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Huck, o Luciano, não “O Incrível”

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Luciano Huck apareceu no palco do programa do Faustão, no último domingo. Chegou de mãos dadas com a esposa, a belíssima Angélica. Os dois entraram em cena como entram os candidatos à Casa Branca, no tempo das convenções partidárias. Luciano e Angélica jogaram no ar toda a força da imagem de uma família bem sucedida.  

Faustão anunciou com pompa: “No primeiro domingão do ano, eu tenho o orgulho, a honra, a alegria de apresentar dois dos meus melhores amigos, ao longo desses muitos anos de carreira. Pelo caráter, pela simpatia, pela afetuosidade… Essa amizade que começou há muito tempo e se solidificou  e envolve as duas famílias… Torço pelo sucesso deles na arte (gaguejou um pouco), na vida. Orgulhosamente, vem aí, Angélica e Luciano Huck!!!”.

O ambiente pegou fogo! Luciano olhou o relógio. O povo foi aberto com a imagem da família, com eles a falar dos filhos.

Em seguida, transcrevo um pouco o que disseram Faustão, Angélica e Luciano. Vocês, meus leitores, se chegarem até o final, poderão concluir com facilidade: o conteúdo da televisão são imagens e não palavras.

O Brasil político se movimentou inteiro com o fato do Luciano e Angélica aparecerem no Faustão, mas, seguramente, se tivéssemos feito uma pesquisa no curso ou depois da entrevista saberíamos que, certamente, ninguém lembrou, um segundo depois, o que falaram os três apresentadores.

A lição é simples: Se você, na TV ou no vídeo, nada tiver para dizer que crie um impacto positivo estupendo, diga qualquer coisa, que o público comprará pela imagem. Mas, tome o cuidado para não escorregar e dizer algo estupidamente escandaloso, porque isso poderá ficar. Enfim, na TV seja mormo se a sua imagem for forte isso é o que importará no final.

Deixo aqui um pouco do que disseram Faustão, Angélica e Luciano. Pode ser que você queira ler. Faustão sapecou: “Vocês começam o ano fazendo planos ou num mundo confuso como o de hoje não dá para fazer planos…”

Angélica respondeu com as manias e folclores do povo brasileiro: “Comecei pulando onda, comendo uva…”. Luciano emendou: “vestidos de branco”.

Angélica falou: “Tem o negócio de calcinha colorida. Tem tudo…”.

Luciano mal começou a falar e o público aplaudiu de pé. O papo correu. Faustão colocou no papo a Copa do Mundo e eleição…

“Aí sim, o povo tem que se transformar numa torcida para o bem do país. Porque quanto mais dividido o país, melhor para meia-dúzia de ladrões…”. Angélica entrou…”É isso aí. Eu quero um mundo melhor para os meus filhos. Quero um Brasil melhor para os meus filhos. Eu acho que todo mundo aqui quer”. Faustão completou: “Todo mundo paga imposto”.

Angélica continuou: “Por isso todo mundo tem o direito de querer tudo isso. E você, Faustão, falou uma coisa incrível, sem ficar dividindo nada. Nós somos uma coisa só. Não tem essa história de um de outro, de partido, não! O brasileiro é brasileiro. Ele merece uma coisa melhor. Tem um país lindo. Nós temos um país lindo”.

Faustão pulou para Luciano Huck. “Luciano vive envolvido com as causas sociais….”. E vira-se para o Luciano: “Você acredita no Brasil?”. Ele respondeu:

“Fausto é uma pergunta bem complexa. A gente tem que acreditar. Este último ano eu fui até dragado para uma discussão, para pensar que possibilidades a gente tem concretas para o Brasil este ano…E eu me propus colocar um pouco a cara na rua e tentar mobilizar a minha geração, para saber quem são as pessoas que estão a fim, de fato, de chegar perto da política. Porque hoje em dia, você tem…a sociedade como um todo ficou envergonhada da classe política…

E seguiu…

“As pessoas precisam enxergar a política como o único caminho para você transformar a realidade… Eu fui até tragado para uma discussão, que não levantei a mão. Mas, me propus colocar um pouco a minha cara na rua e tentar mobilizar a minha geração. Quem são as pessoas que estão a fim, de fato, de chegar perto da política? Hoje em dia você tem a sociedade como um todo com vergonha da política… Todo mundo tem que enxergar a política como o único caminho pra você transformar. Então, eu acho que a gente tem que aproveitar essa fratura exposta, que aconteceu no Brasil nestes dois anos, de derretimento da classe política, pra gente ocupar esse espaço, dar novo significado às coisas e tentar, de fato, botar um pouco de ética, de altruísmo, de coisas boas, de gente boa. E engraçado no Brasil a palavra servir não tem significado. Aqui só se serve água. O servir tem que ser de verdade. O nosso papel aqui é de que as pessoas saibam que o voto é o melhor jeito, o único jeito da gente transformar. O que acontece? Quando você vê essa crise começa a ver gente que diz que tem que voltar a ditadura. Outro quer… não existe isso. A democracia é feita para melhorar a vida das pessoas. E a gente tem a nossa arma, que a gente tem pra agarrar com unhas e dentes…”.

Por Jackson Vasconcelos

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