Quero ficar no campo da comunicação política, mas gastemos um pedacinho de tempo com a filosofia, com a ciência política, para fazer um paralelo com o tema que desejo enfrentar. Jean Jacques Rousseau escreveu o Contrato Social. Para ele, as vontades individuais, os desejos de cada indivíduo, se somam e estão sintetizados numa “vontade geral”. Essa “vontade geral” subordina as vontades individuais. O conceito de “vontade geral” é soberano e, por isso, pode invadir a liberdade de cada um de nós. A “vontade geral” desconhece a vontade individual, das minorias, por exemplo. Hayek discordou. Chamou a Vontade Geral de fraude intelectual.
A comunicação política pode se servir do conceito de “vontade geral”. Quando um candidato busca o voto, ele precisa encontrar um ponto no discurso, que sintetize o desejo de todos os eleitores. Não é exercício fácil. Imagine o trabalho que é convencer, por exemplo, 20, 30, 50, 100 mil eleitores, que vivem vidas diferentes, enfrentam problemas semelhantes, mas nunca iguais.
E quando se está diante de milhões de eleitores? O que pensa cada um? Qual a vontade de cada um? Que discurso cada um está disposto a ouvir e “comprar”?
Por Jackson Vasconcelos