Alguém precisa dar um soco na mesa. As campanhas para eleger candidatos estão chatas, repugnantes. Perderam completamente a graça.
Estamos no início das campanhas para prefeitos e vereadores. Nas capitais e cidades com repetidoras de canais de TV, começaram as veiculações dos programas eleitorais e os debates. Tudo pasteurizado. Ninguém se diferencia, porque todos os candidatos se armaram com um mesmo instrumento de informação: pesquisas. Como elas ouvem a mesma sociedade sobre os mesmos assuntos, sugerem os mesmos discursos. E, os candidatos passaram a usar as pesquisas para saber o que devem dizer, quando deveriam usar para saber como dizer o que têm para dizer.
Por isso, todo mundo é japonês nas ruas e nas TVs. Nas ruas, empolgação zero, porque o filme é ruim e está na enésima versão. Na televisão e no rádio, nem se fala.
Nada disso faria nenhuma diferença na vida das pessoas se o Estado não tivesse importância. Mas, tem. Ele decide quase tudo na vida da gente, do trânsito aos hospitais, das escolas à segurança, da qualidade do ambiente aos transportes e direito de ir e vir.
Do jeito que a coisa vai, os eleitores estão optando, cada dia mais, pelo menos pior e nunca pelo melhor. O resultado está posto. O Estado não funciona, porque os que foram eleitos para fazê-lo funcionar nem sabem o que é isso. E os que são eleitos estão na profissão porque ninguém de bom senso quer entrar no ambiente.
É duro!
Desse conjunto faz parte um mercado de trabalho que gera emprego e impostos, o mercado dos profissionais, que produzem as campanhas eleitorais. Gente de estratégia e gente que organiza o operacional.
A eficiência operacional numa campanha que é, por definição, tendente ao caos, faz diferença num nível que pode decidir o sucesso. Como as alterações na legislação eleitoral só influenciam o operacional, ele está cada vez mais chato e essa chatura afasta mais ainda o eleitor, que é a causa do negócio.
Como os profissionais querem sobreviver, seguem se adaptando, sem se dar conta que o mercado tende a desaparecer, mesmo que as eleições permaneçam.
Dá pra ver o final dessa história. É como acontece com o aquecimento global, que todo mundo reconhece, pouca gente faz alguma coisa para evitar e todos, indistintamente, vão ser torrados no final do processo.
Está na hora de se fazer alguma coisa.
Por Jackson Vasconcelos