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Uma nota que denota constrangimento. 

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Uma boa notícia não precisa ser anunciada com constrangimento, como fez o Partido Novo quando comunicou a decisão de utilizar os rendimentos do Fundo Partidário. A deliberação do partido indica que seus dirigentes reconheceram, finalmente, que os partidos, nas eleições, disputam um lugar no poder para que o que pregam não seja mera poesia ou carta de intenções. 

Ora, o povo brasileiro decidiu financiar os partidos e as campanhas eleitorais com o dinheiro dos impostos. Está na lei. Há quem defenda a ignorância do eleitor sobre o fato. Não sou desses. Mas, se a decisão do povo é consciente ou não, o próprio Partido Novo pode dizer pelos resultados eleitorais obtidos por seus candidatos quando levam para as ruas o discurso de purificação do modelo pelo uso exclusivo do dinheiro privado. 

Quando o Partido Novo, com os princípios que defende para a gestão do dinheiro do povo, entra no ambiente de uso do recurso para o financiamento do partido e das campanhas, certamente, a população perceberá que, de fato, há um problema quando os partidos usam o dinheiro dela: o modo como usam. Tenho certeza, que o Partido Novo, no modo como usará o dinheiro que o povo disponibiliza para os partidos e campanhas, demonstrará, pela diferença de comportamento, que o problema não está no financiar, mas na transparência sobre o que é financiado e com quais objetivos. 

Ora, para que haja democracia, há que existirem eleições e elas são disputas no campo da comunicação convincente, algo que não se faz sem recursos. Então, alguém precisa disponibilizar esses recursos e se sabe, ao cansaço, que aqui e na mais festejada democracia do mundo, a americana, quem financia as campanhas exerce o poder conquistado através delas. Não é melhor que o povo cumpra esse papel? Eu, por isso, dispenso o constrangimento presente na comunicação que fez o Partido Novo. Há motivo para se festejar. 

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A casa branca, Domínio público, via Wikimedia Commons
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