Insisto: o patrimônio do político é a imagem. Vale-lhe mais do que a própria vida e quem acreditar que nisto há algum exagero, lembre-se de Getúlio. O suicídio lhe tirou a vida, mas salvou-lhe a imagem. E nesse conversê, onde está a causa do título, a sinuca de bico? Está na visibilidade, alimento da imagem.
O político precisa da visibilidade como o seu organismo precisa de água para manter-se vivo. E, para ser visível, ele tem a companhia permanente da criatura de George Orwell, o “Big Brother”, o “Grande Irmão”, que zela por ele, mas enquanto não contrariado. Uma vez aborrecida, a visibilidade tortura e desqualifica a imagem. Então, o desafio, o jogo imprensado, está na capacidade de o político ter visibilidade suficiente para dar qualidade à imagem. Contudo, visibilidade demais representa risco de contrariar o eleitor e visibilidade de menos, de ser esquecido.
Na primeira situação, a imagem – o patrimônio – desvaloriza-se e, na segunda, nem valor chega a ter.
Por Jackson Vasconcelos