O Jornal Nacional está de volta para o encontro com os candidatos a Presidente da República. Toda campanha ele acontece. Nesta já foram recebidos Ciro Gomes e Jair Bolsonaro.
A emissora chama o encontro de entrevista. O candidato participa de um debate, em que as regras são favoráveis aos jornalistas, William Bonner e Renata Vasconcellos. O telespectador assiste a um bate-boca confuso.
Ciro Gomes comportou-se como entrevistado, treinado para ser disciplinado. William Bonner e Renata Vasconcellos aproveitaram-se do bom comportamento do candidato, a ponto de ele fazer duas ressalvas: “Quando formos falar de propostas…” e: “Se você me deixar falar, eu explicarei a sua dúvida”, algo assim.
Jair Bolsonaro deu o troco. Nas mídias sociais, seu ambiente, ele avisou antes de ir ao JN: “Não farão comigo o que fizeram com Ciro”. Não fizeram mesmo.
Jair enfrentou William e Renata de frente, a ponto de deixar os dois vencidos, no final do “espetáculo”, quando Jair relembrou a opinião do dono da Rede, Roberto Marinho, sobre o regime dos generais. Para quem não gosta daqueles dois, a cara deles diante do Jair Bolsonaro é espetáculo imperdível.
O público bateu duro nos dois empregados da Globo. Houve quem, no Twitter, comentasse: “Quem quiser conhecer as propostas do Bonner e da Renata para os governos, assista a entrevista do JN com os candidatos”.
O papel que a imprensa joga nas campanhas é ruim para a democracia. Ela participa diretamente da disputa como agente político radical. Tem lado.
Na campanha para o governo do Estado do Rio de Janeiro, o papel do sistema Globo, em especial, o jornal, chega a ser covarde.
Algo para comentar e escrever depois da campanha. O importante a dizer agora é: O candidato do sistema Globo é Eduardo Paes, como foi Sérgio Cabral em 2006 e 2010. Em 2006, poderíamos ter vencido Cabral, o ladrão, com a Juíza Criminal, Denise Frossard. Perdemos, não para Cabral, mas para o sistema Globo, que hoje, talvez por dor de consciência, exponha o tempo todo a imagem do ladrão…
Se o povo brasileiro tem um inimigo dentro de casa, num estilo, assim, de Cavalo de Tróia, esse inimigo é o sistema Globo, monopólio de comunicação.
O sistema apoiou o golpe de 64, reverenciou os generais, deu uma eleição mole ao Collor e depois ao Lula. Contrariado, o sistema apoiou o impeachment do Collor. Elegeu duas vezes Cabral, duas vezes seu lugar-tenente, Eduardo Paes, e quer tê-lo na cadeira que foi de Cabral.
Vida que segue. Um dia, essa gente desaparecerá.
Por Jackson Vasconcelos