Quem vencerá a eleição para governador do Rio de Janeiro? As cartas estão todas na mesa? Quem dará as cartas? Já é possível começar o jogo? Cinco candidatos já estão postos para disputar o Governo do Estado do Rio de Janeiro. Cada um com credenciais próprias.
- Paulo Ganime tem as credenciais do Partido Novo, um organismo que não usa Fundo Eleitoral e trabalha com gabinetes parlamentares reduzidos. Traz para a campanha a experiência do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que dizem ser exitosa.
- Rodrigo Neves chega ao páreo com os resultados obtidos na administração da Prefeitura de Niterói, de onde saiu com popularidade suficiente para eleger o sucessor no primeiro turno. Está no PDT e carrega o legado do Brizola quando foi governador do estado por dois mandatos.
- Marcelo Freixo livrou-se do PSOL, credencial negativa no Rio de Janeiro e traz a chance de ser palanque do Lula. Fora isso, nada mais.
- Claudio Castro é o governador e a administração dele é a credencial principal. Na política, ele adota o desenho que é adotado no estado desde Sérgio Cabral, passando pelo Eduardo Paes: ter uma aliança com todos os partidos que ele alcançar com os cargos que o governo do estado possua.
- Santa Cruz. Eduardo Paes é a credencial dele.
Já é possível dizer que um deles será o governador do estado? E saber qual deles? Ainda não, porque a campanha sequer começou e nela é onde o resultado acontece. E ainda temos a indecisão ou decisão fria por enquanto, do Eduardo Paes. Ele é um player importante. Pareceu estar com Felipe Santa Cruz, mas abraçou-se com Rodrigo Neves e fez os dois repetirem o abraço, numa sinalização da possibilidade do Felipe ser candidato ao Senado.
E Romário? Para onde irá? Quem será credenciado por ele?
Mário Marques, homem de marketing político, jornalista e escritor, colaborador do Diário do Rio, publicou neste espaço um artigo onde traz uma novidade possível: Ronaldo Gomlevsky, que me parece ainda sem partido e sem a decisão dele próprio. Mário apresenta o Ronaldo com a credencial da ideologia. Ronaldo representa a direita e tem o perfil do presidente da república, Jair Bolsonaro. Será isso uma aventura?
Para responder preciso voltar a 2018. Exatamente, ao dia 8 de setembro e depois ao resultado da eleição para governador. Naquele dia, logo após a publicação de uma pesquisa para governador, onde Wilson Witzel aparecia com 1% das intenções de votos, Mário me telefonou para informar ocorrências numa pesquisa qualitativa que ele acabara de realizar. Ele percebeu uma onda a favor de uma novidade e crescente rejeição ao Eduardo Paes, cabeça da pesquisa, pelas ligações dele com Cabral e Lula e Romário, logo após, por não passar a segurança de ser um bom governante. Garotinho ainda estava no jogo com 10%. Mário me diz: “Pode dar Witzel”. Inacreditável naquele momento.
Verdade é que o dia da eleição está longe para os parâmetros de uma campanha que, oficialmente, sequer começou. E, com certeza, a campanha presidencial terá reflexos no Rio como teve na eleição do ex-governador Marcello Alencar, com Fernando Henrique na Presidência, Sérgio Cabral com Lula e Pezão com Dilma.
*Artigo publicado no Diário do Rio.
Por Jackson Vasconcelos