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Por aqui, estúpido, é a segurança! 

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JACKSON VASCONCELOS.

James Carville, profissional de marketing que atuou na primeira campanha de Bill Clinton para a Presidência dos Estados Unidos, enfrentou o adversário com um slogan, “É a economia estúpido, nacionalizado aqui pelo estrategista César Maia”. Mas, quando está no foco a marca Rio, representada pela Cidade do Rio de Janeiro, por um estado de igual nome e por um povo, cariocas e fluminenses, por nascimento ou paixão, James Carville é o estúpido, ou pelo menos o slogan dele. Por aqui o nó está na Segurança Pública, que trava tudo, inclusive a economia. 

O Presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro – graças aos céus, hoje,  Josier Vilar – diz que reconhece que a falta de segurança é a questão central a ser vencida. Ele falou ao Jornal do Rio, programa da Band Rio, entrevistado por Adilson Ramos. Josier abriu a entrevista com uma declaração que situa as intenções dele na presidência: “O passado tem que nos servir de aprendizado. Estamos no século do mundo digital, da transformação digital, da inovação. Eu quero pegar toda a experiência do passado e trazer para o presente e inovar para que o Rio de Janeiro possa ser um lugar atrativo para você viver, para você trabalhar, para você empreender e visitar e para você poder investir aqui…”

A linha de raciocínio do presidente segue para um bom destino: “sem deixar de olhar a segurança, que é o principal ponto que impede que investimentos sejam feitos de forma intensiva. A bandeira da segurança será uma das prioridades da minha gestão, junto com a ordem pública…Estou criando um conselho empresarial de segurança e ordem pública. Vou convidar grandes especialistas…O diagnóstico já está pronto. Todo mundo sabe quais são os problemas …”

Quem serão os especialistas convidados por Josier? Esse é um campo delicado no debate sobre a Segurança Pública no Rio de Janeiro, pois os especialistas não se entendem bem, mas sejam quais forem, só o fato de o Presidente da Associação Comercial estabelecer o tema como prioridade é uma vitória, e se essa disposição estiver em linha com o principal diagnóstico do problema, teremos um ganho adicional significativo. Esse diagnóstico está presente em pelo menos dois livros à disposição do público: “Meu casaco de General”, do sociólogo Luiz Eduardo Soares – a experiência do autor com o Governador Garotinho –  e “O Fim da UPP”, que relata o trabalho do autor, do Coronel PM Frederico Caldas, nos governos do governador Sérgio Cabral. 

Em comum, os dois livros mostram políticas de Segurança Pública, com a mesma raiz – a proximidade entre policiais e população – que, não só por coincidência, poderiam ter sido exitosas e não foram, em razão do conflito dos projetos com a ambição política dos governador do perfil perdulário do Sérgio Cabral.  

A leitura do livro do Coronel Frederico Caldas chega a dar raiva pela oportunidade perdida. As UPPs formaram o primeiro projeto de segurança pública com resultados de sucesso medidos e avaliados. Algo que nasceu num ato de arrogância (nesse caso, bendita arrogância) de uma primeira-dama, financiado por um empresário, Eike Batista. Um projeto que, em pouco tempo, se fez experiência de vitória sobre o crime nas comunidades e que faliu – literalmente faliu. Frederico Caldas aponta vários motivos, entre eles: 

“(…) Assim todos queriam uma UPP para chamar de sua. Com um capital de expressivo potencial eleitoral, as UPPs se transformaram não só em outdoor político do governador Sérgio Cabral como foram incorporados ao discurso de campanha de Dilma Rousseff, em 2010, com a promessa de levá-las a outros estados do Brasil caso fosse eleita, numa clara tentativa de aglutinar as forças federal e estadual, sob as bênçãos de Lula”. Em resumo: o interesse pessoal ficou acima dos desejos da população. 

Eu, um palpiteiro em diversos assuntos, ainda teimo que para se ter alguma chance, o governo do estado deveria agir com o governo federal com o objetivo direto e único de acabar de vez com a liberdade que têm os criminosos para portar armas de todos os tipos e calibres. Uma oportunidade que o governador está deixando fugir entre os dedos. 

Mas, tenho esperança e por isso, encerro com Raul Seixas: “Veja, não diga que a canção está perdida. Tenha fé em Deus, tenha fé na vida. Tente outra vez…Queira, basta ser sincero e desejar profundo. Você será capaz de sacudir o mundo”. 

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