Semana quente essa, por causa do deputado federal Waldir Maranhão. Ele, na cadeira de Presidente da Câmara, resolveu anular a sessão plenária que autorizou a instauração do processo de impeachment da Presidente Dilma, 22 dias depois de realizada e com o processo já no Senado Federal, com relatório aprovado pela Comissão Especial. Decisão insana, mas que deixou lições para quem lida com a política, principalmente, no campo da comunicação.
A primeira lição diz que o político deve, antes de ouvir os amigos, os conselheiros de plantão ou assessores, deve ouvir os eleitores. Waldir Maranhão escolheu ouvir dois aliados e com eles formou um trio trágico no início, cômico no final: o Juiz Flávio Dino, hoje Governador do Maranhão e o advogado José Eduardo Cardozo, Advogado Geral da União. Malandros demais, Flávio Dino e José Eduardo, mesmo sabendo que a decisão do deputado Waldir poderia não ter efeito legal, usaram o cara num plano exótico: plantar na história futura do Brasil, a sessão plenária da Câmara como uma fraude.
Não conseguiram, porque assim que a decisão chegou ao distinto público, provocou confusão, até pousar na mesa no Presidente do Senado. Ele, imediatamente, deu tratos à bola, racionalizou o processo e isso acalmou o povo. No final da linha, a mensagem aterrorizante virou piada nacional.
Entramos, então, na segunda lição. A comunicação não é o que a fonte diz, decide ou escreve, mas aquilo que o destinatário compreende.
Por Jackson Vasconcelos