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Será o preso contra o louco? Será?

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Faz tempo que desisti de prever resultados nas campanhas eleitorais. E, quando olho para as que fiz, deveria ter desistido da arte bem antes. Não que eu não tenha acertado algumas vezes, mas errei tantas outras. Meu conforto neste campo são os resultados dos institutos de pesquisa, que pecam tanto quanto eu. Eles não desistem de prever, porque vivem disso. Quando erram, justificam, com isso ou aquilo.

Onde está o problema? Está na cabeça do eleitor, que tem toda a liberdade do mundo para mudar a escolha na hora derradeira. Choveu? Fez sol? Dá pra ir à praia? Tudo ou qualquer coisa pode mudar o rumo da prosa. Gabeira perdeu a eleição para Eduardo Paes em 2008, porque Cabral antecipou um feriado para um final de semana com muito sol.

Gabeira, sem malícia, divulgou no último programa eleitoral a pesquisa que lhe dava vantagem. Sua ilustrada turma da esquerda festiva, então, entendeu que a eleição estava decidida e seguiu para a praia.

Mesmo com esse medão todo de prever, resolvi arriscar. Faço, não como fazem as cartomantes ou como os donos de bolas de cristal, que agem no chute diante de traves com imensas larguras. Minhas previsões têm alguma qualidade técnica. Mas, deixemos de blá, blá, blá. Vamos direto ao assunto principal.

Teremos segundo turno na eleição para a Presidência da República com (apertem o cinto) Fernando Haddad, representando o preso Lula, e Jair Bolsonaro, que disputa a eleição em nome de todos os malucos que os hospícios nacionais não conseguiram capturar. Pobre Brasil.

O que se tirará dessa eleição servirá, tão somente, quem sabe, como case de comunicação política.

Lula, qualquer que seja o resultado final, já venceu. Conseguiu, mesmo condenado e depois preso, tirar proveito da situação, ajudado pelos juízes que o condenaram e ouviram. Moro lhe deu ares de personalidade e Bretas, no Rio, o de seu líder político. Lula tirou proveito disso.

Tirou, antes, da morte da esposa. Conseguiu, com a ideia de golpe para o impeachment, passar a imagem de responsabilidade alguma com o fato de Michel Temer estar no governo. Fez melhor: levou o Brasil a acreditar que entre ele e Temer, nunca houve Dilma. Li tudo isso nas respostas de gente do povo, nas pesquisas qualitativas que realizamos para a campanha de governador do Rio de Janeiro.

Lula mandou que insistissem com a candidatura dele, apesar do obstáculo imposto pela Lei da Ficha Limpa. Certa providência! Quando o PT encaminhou o pedido de registro passou a imagem de registro feito. Assim sendo, Lula é candidato e quando a Justiça Eleitoral avisar que não é, o povo entenderá o argumento da Lei da Ficha Limpa como mais um golpe da elite contra os pobres.  

Vítima, qualquer vítima, é sempre melhor candidato do que algoz. Lula, vítima, dirá para o povo: faça justiça, eleja Haddad.

Agora, é aguardar para saber se estou correto ou se devo mesmo arquivar, definitivamente, minha mania de querer prever.

Que Deus salve o Brasil!!!

Por Jackson Vasconcelos

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