Temos nos batido numa questão: as campanhas eleitorais e de imagem dos políticos não levam em consideração os conceitos modernos de comunicação. Por isso, elas têm gerado pouco resultado na conversão da mensagem em voto. Pensando nisso, me chamou a atenção a entrevista da Judy John, ao Meio & Mensagem de 29 de julho. Canadense, ela criou uma campanha de sucesso sobre igualdade de gênero, a “Like a Girl”, para inverter uma expressão pejorativa. O trabalho é muito bom mesmo.
Retirei da entrevista da Judy um pequeno trecho, útil para a elaboração de estratégias de comunicação, portanto, para o nosso trabalho. Ela define e esclarece o “earned creative”, a comunicação social pelo design.
“Eu sou”, diz ela, “totalmente a favor disso, porque se pensarmos em como interagimos com a mídia, tudo está no celular, no computador, ninguém assiste a programas ao vivo na televisão, talvez a jogos esportivos… mas no Instagram, a pessoa fica rolando o feed e de repente para porque viu algo interessante. Ou está no computador e assiste a um vídeo porque alguém enviou. Todo o resto não é interessante. Precisa ser algo que ganhe o tempo da pessoa”.
Em seguida, Isabella Lessa, entrevistadora, pergunta: “É uma concorrência pelo tempo e não mais entre marcas…”. Judy respondeu: É. Nossas marcas estão competindo com o trailer de um filme, com o cachorro e o menino comendo espaguete. Com esses vídeos engraçados que as pessoas veem porque entretém”.
Eis aí um bom caminho para se criar campanhas mais criativas e efetivas para conquistar o voto e a reputação.
Por Jackson Vasconcelos