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“QUEM DÁ MAIS? QUEM DÁ MAIS?”

Na eleição do ano passado, o povo brasileiro votou para escolher prefeitos e vereadores. Houve denúncias de compra de votos e como alguém comprou votos, houve quem os vendesse. A que preço?  Eu ouvi dizer que variou entre 50 e 200 reais e soube de eleitores que venderam o mesmo voto várias vezes. Certamente, nenhum candidato teve certeza de ter comprado e ter recebido (o voto é secreto), uma vez que tem gente nesse país capaz de dar a volta em malandros do melhor calibre. 

Agora, sobre o mesmo assunto, vejam que situação curiosa e trágica, para todos e cômica para quem tem bom-humor: os eleitores brasileiros pagaram aos partidos e, no fim da linha, aos candidatos, o valor total de 4,9 bilhões de reais, quantia transferida dos impostos para o Fundo Eleitoral aplicado em 2024. Pois bem. Façamos a conta. O Brasil tem 155 milhões de eleitores. Portanto, ao valor de 4,9 bilhões de reais, cada eleitor pagou R$31,61 pelo voto. Sendo assim, quem vendeu o voto recebeu o que pagou por ele. Quem o vendeu a um valor maior do que 31,61 obteve um bom lucro. Quem vendeu várias vezes, ganhou na loteria. Mas, peraí. Vender o voto não é crime? Sim. Pagar por ele também não é? Não será crime se o pagamento for via Fundo Eleitoral. 

Resta-nos uma certeza. A democracia é um fruto da cultura de um povo e não da política. 

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VERSALHES, DISTRITO FEDERAL 

Será que a destruição da política chegaria a tanto no Brasil se Brasília não existisse? Se a capital permanecesse no Rio, o povo demoraria a reagir contra os abusos de poder, o tempo que tem demorado? Duvido. Brasília é uma cidade sem povo, onde residem os burocratas bafejados pelos ares de uma aristocracia sem alma. 

Brasília é a nossa Versalhes. Para fazer da corte uma ilha de conforto distante dos súditos, local de mordomias e orgias com o produto do trabalho de uma população miserável, faminta e desrespeitada, Luís XIV mudou a capital da França para um vilarejo distante 19 quilômetros de Paris, naquele tempo, século XVI, uma longa distância. Versalhes, o mais magnífico palácio de toda a Europa, abrigou por mais de 100 anos, uma monarquia sem pudor, cruel, opressora. 

Hoje, nas alucinações frequentes em razão das notícias, que chegam de Brasília, vejo Juscelino Kubitschek vestido de Luís XIV. Lula na pele de Robespierre, que com seus discursos inflamavam as multidões oprimidas – sujeito que deixou a cabeça na guilhotina onde decepou as cabeças dos adversários –  e Luís Capeto – Luís XVI – o rei inepto, mal-educado, sem graça, encarnado no corpo de alguém que conhecemos pelo nome de Fernando Haddad.  

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O INQUISIDOR

“Ponto de Virada. A Bomba e a Guerra Fria”. Eis aí um documentário da Netflix, que eu recomendo e uso como estímulo as considerações sobre Joseph McCarthy, senador que ativou o vocábulo “macartismo”, “caça às bruxas” e coisas semelhantes. Troque-se o sinal de comunismo para liberais e teremos algo semelhante ao que ocorre no Brasil. 

“Joseph McCarthy, era um demagogo com sede de poder e decidiu se tornar conhecido”, diz o documentário. 

McCarthy: “Mesmo que haja um comunista no Departamento de Estado. Um só, ainda assim temos lá comunistas demais”. 

Donald Ritchie historiador do Senado dos Estados Unidos:  “Joseph McCarthy tornou-se sinônimo de qualquer investigação anti-comunista. McCarthy estava procurando espiões no governo, mas, se não os encontrasse, isso não importava a ele, pois existia a chance de acusar alguém de comunista”. 

Joseph McCarthy: “Eu tenho em mãos o nome de 57 indivíduos que são comunistas ou, no mínimo, leais ao partido comunista.” 

Donald Ritchie: “Quem já tinha sido comunista tornou-se suspeito. McCarthy foi além disso. Quem já tinha sido membro de organizações de frente popular progressistas, que tinham apoiado os comunistas nos anos 30 e 40 também podiam ser acusados. Depois, pessoas que conheciam comunistas, se tornaram suspeitas. Pessoas chamadas para testemunhar sobre nomes que apareciam nos jornais, tinham suas casas pichadas. Pessoas eram demitidas de seus empregos sem qualquer tipo de evidência. Foi arrasador para muita gente.” 

Joseph McCarthy: “Chega. Vamos enfrentar todas essas forças que vocês odeiam. Para vencer essa luta precisamos de toda a inteligência, a coragem, a habilidade, o esforço da mente e do corpo. E se uma luta dura for a única luta que os comunistas entenderem, então o Partido Republicano dará a eles essa luta dura.” 

No começo de 1954, Joseph McCarthy foi atrás de supostos comunistas no Exército. Aí, o caldo entornou. Na época, as audiências envolvendo McCarthy e o Exército foram as sessões mais assistidas na história do Congresso.

“A televisão ajudou a construir McCarthy, porque ele sempre aparecia. No fim, a TV ajudou a destruí-lo. Ele passou do ponto, pois é difícil enxergar o Exército americano como uma organização pró-comunismo. Diante das câmeras de TV, McCarthy suava . Ele deixou de ser o herói americano e passou a ser o valentão do parquinho”. 

Joseph Welch, o principal advogado do Exército fez o que talvez seja a pergunta mais famosa daquelas audiências: “O senhor não possui nenhuma decência.. Afinal, não lhe resta nenhuma decência? Se há um Deus no céu, isso não ajudará o senhor ou a sua causa em nada. E a Câmara toda aplaudiu. O Senado votou uma censura a McCarthy. Ele despencou e não aguentou o tranco da impopularidade repentina. Entregou-se ao álcool e morreu aos 49 anos.  

“A sede de poder de um demagogo se traduziu em um momento nacional de intolerância e desrespeito pelas liberdades. McCarthy soube alimentar o medo que os Estados Unidos tinham do comunismo. As investigações raramente provaram algo, mas nunca encontraram um espião”, com a frase, a NETFLIX fechou o segundo episódio. 

Momentos de forte polarização política alimentam o aparecimento de monstros semelhantes a Joseph McCarthy. Portanto, a melhor maneira de evitar tirá-los do inferno de volta para a vida é a política, uma arte incompatível com as radicalizações e com as soluções violentas para os conflitos humanos. 

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POR QUE TRUMP VENCEU? 

Jackson Vasconcelos, 12 de novembro de 2024

Se você deseja uma pista para a razão da vitória do republicano Donald Trump, busque na opinião que têm os americanos da classe média sobre as políticas públicas dos democratas, que fazem caridade aos pobres com o dinheiro de quem trabalha duro e paga impostos. Uma boa dica está no livro “Era uma vez um sonho”, escrito por J. D. Vance, eleito vice-presidente na chapa republicana. J. D. Vance escreveu o livro no tempo em que nem sonhava estar com Trump na empreitada. 

Vamos lá: 

Ele conta as experiências dele como caixa num mercado perto da casa da avó, com quem ele, na época, morava:

“(…). Também aprendi como as pessoas jogavam o jogo da assistência social. Compravam duas embalagens com uma dúzia de refrigerantes com cupons e depois os vendiam com desconto por dinheiro. Eles passavam suas compras separadamente, comprando comida com cupons, e cerveja, vinho e cigarros com dinheiro… Nunca entendi por que nossas vidas eram uma luta sem fim enquanto aqueles que viviam da generosidade do governo tinham um monte de quinquilharias com as quais eu só podia sonhar… A cada duas semanas eu recebia um contracheque e sempre reparava a linha que mostrava os impostos federais e estatais que eram debitados do meu pagamento. Pelo menos, com essa mesma frequência, nosso vizinho, viciado em drogas, comprava cortes de T-Bone, que eu era pobre demais para comprar, mas era forçado pelo Tio Sam a comprar para os outros… Cientistas políticos escreveram páginas e páginas tentando explicar como a população da região central dos Apalaches e do Sul passou de democrata convicta a republicana convicta em menos de uma geração… Grande parte da explicação está no fato de que muitos brancos da classe trabalhadora viram exatamente o que eu vi trabalhando no Dilman’s. Desde os anos 1970, a classe trabalhadora branca passou a se voltar para Richard Nixon porque começou a perceber que, como um homem disse: “o governo estava pagando para pessoas que vivem de assistência social e não fazem nada! Eles estão rindo do nosso país! Nós somos trabalhadores e eles estão rindo da nossa cara porque trabalhamos todos os dias!” (referência: Rick Perlstein, Nixonland: The Rise of a Presidente and the Fracturing of América (2008). 

Fica aqui a minha sugestão de um ótimo livro. 

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A DEMOCRACIA CONVENIENTE

Jackson.  09 de setembro de 2024

O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou à Avenida Paulista, em 7 de setembro, com o propósito de sempre queixar-se do Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, dando ao evento o apelido de ato em defesa da democracia. Jair Bolsonaro discursava quando alguém, ao longe, provavelmente na mesma avenida, começou a gritar palavras de ordem. Jair Bolsonaro bradou: “Se for possível parar esse som, a gente agradece, ou então eu peço para alguém sabotar; arrancar o cabo da bateria desse carro. Se esse picareta quiser fazer um evento, anuncie, convoque o povo e faça. Não atrapalhe pessoas que estão lutando por algo muito sério em nosso país.”

O “chato” continuou. Jair Bolsonaro também: “Desculpe. Eu não sou o governador, mas eu peço a PM: arranquem o cabo da bateria desse carro. Essa é uma atitude canalha. Vagabundo, que não tem compromisso com o seu país. Quer fazer política, vá fazer em outro lugar”. O cara não parou. Jair Bolsonaro afastou o microfone para dizer: “É foda, cara, é foda!” Ao lado dele, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, falava ao telefone, certamente, homologando o comando antecipado pelo ex-presidente.

Moral da história: Para bastante gente, a democracia ideal é a democracia sem o contraditório. Mas, nisso, esbarramos numa questão: é certo definir como democracia um regime onde não se autoriza o contraditório?

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APOSTO NA POLÍTICA.

21.05.2024

Google proibiu que campanhas políticas sejam impulsionadas pela ferramenta de anúncios Google Ads, o que implica também a suspensão da distribuição paga de conteúdos postados no Youtube. Essa é a resposta do Google às imposições da Justiça Eleitoral, uma delas, a obrigação das plataformas de manter um banco de dados com os conteúdos impulsionados pelos candidatos e partidos políticos.  As normas demonstram, uma vez mais, o grau de desprezo da Justiça Eleitoral pela política, representado pelas restrições à liberdade para se fazer campanhas eleitorais. 

Em razão desse sentimento dos magistrados e correlatos, tenho recebido sugestões para retirar toda a menção à política dos espaços onde publico conteúdos. Jamais farei isso, pois é preciso insistir na defesa da política, tanto quanto se faz a defesa da democracia, uma vez que a política é o único instrumento à disposição do ser humano capaz de tornar possível a convivência pacífica entre as pessoas. Por abolir a política, a raça humana torna-se cada vez mais um conjunto de bestas-feras, fato comprovado pela radicalização e fanatismo. 

É o caso de se perguntar: “É possível uma democracia sem política?” É, e essa situação está representada no populismo. Portanto, quando se toma a abominação à política por parte de quem diz defender a democracia com unhas e dentes e com todos os argumentos disponíveis, inclusive, o uso da força, fica-se com o sentimento de que, para essas pessoas, o populismo é bem-vindo. Ocorre que os populistas apegam-se ao poder a ponto de impedir o revezamento, a alternância, elemento essencial para definir a democracia. 

Quem por aqui anda a defender a democracia com o mesmo furor com que combate a política deveria ler com especial atenção, numa leitura compassada e anotada, o livro do filósofo basco, Daniel Innerarity, “A Política em tempos de indignação – A Frustração popular e os riscos para a democracia”. Como aperitivo, deixo aqui o registro da parte final do capítulo “A Condição Política”: “ O sucesso e o fracasso não são algo absoluto…O horizonte a partir do qual se avalia o sucesso ou o fracasso é diferente porque aquilo que é politicamente possível em cada momento está em constante mutação. Além disso, o êxito não é determinado pelos resultados imediatos; há muitos exemplos de derrotas que foram vitórias no longo prazo, do mesmo modo que há demissões que são, implicitamente, uma vitória. Claro que faz parte da arte da política intuir um estado de opinião do eleitorado, antecipar-se e corresponder ‘às suas expectativas, mas isso não basta para definir, com suficiência, uma política bem-sucedida, já que nesse caso o seu melhor exemplo seria o populista com menos escrúpulos. O sucesso na política e o sucesso político não são, necessariamente, idênticos. 

Numa sociedade estão sendo feitos, constantemente, juízos políticos no curto prazo (pesquisas, opinião nos meios de comunicação, eleições, etc.), mas cada uma dessas avaliações tem um prazo de validade próprio. As avaliações potencialmente duradouras exigem certo distanciamento. Aquilo que parece um êxito visto de perto pode ser um fracasso contemplado a partir de longe. (…) A agitação midiática, o ciclo eleitoral e o juízo da história são regidos por registros temporais diferentes e é quase impossível jogar bem em todos os terrenos. Aos grandes assuntos políticos, apenas a posteridade é que pode julgá-los com rigor, algo que sem dúvida deixará insatisfeito o político que os cidadão julgaram, pensa ele, com muito rigor…O que mostra bem que a política é uma tarefa tão difícil quanto pouco rigorosa.”

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CADÊ O SIVAM? 

20.05.2024

Está na primeira página do Estadão de ontem: “Amazônia tem onda de saques a embarcações por “piratas de rio”. R$100 milhões é o prejuízo anual causado pelos piratas ao transporte de cargas no Rio Amazonas, diz o Instituto de Combustível Legal”. A matéria cita a atuação de duas facções, uma local e o Comando Vermelho, quando a cocaína entra na pauta. A matéria cita o uso de tecnologias contra o crime, inclusive, uma desenvolvida por Elon Musk, celebridade desses tempos de polarização. O Brasil é mesmo um hospício fiscal: torram fortunas com um projeto de monitoramento da Amazônia, aprovado com fortes polêmicas, e não se tem notícias dele, nem nas queimadas, nem agora na pirataria. O Sivam deve ter a mesma utilidade que têm as câmeras nas cidades: divertimento para os usuários da internet. Os agentes de segurança pública 

ODEIAM investigação, pois dá trabalho e queima a cabeça.

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ELES SÃO UNS INTROMETIDOS. 

18.05.2024 

Os agentes do Estado Brasileiro, eleitos, concursados ou nomeados por apadrinhamento, acreditam saber mais do que as outras pessoas, o que é melhor para elas. Eis mais um exemplo: 

O Ministro Paulo Pimenta, agora Ministro Extraordinário,  informou ao distinto público em entrevista à TV (Record): 

“Senhor e senhora que está lá no abrigo me ouvindo agora: Sua casa está debaixo d’água e a senhora sabe que não vai voltar para lã. Tem gente que quer voltar e reformar a casa. A gente tem que considerar também essa hipótese. Ele vai encontrar o imóvel. Não precisa ser na cidade em que ele está.  Nós vamos comprar esse imóvel pra ele. Segunda situação. Nós vamos comprar todos os imóveis – PRESTA ATENÇÃO, SAMUEL – que estão a leilão no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal e que estão desocupados…O Governo Federal vai comprar todos os imóveis que estão em leilão. E vamos colocar eles nesse programa.”  

Vejam que não passa por eles a possibilidade – nem de longe – de devolverem às vítimas o que elas pagaram de impostos ao governo federal ou deverão pagar nos próximos anos, para que elas, por si mesmas, resolvam onde e como morar.

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NO DIA EM QUE DEUS SE ARREPENDEU…

Domingo de Páscoa de 2024. 

“Viu o Senhor  que a maldade do ser humano se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração; então, arrependeu-se o Senhor de ter feio o ser humano na terra, e isso lhe pesou no coração. Disse o Senhor: Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, o homem e os animais…( Gênesis 6:5). Por Noé existir, Deus resolveu, com Moisés começar de novo. 

Um segundo de meditação, de pouca atenção que seja com os fatos criados pela humanidade é suficiente para entender a razão do arrependimento de Deus. 

Alexei Navalni, opositor de Putin, assassinado pelo tirano, declarou diante do tribunal o condenou: “Deus lhes deu a vida e é assim que vocês escolhem vivê-la?”

Não há tiranos sem a ajuda dos covardes que cumprem as suas ordens. 

Na sexta, no sábado e no domingo, falou-se sobre a cruz em que Cristo foi crucificado, ferido e morto, depois de ser esvaziado de todo o sangue e ser exposto aos escárnios da multidão que o condenou. 

Deus, claramente, desistiu de fazer desaparecer a humanidade da face da terra. Ele deixou a tarefa com o próprio ser humano, que tem feito uma obra irretocável a começar pela criação do Estado, lugar onde os tiranos estão abrigados, protegidos pelos covardes. 

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A OMISSÃO. 

19 de março 2024. 

“Todo poder emana do povo e em nome dele será exercido, diretamente ou através de seus representantes, nos termos desta Constituição”. Isso está posto no parágrafo único do artigo primeiro da Constituição Federal. Mas, há quem diga que no Brasil o exercício do poder não se dá desse modo nem por essa gente. Discordo. 

O voto é o instrumento principal para o exercício do poder, seja diretamente, seja pela escolha de representantes. Na última eleição para Presidente da República, 118 milhões de eleitores votaram. Eu posso, então, afirmar que exerceram o poder – agiram para exercer o poder. No entanto, 31 milhões não votaram. Não deram as caras na zona eleitoral. Esses exercerão o poder por omissão deliberada. Naquele eleição, dois candidatos foram ao segundo turno, Lula e Bolsonaro. Lula venceu pois obteve 2 milhões de votos a mais. O resultado seria o mesmo se os 31 milhões de omissos tivessem votado? É possível. 

Estamos a caminho de mais uma eleição, agora para escolher vereadores e prefeitos. Novamente, o povo exercerá o poder, alguns por ação outros por omissão. Os resultados obtidos serão, portanto, fruto da decisão de todos. Tanto dos que agirão como dos que irão se omitir.