Política se faz com doses certas de emoção e racionalidade. O exagero no uso de qualquer dos ingredientes causa indigestão. A ausência dos dois, mata.
Michel Temer nada aprendeu com o impeachment da Dilma Rousseff. Nem com a vida. Ele assumiu o governo sem legitimidade. Por isso, a primeira medida inteligente dele deveria ser conquistá-la, mas fez o contrário. Nomeou ministros com biografias ilegítimas para o cargo. Na arrancada, perdeu Romero Jucá. Depois, Marcelo Calero, um sujeito capaz de gravar conversas confidenciais que teve com o presidente. Quase no mesmo momento, o folgado Geddel Vieira Lima. Perderá Moreira Franco, que pareceu mais esperto no início do processo, quando não aceitou a alcunha de Ministro.
Michel Temer abençoou Eduardo Cunha e aproveitou a brecha aberta no Supremo Tribunal Federal para lançar pra lá o Ministro da Justiça, com a sociedade cheia de dúvidas sobre a intenção do gesto.
Michel Temer jogou fora a oportunidade que a inépcia da Dilma Rousseff e a estupidez do Lula, que a escolheu, lhe deram a chance de ser presidente da república e registrar o nome de forma positiva na história do Brasil.
No governo Michel Temer faltam emoção e racionalidade. É um governo que causa náuseas e faz mal à saúde. Um governo que morre rápido a cada decisão do presidente.
Por Jackson Vasconcelos