É impossível elaborar a estratégia correta para uma campanha se a leitura dos movimentos da política for incorreta. Há uma eleição a caminho para presidente, governadores, senadores e deputados. Sabe-se que a pauta principal de campanha no Estado do Rio de Janeiro será a segurança pública.
Sabe-se, também, que o partido do presidente da República anda em maus lençóis no estado, mas está no comando dele desde 1998, com os mesmos rostos, o mesmo método de fazer política e o mesmo modelo de governar. E, para azar maior do presidente e do partido dele, percebe-se que há na população local, desejo de mudança.
O presidente e o partido dele resolveram, então, agir. O pavor da população com a insegurança deu o sinal. O presidente da República, então, resolveu decretar intervenção no estado. Mas, como o governador do seu partido e o nome que ele teria para substituí-lo tomariam muita pancada da imprensa, o presidente entendeu que na segurança pública a intervenção seria manifesta. Nos demais braços administrativos do estado, seria “branca”.
Michel Temer entregou a segurança pública a um general e o resto ao interventor “camuflado”, Wellington Moreira Franco.
Michel Temer aposta que o eleitor do Rio de Janeiro dará a ele o crédito pelos resultados positivos da intervenção e ao seu partido, o voto, esquecendo-se, por alguns momentos – os suficientes para entrar na cabine eleitoral e votar – que o PMDB foi o grande autor do desastre.
Resta saber se o contraponto terá a veemência e a direção correta, para impedir que Michel Temer saia dessa com uma vitória.
Por Jackson Vasconcelos