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Quem matou Marielle?

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Ainda não se sabe. Tomara que se saiba logo, porque tudo indica que foi um crime por encomenda e quem encomendou um pode ter encomendado outros. Descobrindo-se o mandante do assassinato da Marielle evita-se novos crimes e, talvez, encontre-se o culpado para outros crimes ainda não solucionados.

Dizem que a primeira questão a se responder na investigação de um crime é: “A quem ele interessou? Quem ganhou com ele?”. Uma pergunta para a Delegacia de Homicídios. Eu me ocupo da política e de eleições. No meu campo é mais fácil saber quem, mesmo não desejando de modo algum o fato, tem tido bom resultado com ele.  

Marielle e, de carona, o motorista, deram à esquerda delirante uma chance enorme de se reorganizar. Uma oportunidade e tanto para ampliar a visibilidade e mobilizar, porque, no conjunto entrou o sistema Globo de TV, rádio, jornal e mídias sociais. O sistema carrega com peso e constrangimento a marca de uma vida inteira dedicada às causas do que chamam “direita brasileira”.

Hoje, dia 2 de abril, o jornal O Globo mostra no canto mais visível da primeira página uma foto do deputado Marcelo Freixo, desolado e postado ao lado de uma frase dele: “Senti meu peito rasgando”. Frase forte, do tipo, como eu me sinto.

A intenção é chamar o leitor para a coluna da Marina Caruso no Segundo Caderno. Lá estão três fotos do deputado:

Uma maior, no estilo de líder ativista. Com olhar fixo, olhos claros, barba de guerrilheiro, com jeito de alguém disposto a lutar pelo povo. Abaixo, está uma foto menor do deputado com a esposa; imagem que transmite o lado família. Na terceira foto, um pouco menor que as duas outras, finalmente, aparece a Marielle abraçando o deputado. A cena evidencia um momento de glória para ele e não para ela.

A entrevista só tem um objetivo: o glamour do deputado, ativista de esquerda, disposto a todos os sacrifícios pela causa. Evidentemente, não o de morrer. Por isso, ele anda com seguranças pagos pelo Estado e toma todos os cuidados do mundo para não ter o destino da Marielle.

Enfim, quem matou Marielle a gente não sabe, mas quem ganhou muito com a morte dela, não sem tem dúvida.

Por Jackson Vasconcelos

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A casa branca, Domínio público, via Wikimedia Commons
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