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Prefeitos sem juízo, cidades quebradas

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mapaBrasilO Brasil tem 5.568 cidades. O povo de todas elas escolherá em outubro, prefeitos e vereadores. As campanhas já começaram e as promessas também. E se há uma coisa que candidato a qualquer posto adora fazer é prometer o céu, para, durante o mandato, entregar o inferno, sem direito ao purgatório.

É o que se lê no levantamento publicado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, Firjan, com base no Índice de Gestão Pública. Apenas 42 cidades brasileiras conseguiram pagar os salários dos empregados delas com recursos próprios. A diferença entre as receitas e despesas das cidades avaliadas pela Firjan mostra um rombo total de R$ 45 bilhões.

Os dados mostram que os impostos pagos pelos contribuintes dos municípios, para a prefeitura entregar serviços de excelência em saúde, educação, saneamento básico e outros, são gastos só com o pagamento do pessoal que deveria prestar esses serviços. A situação equivale a você ter uma casa cheia de cozinheiros e ajudantes de cozinha, todos com capacidade para as melhores receitas e não ter dinheiro para comprar os ingredientes.

Se você viver uma situação assim, saberá, com certeza, o que fazer. Demitirá alguns cozinheiros e ajudantes de cozinha, comprará mantimentos e terá alimentos para você e sua família. E, quando decidir demitir, começará pelos cozinheiros e ajudantes mais caros e menos eficientes. Você ficará com os que sabem cozinhar bem o arroz e o feijão, fazer uma boa carne ou fritar ovos e mandará embora os que cuidam bem do caviar. Certo?

Mas, a lógica dos prefeitos não é essa. Eles deixam o povo sem comida e aumentam os salários dos cozinheiros e ajudantes de cozinha. E, para vencer as eleições, há prefeitos que ainda contratam mais gente para trabalhar na cozinha.

Nas próximas eleições, o eleitor deverá decidir se escolhe alguém que seja capaz de tirá-lo do inferno das contas que os prefeitos e vereadores atuais criaram ou se continuará a acreditar na promessa de ter um céu de brigadeiro, com paisagens lindas, quando, na verdade, quem promete sabe que a promessa é vã e o caminho futuro será de aumentar o calor na casa de Satã.

Por isso, pense bem, meu caro eleitor, minha cara eleitora. Escolha que diga a verdade e tenha coragem para demitir, encolher a máquina pública e melhorar a qualidade do serviços com mais eficiência e menos desperdício.

Por Jackson Vasconcelos

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A casa branca, Domínio público, via Wikimedia Commons
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