O establishment sobreviveu para dar, mais uma vez, vitórias à ineficiência e à preguiça, vícios do Estado Brasileiro. Os socialistas venceram novamente. Às 17h, antes ainda do resultado final da eleição municipal, que demorou como há muito tempo não demorava, a convite do Ronaldo Gomlevsky, participei de uma roda de conversa na internet com um grupo excelente de comentaristas.
Nossa conversa se fez, inicialmente, com base na pesquisa na boca da urna e prosseguiu quando surgiram os primeiros resultados oficiais. Alguém levantou uma questão sobre a derrota da esquerda no Rio de Janeiro, com Benedita da Silva e Martha Rocha. Ousei discordar, para mostrar que, desde 1982, no Rio de Janeiro, em especial na Capital, os socialistas estão poder, e pertencentes à mesma raiz: Leonel de Moura Brizola. De Jamil Haddad a Eduardo Paes, por afinidade ideológica e história. Marcelo Crivella, por costume.
Os socialistas são o Estado ineficiente e preguiçoso, por isso, caro e opulento. É um distribuidor de favores e benefícios, agente da caridade com o chapéu alheio no lugar de garantidor dos direitos do cidadão.
Ainda não foi dessa vez. O “establishment” é socialista e está sólido e sabe como sobreviver. Uma das frentes é a legislação eleitoral. Ela inibe as campanhas e não faz isso por mero acaso ou estupidez. Nada disso! É estratégia de sobrevivência. Sem campanhas ou com campanhas financiadas com o dinheiro público e direção determinada pelos partidos que pertencem ao “establishment”, vencê-lo será uma pedreira! Não será de uma vez só, nem no tranco. O processo exigirá paciência e estratégia. Uma paciência que João Amoedo parece ter perdido, quando responde sobre o desempenho do partido Novo, que é caminho criado por ele para vencer o “establishment”.
Mas, se a mudança não acontecer por bem, haverá por mal, quando chegar o dia em que o Rio de Janeiro estará completamente vencido pelo crime e desastre econômico. Para quem gosta de ter esperança, percebo esse tempo bem próximo.
Já fiz menção aqui neste espaço a uma das melhores obras políticas escritas em estilo de romance, a Revolta de Atlas. A autora, Ayn Rand, nasceu na Rússia e sofreu as consequências da Revolução de lá, quando o Estado quebrou o negócio do pai e levou toda a família à miséria. O livro é uma aula de Brasil. Acreditem. Nele está o elemento motivador da decisão do prefeito Marcelo Crivella com relação à Linha Amarela e exemplos também de empresários que enriquecem rápido, só pela influência que têm nos governos, como se viu ocorrer no tempo dito de ouro, das grandes obras e eventos internacionais.
O tempo dirá a até quando irá a paciência de que empreende e só precisa do Estado para obter o que ele não oferece: segurança pessoal e jurídica.
*Artigo publicado no Boletim da Liberdade.
Por Jackson Vasconcelos