Se há no meio de um povo medo dos agentes do Estado e revolta com as decisões que eles tomam, a democracia não está mais presente.
Se um povo não acredita mais nas instituições do Estado que têm o papel de garantir-lhe segurança é porque o Estado perdeu a razão de existir.
Se um povo não confia mais nas informações que recebe da imprensa, uma instituição que tem como obrigação única bem informar, ela torna-se inútil e perigosa.
Se as instituições têm suas estruturas não visíveis destruídas, a destruição das visíveis será só a materialização daquilo que os agentes do Estado fizeram há muito tempo e são a razão de terem perdido o respeito do povo.
Se um povo está em conflito consigo mesmo e em confronto direto com os agentes do Estado, a política deixou de existir.
Este é o diagnóstico para a doença presente no organismo da sociedade brasileira. O remédio é voltar à política, mas para esse retorno, o povo precisa de líderes. Um presidente da república eleito pelo povo deveria ser um líder, mas o que temos por hora é um presidente dedicado ao trabalho de afrontar, debochar e tentar aniquilar a parte do povo que se imaginando livre para escolher quem deveria liderá-lo, não o escolheu. E esse presidente fecha os olhos a todas as covardias que fazem com o povo, que ele deveria liderar, porque perdeu a autoridade moral para o papel e faz vista grossa aos covardes que estão perfilados ao seu lado.