Isso vale para todas as situações? Como a estratégia avalia a regra?

O professor Bill Barnett, da Universidade de Stanford, na Califórnia, estuda as causas do crescimento e fracasso das organizações desde 1991. Ele esteve no Brasil, em São Paulo, no início de junho e fez uma palestra para um grupo de profissionais brasileiros selecionado pelo Grupo Meio & Mensagem. Uma passagem da palestra dele: 

“Os líderes de todas as organizações, mesmo as que atuam em mercados domésticos, estão lidando com o desafio de se libertar de seus preconceitos, As pessoas que fazem sucesso resistem às mudanças. A vontade de mudar só nasce quando elas se encontram em uma situação desesperadora. Vemos isso nas indústrias que estão sendo severamente afetadas pela desaceleração econômica no Brasil. Gostariam de estar se sentido confortáveis, mas não estão. Precisam mudar”. 

Não é importante comentar sobre o óbvio desejo de mudança de quem está em situação desesperadora. Nisso não há novidade. Melhor do que Bill Barnett, Ludwig Von Mises, anos antes, identificou. Ficamos aqui com o outro lado da equação: o desejo de não mudar quando as coisas andam bem. Bill Barnett, neste ponto, disse algo novo com jeito de bom conselho:

“O verdadeiro desafio vem quando as coisas estão indo bem e você está ganhando dinheiro com seu negócio atual. O que você não vê naquele momento é que há outros ao seu redor que estão “reconceituando”seu negócio por lentes totalmente diferentes. E se você não percebe isso agora, daqui a pouco será tarde para você”. 

Por isso, insistimos aqui, que a estratégia é o instrumento que você tem à sua disposição para fazer a avaliação correta dos cenários futuros e para aconselhar você sobre a adoção da regra.

Só se saberá se o time deve ser o mesmo para as novas partidas ou projetos, quando você projetar o próximo jogo ou desafio, evidentemente, considerando, também, o desenrolar dos jogos já vencidos. Isso vale para qualquer desafio na vida. A estratégia dirá a você que pontos fortes e fracos terão os próximos times a serem enfrentados, diante dos pontos fortes e fracos do seu time.

A estratégia considerará também as ameaças e oportunidades que o momento e as circunstâncias representarão para o próximo jogo ou desafio. Munido das informações que a estratégia oferecerá a você, aí sim, você conseguirá decidir se, para a próxima partida ou desafio, o time que você tem é competitivo a ponto de vencer ou ultrapassar.

Nunca esqueça disso, se o seu objetivo for a vitória.

Por Jackson Vasconcelos