Ciro Gomes opta pela dosimetria para punir caixa dois com penas mais brandas do que os atos de corrupção, apesar das duas situações terem servido ao financiamento de campanhas.
A dosimetria é um método de decisão da pena em caso de crime. Se dá quando o juiz considera, para sentenciar, as circunstâncias legais atenuantes ou agravantes e a personalidade do criminoso.
Diz Ciro Gomes: “Ambos são ilícitos, temos clareza absoluta. São ilícitos e descabidos. Ambos são puníveis, mas a gradação da pena, e portanto, da exasperação popular, não pode ser a mesma. Na medida que você generaliza, o que você está a produzir é a impunidade”.
A tese parece interessante, mas não é aplicável ao caso, porque para a imagem não existe dosimetria. Quando ela é atingida, a pena é de morte.
O próprio Ciro Gomes é exemplo a confirmar o que digo. Candidato a presidente da república em 2002, ele chegou ao topo das pesquisas, pule de dez para a vitória. Despencou, quando num ato de preconceito contra a mulher avisou que a Patrícia Pillar, na época, esposa dele, desempenhava o papel fundamental de dormir com ele.
A sentença não considerou atenuantes. A candidatura do Ciro morreu fulminada.
Por Jackson Vasconcelos