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Romeu Zema e o Globo.

Público do Zema.

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 “Subestimei a política”, diz Romeu Zema. 

O sistema Globo tem entrevistado os candidatos à Presidência da República e aos governos estaduais. O governador Romeu Zema foi um deles. Ele, a exemplo de quase todos, deixou a pauta nas mãos do entrevistador.  

De tudo o que disse Zema, o editor criou a chamada, “Subestimei a política. O Novo não pode se isolar”. Tivemos, então, as palavras do governador de Minas Gerais, candidato à reeleição numa entrevista em que ele cuidou, quase exclusivamente, da política e do partido, temas que se sabe, são irrelevantes para os eleitores. 

Os que dizem respeito diretamente aos desejos dos eleitores, Educação, Saúde e as tragédias causadas pelas chuvas, preencheram os espaços das últimas perguntas e nada, nadinha de concreto, ele apresentou para justificar a permanência à frente do governo. 

Sobre o adversário mais competitivo, o Prefeito de Belo Horizonte,  Alexandre Kalil, Romeu Zema nada disse além de provocações. Pautou-se pelo confronto agressivo e acusatório. Não mostrou aos eleitores os motivos pelos quais Kalil não pode substituí-lo. 

Os candidatos à presidência foram também pauta da entrevista. Zema deixou claro que não apoia Lula, mas não fez isso com a mesma clareza com relação ao Jair Bolsonaro e, só de passagem, sem maiores justificativas para o voto, fez comentários sobre o candidato do partido dele, Luiz Felipe D’avila. 

Um candidato não pode, mesmo com a justificativa de evitar os riscos de uma comunicação imperfeita, deixar que a pauta de uma entrevista seja do interesse, exclusivo, do entrevistador. Numa entrevista, o candidato não conversa com quem o entrevista, mas com quem tomará conhecimento da entrevista com o desejo de decidir o voto. 

Em suma, Zema falou para os filiados do Novo, gente que votará nele sem pedir maiores explicações. 

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