Um candidato preparado para conversar com a imprensa deve saber, antes de tudo, como a imprensa age. Muitas vezes os jornalistas querem saber o que não importa para o eleitor e deixam de lado as melhores informações que decidirão o voto.
Mariana Sanches e Flávio Freire, do jornal O Globo, entrevistaram a Senadora Marta Suplicy, candidata à prefeitura de São Paulo, para o caderno Eleições 2016. A entrevista está publicada na edição de sexta, nove de setembro.
A Senadora respondeu 17 perguntas, só uma sobre assuntos diretamente relacionados com a administração de São Paulo. Marta foi questionada sobre a estranha relação partidária na composição da chapa, sobre a razão da saída dela do PT, sobre o risco de ser traída pelo candidato a vice, legalização do aborto, importância do marido na campanha e casamento gay. O eleitor de São Paulo terminou a leitura da entrevista sem saber o que pretende a Senadora fazer se for eleita Prefeita de São Paulo.
Ora, não seria papel dos entrevistadores, num caderno sobre eleições, oferecer aos eleitores de São Paulo, se leitores do jornal, conhecimento sobre o que pretendem os candidatos se eleitos?
Mas, essa tem sido o tônica da imprensa, nas eleições – saber tudo o que pensam os candidatos sobre todos os temas polêmicos – exceto sobre o que eles pretendem fazer depois de eleitos, seja para as câmaras municipais, seja para a Presidência da República, passando por todo o resto.
Por Jackson Vasconcelos