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Como votar diante da calamidade!

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charge301010-12Proponho a você, cara leitora, caro leitor, um exercício. Você, certamente, corre atrás, todos os dias, para viver e pagar as contas. E não importa de onde venha a sua renda. Seja do trabalho, seja dos investimentos ou da aposentadoria.

Pois bem, de tudo o que você recebe, o governo fica com quase 40%, seja a título de imposto de renda, de impostos sobre os produtos e serviços que você consome ou usa. E, ao governo não interesse o tamanho da sua renda.

Quem usa o dinheiro que você entrega aos governos? Você saberia dizer? É fácil. Os políticos. Na cidade, os vereadores e prefeitos. Nos estados, os deputados estaduais e governadores. No Brasil, os deputados federais, senadores e o Presidente ou a Presidente da República.

Então, você e eu estamos entregando para essa gente toda, todos os meses, 40% de todo o dinheiro que conseguimos com o nosso trabalho, investimentos e poupança. Para que o processo seja justo, a democracia criou a escolha de toda essa gente pelo voto dos contribuintes. Simples assim.

A lógica fecha o sistema. Ou seja, nós entregamos 40% do fruto do nosso trabalho aos políticos que elegemos, para eles aplicarem naquilo que acreditam ser o mais indicado. Mas, como a democracia é um sistema inteligente, além de eleitos os políticos são obrigados a prestar contas aos eleitores. Primeiro, informando-nos o que pretende fazer com o dinheiro dos impostos. A peça chama-se orçamento público. Depois, isso aprovado, os políticos executam o que foi autorizado e mostram na prestação de contas.

O que acontece quando nós, eleitores, não nos interessamos pelo assunto nem nos preocupamos com o trabalho dos políticos? Exatamente, o que estamos vendo agora nos noticiários de cada dia.

Como a coisa toda funciona e produz corrupção? Como as próximas eleições serão para vereadores e prefeito, fiquemos nesse campo para fazer o exercício.

Os vereadores são eleitos para, em nome dos seus eleitores, aprovarem os orçamentos propostos pelo prefeito. Uma vez aprovados, os orçamentos são executados. Os vereadores têm a obrigação de fiscalizar a aplicação, com força até para impor o impeachment ao prefeito, quando é desvio do dinheiro das finalidades aprovadas no orçamento.

O prefeito tem o papel de administrar a cidade com o dinheiro que recebe dos eleitores. Fazer com que tudo funciona da forma correta, na prestação de todos os serviços, da educação ao trânsito, passando pela qualidade das calçadas e respeito às pessoas que têm mais dificuldade para viver e se locomover.  Simples, não?

Mas, todos, vereadores e prefeito podem agir diferente. Eles podem criar mecanismos para tornar as obras e os serviços mais caros, para ficar com um pedaço do valor que o município pagará por eles. Com a sobra, os vereadores e prefeitos vivem vida de luxo e como gostam dela, normalmente, colocam um pedaço do dinheiro que tomam do cidadão para vencer novas eleições e ficar, indefinidamente, no poder.

Quem pode mudar isso? Resta alguma dúvida? Pra mim, não. Só o eleitor poderá fazer isso.

E, principalmente, agora, que a situação na política é de calamidade. Chegou a hora de só escolher os melhores e não mais os menos piores, como tem acontecido nos últimos anos. Se nenhum dos candidatos apresentados pelos partidos merecer o voto, não há porque votar no que eles oferecem. O voto é obrigatório? Mentira. A presença na Justiça Eleitoral é, o voto não, porque a gente pode simplesmente justificar a ausência na Zona Eleitoral própria ou pagar uma multazinha ridícula, que valerá mais pelo efeito do que o desperdício que uma cambada de vereadores e prefeitos fazem com o dinheiro dos impostos.

Por Jackson Vasconcelos

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