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Os generais e os Mourões da democracia

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Apareceu um general para criar confusão na cabeça dos jornalistas brasileiros. O general Mourão! Na história recente do Brasil houve outro, de nome Olímpio, que comandou as tropas sediadas em Juiz de Fora no intento de tomar o poder das mãos dos civis.  Não sei se o Mourão de agora fuma, mas o de outrora adorava tanto o cachimbo, que deu à operação da sua infantaria o nome de Popeye.

O Mourão presente alertou a sociedade para o risco de os militares voltarem ao Poder para colocar ordem na confusão em que se transformou o Brasil.  O jornalismo brasileiro está em pé de guerra com as declarações do General, para passar a percepção de defender a democracia. Mas, não é o que faz. Ele está, na verdade, em defesa de si mesmo e do seu ofício, que depende da liberdade de imprensa, que é, sem dúvida, um dos pilares da democracia.

Contudo, não o pilar principal, que é a atividade política e contra ela os jornalistas brasileiros se levantam todos os segundos de cada dia, seja dia santo, seja dia comum.

É fato que a imprensa constrange quem está na atividade política, com mandato, sem mandato ou, até mesmo, quando sequer sonhe com um. A notícia mantra é o político ladrão, mentiroso, reacionário, lobista, vagabundo.

A situação se torna mais grave, porque produz resultados na cabeça do povo e de boa parte dos próprios políticos que, para fugirem ao assédio moral da imprensa, vestem a carapuça de outsiders, de bichos estranhos na política. Fazem o serviço sujo da imprensa.

Por Jackson Vasconcelos

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