Os Romanov governaram a Rússia por mais de dois séculos. Fizeram com competência a construção de um império e derrotaram Napoleão, no auge da carreira militar dele. Pedro, O Grande e Catarina, a Grande, foram os nomes de mais destaque na história do período Romanov na Rússia. Mas, foi tempo de Estado forte, que, com mãos de ferro, dirigia a sociedade. E o Estado quase sempre é ineficiente na gestão pública. Em 1826, cinco revolucionários, que se levantaram contra o governo dos Romanov, foram levados à forca.
A execução correu terrivelmente mal. As cordas não foram amarradas corretamente e quando os bancos foram retirados de três dos condenados, eles caíram no chão se contorcendo de dor. Ainda estavam vivos. Um deles, tinha as pernas quebradas, e, enquanto o enforcavam novamente, ele gritou: “Pobre Rússia! Não sabem nem como enforcar um homem corretamente aqui!”
Está aí um trecho da história da relação do Estado com a sociedade e com a eficiência, que cabe lembrar todas as vezes que a esquerda brasileira se bate contra a privatização das empresas.
Felizmente, desta vez, a esquerda está sozinha e nem nisso está unida. Os gritos contra a privatização correm, exclusivamente, por conta das corporações de privilegiados empregados das empresas.
A sociedade não compra mais essa briga. Já compreendeu que, no Brasil, empresa pública de energia elétrica provoca falta de luz e conta cara, que empresa pública que administra aeroportos atrasa voos e que empresa que fornece água, a mistura com esgoto. E não compra mais essa história de “patrimônio do povo”. Sabe que isso é um engodo para engordar os salários dos empregados das empresas e as contas de campanha dos candidatos. E os políticos que antes faziam coro contra a privatização acomodaram-se. Sabem que foram desmascarados.
O povo não está disposto a continuar a comprar gato por lebre.
Por Jackson Vasconcelos