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Nós quem? 

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O Senador Randolfe Rodrigues explodiu em cólera na sessão do Senado Federal, logo após o canal CNN veicular imagens da invasão do Palácio do Planalto, no dia 8 de janeiro, onde o Ministro-Chefe do Gabinete de Segurança Institucional, homem de confiança do Presidente Lula, aparece entre os baderneiros. Disse o Senador Randolfe, referindo-se ao PT e aos adversários de Jair Bolsonaro: “Nós somos as vítimas do 8 de janeiro. Por isso, naquele dia, prendemos mais de mil e é por isso que nós temos, sequencialmente, feito as operações conduzidas pelo STF e pela Polícia Federal”. Nas palavras do Senador, o STF e a Polícia Federal estão à serviço dele e dos partidos do governo. 

Junte-se isso à resposta dada, em Nova York, pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, a um eleitor do Jair Bolsonaro e se tem o quadro de uma campanha onde o Supremo Tribunal Federal e a oposição a Jair Bolsonaro caminharam juntos. Disse o Ministro: “Perdeu mané, não amole”. Ou seja, “nós vencemos e vocês perderam”. 

Tenha o “Perdeu Mané”, esse sentido ou não, se somos, de verdade, uma democracia, toda vez que é encerrada uma campanha e divulgados os resultados, feita a diplomação e empossados os eleitos, o jogo está jogado. Os vencedores governam e os derrotados assumem o papel de opositores ao governo, pois deste modo, todos os eleitores estarão representados, tanto os que votaram nos vencedores, como os que escolheram os que perderam. 

Uma democracia estará em risco e poderá desaparecer quando a cidadania dos eleitores que votaram nos candidatos que perderam for anulada à espera de uma nova eleição, que, por falta de oposição, repetirá, com certeza, o resultado da eleição anterior. É desse jeito que muitas tiranias se instalam. 

Portanto, a campanha de 2022 está encerrada, gostemos ou não do modo como ela ocorreu. A partir do resultado é preciso que a oposição exerça com liberdade o papel que lhe cabe, principalmente, no Congresso Nacional, sem que um dos lados tome para si a caneta do Poder Judiciário como deseja ou já faz, o Senador Randolfe Rodrigues. Se as palavras dele não forem só força retórica, a oposição corre o sério risco de não sobreviver e com ela desaparecerá também a democracia. 

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