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Do jeitinho que o diabo quer

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Para decretar intervenção no Estado do Rio de Janeiro e não ferir o companheiro Pezão, o presidente da República, Michel Temer, inventou a intervenção de malandragem. Ele não nomeou um interventor e deixou que Pezão permanecesse no cargo. Pezão foi preso hoje.

No tempo do segundo impeachment, o Senado Federal, amparado no presidente do Supremo Tribunal Federal, inventou o impeachment de malandragem. Afastou a Dilma Rousseff da presidência da República, mas colocou uma vírgula que não tinha no texto constitucional para permitir que ela fosse candidata ao que quisesse. Ela foi e perdeu, porque o povo não engoliu a conversa-fiada de golpe. E, coisa recente, Dilma aparece denunciada na Lava-Jato, pelas razões que justificaram a prisão do Lula. Então, quem sabe?

O PT deu todos os jeitinhos que podia dar para Lula ser candidato e, se não fosse, ser eleito mesmo assim. O povo entendeu o jogo e deu xeque-mate no Lula.

Tem pouquinho tempo que os ministros do Supremo Tribunal Federal deram um jeitinho para aumentar os salários próprios e tentam outro jeitinho para tirar da cadeia uma porção de ladrões, que passou a vida a acreditar que os jeitinhos com a lei e com a Justiça seriam salvos-condutos para a arte de roubar. Muitos acreditaram nisso e sobreviveram, é bom que se diga, até que o povo cansou.

Cabral, Lula, Pezão e todos os amigos deles e quem sabe daqui a pouco a Dilma, devem estar se convencendo que o diabo existe e tem um jeitinho todo próprio para convencer os que ele apanha pelo caminho. John Milton, no poema “Paraíso Perdido”, diz que o diabo, para justificar o exílio, avisou aos discípulos: “Eu prefiro reinar no inferno do que servir no paraíso”.

Só que, meus caros, no inferno só um reina e não tem jeitinho que resolva a vida daqueles que querem tomar-lhe o lugar.

Por Jackson Vasconcelos

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