Coisa de amador. O caso é de um sujeito, que colocado em alto posto no governo municipal vive o momento de maior exposição da imagem pessoal, para ser candidato a prefeito da cidade. De repente, o Brasil todo tomou conhecimento que ele deu uma surra na mulher, porque ela reagiu, irritada, a uma atitude dele de infidelidade na cama dos dois.
Diante do fato, a atitude única inteligente do sujeito seria a renúncia à candidatura e ao cargo que ocupa, para sair de cena e manter o caso nas fronteiras da vida pessoal. E, quem sabe, voltar um dia, quando o tempo e comportamentos novos curassem o mal.
Mas, não foi assim. O sujeito preferiu manter sobre si os holofotes e do pior modo. Primeiro, com a história de não ter existido a agressão. Depois, diante das provas, com a conversa de ser primário e, por isso, merecedor do perdão público.
A decisão infeliz carrega outros personagens públicos para dentro do problema. É o caso, por exemplo, do Governador do Estado do Rio, Luiz Fernando Pezão, que na ânsia de prestar bom serviço ao aliado afirmou que a surra é um assunto que só diz respeito ao casal. Uma reação que lembra muito os vizinhos covardes que, quando ouvem os gritos de uma mulher que apanha, no lugar de socorrê-la e denunciar o marido, lavam as mãos e a consciência com o velho ditado: “em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”
Houvesse por perto um bom profissional de gerenciamento de imagem e de crises, certamente, o caso teria sido encerrado, no ambiente público, logo no nascedouro. Pra bem de todos, inclusive, da mulher que apanhou e de seus filhos, expostos a opiniões infelizes como a do Governador do Estado.
Por Jackson Vasconcelos
Foto: Veja.com/Agência O Globo