“Quando saltei, entrou água nos óculos e eu não enxergava mais nada. O problema é que, naquele momento, eu não tinha nada para fazer. Não dava para tirar os óculos porque estava com duas tocas, nem tentar limpar. Tinha de nadar daquele jeito. A situação ficou pior nos 100 metros finais. Eu comecei a tentar ver as sombras, enxergar o T (do chão da piscina). Então comecei a contar braçadas. Eu sei mais ou menos quantas braçadas eu dou em 50 metros”. Michael Phelps terminou os 200m borboleta. Conquistou o título de maior atleta olímpico da história.
Uma campanha eleitoral é uma caixa de surpresas, por mais que trabalhe com pesquisas, análise de cenários, avaliações corretas, boa equipe e excelente candidato. E as surpresas podem vir da sorte ou da falta dela. Coisas do acaso. O tempo para resolver problemas é sempre curto, curtíssimo, quase nenhum. E os exemplos estão à disposição, para quem queira pesquisar. O último e mais trágico deles aconteceu na eleição para presidente, quando o candidato Eduardo Campos morreu numa acidente aéreo.
Caso parecido aconteceu na Bahia. Em 1982, ano da primeira eleição direta para governadores, o pastor Clériston Andrade, candidato favorito ao governo do estado, morreu no acidente com o helicóptero, que usava na campanha. Ele, o candidato a vice e toda a comitiva. Mas, como, as qualidades pessoais dele estavam somadas à mão de ferro do governador Antônio Carlos Magalhães, o segundo elemento estratégico, elegeu o substituto, João Durval Carneiro.
Além de casos trágicos, a história das campanhas registra outros dramáticos. Tiveram boa solução aqueles em que a experiência dos condutores entraram em cena. Eis a lição deixada pelo campeão Michael Phelps. Sem experiência, ele, sem o uso perfeito da visão, não saberia com quantas braçadas terminaria a corrida.
Uma campanha será segura se quem a oriente ou conduza tenha experiência, que somada à competência técnica, dará a vitória.
Por Jackson Vasconcelos